Beatrice Fontenelle
— Tem certeza que precisa ir, irmã?— Marco perguntou enquanto me ajuda com as minhas malas.
Minha casa finalmente ficou pronta a cerca de duas semanas, e eu preciso admitir que o Henrique foi bastante útil nesse adiantamento visto que se auto responsabilizou por adiantar a obra. Ele se mostrou incansável acompanhando toda a obra e se encarregou de dispensar os inúteis por mim.
Realmente ele foi bem útil nessa demanda, a obra já estava se arrastando por semanas e sem previsão para acabar.
— Tenho sim irmão, não se preocupe estou indo para o outro lado da rua.— Respondi com um sorriso no rosto, eu amo passar o máximo de tempo com a Ana, meu irmão e meus sobrinhos, mas daqui dois dias meus pais, meu tio e a nova esposa chegam de viagem, com os meus pais de volta a casa vai ficar muito pequena e eu gosto de preservar o meu espaço.
— Tudo bem, como é para tão pertinho eu deixo.— Ele retrucou também sorrindo.
Os seguranças levaram minhas coisas para a minha casa, mas não chegaram a entrar, pedi que deixassem no rol de entrada logo depois do jardim da frente, conhecendo o Henrique como eu conheço posso apostar toda a minha fortuna que ele está me esperando em casa e como aceitei ter uma relação com ele não é nada estranho ele estar aqui.
No entanto não quero enfrentar comentários maldosos, ao menos não ainda, não quando sei que isso não vai passar de uma longa despedida entre nós.
— Grazie pela ajuda rapazes.— Agradeci aos seguranças de meu irmão e os dispensei, ainda não arranjei a minha própria tropa e no momento não é tão necessário, afinal tenho o chefe da segurança em pessoa para me defender.
Olhei na direção do longo corredor de arbustos que leva ao meu jardim dos fundos e vi o Henrique saindo do meio das plantas com um sorriso travesso no rosto. Olhei sorrateiramente em volta preocupada que alguém da minha família possa nos ver, Dom e Stella moram a apenas duas casa de distancia da minha, eles dois já retornaram da Argentina e com boas noticias, eles aceitaram ser nossos aliados para o próprio bem, e o meu irmão logo a frente, para evitar o risco de ser flagrada em uma situação impossível de explicar eu abri imediatamente a porta e o mandei entrar.
— Vai mesmo me tratar como o seu segredinho sujo?— Questionou assim que passou para a minha sala.
Tudo ainda está meio fora de lugar, as empregadas fizeram o melhor para colocar tudo em ordem para a minha chegada, mas ainda preciso decidir onde vão ficar as coisas com mais precisão.
Ao menos está tudo limpo e adequado para ser moradia.
— Você é o meu segredo Henrique, sabe disso, foi o que combinamos.— Respondi dando de ombros completamente despreocupada com o peso das minhas palavras por que para todos os efeitos eu sempre fui ensinada que a verdade é sempre melhor do que uma bonita mentira.
— Não precisa ficar me falando isso, parece que sente prazer em pisar em mim.— Ele disse suspirando e sentando no meu sofá logo em seguida. — Vim para te fazer uma surpresa, comemorar que finalmente está com mais privacidade e tudo o que me oferece é mais distanciamento.— Henrique disse parecendo, talvez pela primeira vez na vida, um homem vulnerável, como se a minha distancia o fizesse sofrer cada dia mais e isso fez o meu coração doer, inegavelmente.
A verdade é que eu não acredito que estou distante dele, não da forma que estou sendo acusada pelo menos, no nosso convívio particular estamos agindo como um casal de verdade.
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Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle
Romance⚠️ ESSE É O TERCEIRO LIVRO DE UMA SERIE, SE NÃO QUISER SPOILER DA UMA CONFERIDA NO VOLUME 1 E 2⚠️ Bea preferiria morrer antes de admitir que sempre teve uma paixonite platônica por Henrique, o chefe da segurança. Morreria dez vezes para não precisa...