Capítulo 25

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ANAHÍ

O baile é um típico evento de arrecadação de fundos. Os mesmos participantes, os ricos e os notáveis. As mesmas escolhas divinas de vestiário. As mesmas conversas sobre política, fofoca, treinadores de celebridades e lucros líquidos. A mesma comida cara e ainda assim decepcionante.

E, claro, os murmúrios de "uma causa tão importante", enquanto os residentes mais ricos de Miami competiam pelo título de mais generoso.

Alfonso foi chamado por uma ex-cliente, uma bela jovem que uma vez foi acusada de destruir o casamento de um casal de celebridades. Vejo de onde estou, ele apertar a mão do noivo da moça com entusiasmo e ouvir os planos do casamento parisiense do casal feliz.

Felizmente, livre por um momento, volto ao bar e pego outra taça de champanhe. É para mostrar que eu estava bebendo álcool, não para beber de verdade. Com a idade e a responsabilidade vinham a obrigação de não ficar espetacularmente bêbada em público.

Me enfio em um canto atrás de uma cortina de veludo pesada para verificar meu telefone. Minha mãe teria um ataque de raiva se me visse com ele nas mãos. Não que ela exigisse minha atenção completa. Era mais por abominar a lembrança física do meu apego ao trabalho. Como eu poderia encontrar um solteiro elegível se estivesse ocupada demais respondendo à minha diretoria financeira? Que homem iria me querer se eu não pudesse me dar ao trabalho de deixar de lado meus registros na CVM e sorrir lindamente enquanto ele contava piadas engraçadas para uma multidão atenta? Argh.

Eu tinha uma dúzia das usuais mensagens de texto. E uma que realmente me entusiasmou.

Esther: Obtivemos alguns resultados que podem te interessar. Vai passar pelo laboratório no domingo?

Eu: Vou achar esses resultados muito interessantes? Domingo está ótimo.

Ela responde imediatamente, e eu posso imaginá-la no laboratório, um tênis Converse nos pés apoiados em uma mesa de trabalho enquanto os dados rolavam nos monitores. Provavelmente estava comendo comida chinesa fria. E eu daria tudo para estar lá com ela.

Esther: Estou executando novamente algumas coisas para checar, mas acho que te devo 5 pratas.

Abraço meu telefone no peito. Sentindo aquela velha e familiar empolgação que costumava tomar conta de mim toda vez que eu cruzava a porta do meu laboratório da faculdade.

Era irônico que ter sucesso na ciência pudesse me distanciar tanto de um laboratório. Mas eu tinha habilidades que iam além de examinar microscópios e analisar resmas de dados.

Cedo à emoção e danço um pouco em comemoração.

— Ops. Tento me esconder da festa e entro em outra — uma mulher com um vestido da cor do céu da meia-noite abraçando suas curvas voluptuosas fala.

Envergonhada por ter sido flagrada, ofereço a ela um sorriso educado.

— Bem-vinda à seção VIP. Me chamo Anahí Portilla.

— Franchesca Baranski — ela responde, apertando minha mão com entusiasmo. Ela aponta com o polegar por cima do ombro em direção a um homem cuja beleza rivalizava a de Alfonso. — Aquele pedaço de mau caminho ali é o meu marido, Aiden Kilbourn. Ele provavelmente está negociando o preço de um país pequeno.

— Ele é muito bonito — digo.

Franchesca ergue um ombro, seus cachos grossos e escuros espalham-se sobre ele.

— Sim, ele é ok — ela diz com carinho. — Quem te pertence?

Gostei que ela não perguntou a quem eu pertencia. Avisto Alfonso do outro lado do salão batendo papo com uma diplomata e seu marido artista.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora