Capítulo 33

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ALFONSO

A meu comando, o Porsche acelera como a droga de um sonho.

Anahí me direciona ao norte da cidade. Ela está sentada ao meu lado, de óculos escuros e um sorriso pairando sobre aqueles lindos lábios enquanto navegamos no tráfego.

Um domingo quase perfeito na minha opinião.

— Vire na próxima à esquerda — ela diz, apontando para o semáforo.

A cor de South Beach e a agitação do centro de Miami ficaram para trás. Os edifícios daqui eram menos preocupados com a estética e mais preocupados com função e durabilidade. Lojas de conveniência familiares invadem lentamente bairros da classe trabalhadora. Prédios comerciais ocupam canais estreitos.

— Aqui — ela fala, apontando para um prédio comprido e baixo pintado de branco brilhante.

DIY AHA, dizia a placa.

Entro em uma das últimas vagas restantes no estacionamento ao lado do prédio.

— Exatamente onde você me trouxe? — pergunto, desligando o motor. — E a propósito, eu quero este carro.

— Você verá, e não, não vai ficar com ele — ela diz, sorrindo enquanto desce.

— Eu poderia roubá-lo — penso alto.

Ela arranca as chaves da minha mão.

— E eu poderia mandar te prenderem.

— Que bem isso faria a qualquer um de nós? Talvez pudéssemos fazer uma troca?

Ela inclina a cabeça com altivez.

A rainha de gelo avaliando seu servo.

— Que tipo de troca?

— Quilômetros rodados por orgasmos? — sugiro.

— Mais tarde conversamos — ela diz com uma piscadela, abrindo uma porta de aço. — Ah, e a propósito, sem fotos. Nada de documentar as próximas duas horas.

— Você torna o meu trabalho muito difícil — reclamo.

— Você faz a mesma coisa, Herrera.

Intrigado, eu a sigo para dentro.

Pensamentos de orgasmos evaporaram da minha mente imediatamente com os gritos de garotas pré-adolescentes que ocupam uma grande sala de aula semelhante a um laboratório. Há uma dúzia delas em jalecos brancos e óculos de proteção. Não parecia haver adultos o suficiente para conter a energia instável e exaltada.

— Anahí! — Garotas com luvas de látex azuis acenam em alegria.

— Ei, meninas! Espero que não se importem, mas eu trouxe um parceiro de laboratório hoje. Este é Alfonso.

— Oi, Alfonso — quinze garotas dizem em coro antes de caírem na risada.

— Fico feliz que tenha vindo. — Uma mulher com um jaleco tie-dye se aproxima. Seus óculos de proteção estavam no topo de sua cabeça, fazendo o papel de uma faixa em seu cabelo curto e grisalho. Ela estava usando um tênis Converse e uma camiseta de um cachorro da raça Dachshund.

— Eu também — Anahí sorri. — Alfonso, esta é Esther. Ela é bioquímica e dirige as coisas aqui na DIY AHA. Esther, este é meu amigo Alfonso.

Ela vacilou um pouco ao falar "amigo". Fico egoisticamente feliz por ela não ter um rótulo fácil para classificar o nosso relacionamento.

— É um prazer — eu digo, apertando a mão estendida de Esther.

— Acho que não temos tempo para que eu dê uma olhada nos dados? — Anahí pergunta a ela.

Miss Independent - Adapt AyA [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora