Capítulo 27

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ALFONSO

Graças à crescente tensão de expectativas frustradas e à segunda garrafa de tequila, o jantar havia piorado.

Bárbara e Ed conduzem sabiamente a reitora e sua esposa a um território de conversas mais seguras, enquanto os Portillas circulavam entre si como tubarões.

Bem, três dos quatro faziam isso. Anahí, o gênio sem roupa íntima, senta-se no meio deles como uma esfinge, absorvendo o péssimo comportamento da família.

Quando as vozes se erguem no brinde que Alfred faz com um campeão de tênis profissional, Anahí dobra o guardanapo cuidadosamente sobre a vitela intocada e se vira para mim.

— Alfonso, gostaria de dançar?

Eu me cocei para tocá-la a noite toda. Era tentação demais. Um homem não poderia resistir por muito tempo. Não com uma mulher dessas.

E eu não era de virar as costas às oportunidades. Oportunidades abriam portas. Oportunidades mudavam vidas.

— Eu ficaria encantado.

Isso era mentira. Não havia nada de encantador, ou mesmo razoavelmente aceitável socialmente, em relação aos meus sentimentos por ela. Eu queria era arrancar o seu vestido. Enfiar os dedos em seus cabelos fazendo os fios voarem. Queria derrubar todos os muros que ela havia erguido até que não houvesse nada entre nós. Queria vê-la gozar. Observá-la relaxar. Ser humana. Queria que me deixasse possuí-la.

Ela não faz a menor ideia dos pensamentos sujos e aniquiladores que eu tenho quando desliza a mão com confiança na minha. Ela lidera o caminho até a pista de dança e eu fiquei feliz em segui-la.

Há outros casais balançando ao som da orquestra. Movendo-se no ritmo. Adequado e calmo. E eu tenho uma fera furiosa debaixo da pele.

Eu a paro no meio da pista e a puxo para mim com uma violência contida. A necessidade havia me despojado de minhas maneiras. Da minha civilidade.

A respiração dela fica presa na garganta e eu saboreei aquele pequeno ruído.

Preciso me lembrar de qual é o meu lugar. Não estava aqui para agarrar a minha cliente, por mais linda e irresistível que ela fosse.

— O que está se passando nessa sua mente? — Anahí pergunta, colocando a mão no meu peito. Oh, tão comportada. Podia sentir os anos de aulas de etiqueta e dança naquele movimento delicado e contido.

— Querida, não acho que realmente queira saber.

Suas narinas dilatam-se delicadamente como uma corça farejando o perigo.

— Acho que quero, sim — ela diz baixinho.

Ela não era frágil ou dócil. Anahí Puente Portilla era um desafio. Um desafio afiado como navalha e com muros protetores bem altos.

E não havia nada nesta vida que eu apreciasse mais.

— Estou pensando em rasgar isso aqui em pedaços — falo, passando a mão por suas costas, pela pele, para apalpar a alça de ombro pendurada no braço dela. — Depois te perseguir até algum canto escuro e ver seu vestido deslizar por esses seios perfeitos.

Seus olhos se estreitam, o azul-acinzentado cristalino deles cintilando para mim por baixo de seus cílios grossos. Seus lábios se separam uns centímetros, e eu podia imaginá-los, rosa perolado e carnudos, envolvendo a cabeça do meu pau.

Endureço na velocidade da luz. E sabia que se ela não me deixasse dormir em sua cama esta noite, eu acabaria violando minha regra e passaria uma hora no chuveiro me masturbando com cada fantasia que criei em torno da senhorita Anahí Portilla.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora