Capítulo 22

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"Desmaio de Anahí Portilla: drogas, gravidez ou os dois?"

"Bilionária desmaia sob o peso do escândalo"

"Portilla ameaça Matteo Van der Woodsen com processo por difamação"

ANAHÍ

Acordo gradualmente e em estágios decadentes. Nenhum alarme me despertou. Essa foi a primeira dica de que algo estava muito errado. A segunda foi a luz. Há luz. Luz natural e suave entrando pelas cortinas penduradas nas portas do terraço.

Todas as manhãs, eu acordava antes do amanhecer com um alarme estridente e começava o meu dia sem reclamar.

Sim, algo estava muito, muito errado.

Então me lembro.

Meus olhos se abrem.

Bato a mão no travesseiro ao meu lado.

Alfonso.

Não está ali.

Talvez nunca tivesse estado? Eu tinha alucinado tudo?

Imaginado o desmaio – que humilhante –, a discussão no carro, o jantar na cama com ele e Kris?

Sento-me e limpo o sono dos olhos. Um par de sapatos masculinos está junto à porta. Os travesseiros do outro lado da cama tinham uma marca distinta de uma cabeça.

Ouço vozes, vozes masculinas profundas, vindo da direção da minha cozinha.

Antes que pudesse decidir se deveria sair da cama e chutar aquelas pessoas da cozinha da minha casa ou primeiro ir ao banheiro, Alfonso aparece na porta. Ele está com as roupas de ontem e carregando outra bandeja.

Passei a noite com ele.

Já passei a noite com muitos homens antes. Mas nunca me senti tão estranha... ou insatisfeita.

— Ah, ela está acordada — ele anuncia alegremente. Puxo os lençóis até o peito, sentindo-me desconfortavelmente vulnerável.

— Por que ainda está aqui? — resmungo. O que quer que tivesse na bandeja tinha um cheiro fenomenal, e eu queria.

— Oh, vamos chegar lá — ele diz, o mais leve indício de um aviso em seu tom. — Mas primeiro, está bem o suficiente para comer em outro lugar que não na cama?

Com o orgulho ferido, jogo minhas pernas para o lado da cama.

— Não sou uma inválida — aspiro com altivez.

— Ótimo. Então vamos comer ao ar livre — ele decide.

Fazendo malabarismo com a bandeja e as maçanetas das portas, Alfonso abre o caminho para o terraço. O calor da manhã é bem-vindo na minha pele. As águas, da piscina e do oceano, brilham sob o sol que já havia despontado no horizonte.

— Que horas são? — pergunto, procurando meu relógio e encontrando meu pulso nu.

— Seis e meia.

Droga. Já estava uma hora atrasada. Embora fosse difícil ter arrependimentos quando meu corpo parecia tão descansado. Mas ainda assim havia cronogramas a cumprir e tarefas a serem concluídas.

Alfonso coloca a bandeja na mesa com um floreio.

— Fiz amizade com o Cristoff. Ele ficou tão feliz que você comeu tudo o que ele preparou para você no início desta semana que fez ovos Benedict e saladas de frutas para nós.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora