Capítulo 32

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Henrique Moretti


— Que bonito hein Moretti, não acha que dormir ai com ela já é abuso?— Acordei com a voz do senhor Giuseppe.

Bom, para ser sincero eu acordei foi com o sacolejo que ele me deu, o que concequentemente acordou a Bea também uma vez que estamos completamemente grudados.

— Desculpe senhor, eu estava muito cansado.— Respondi engolindo em seco enquanto me levanto e tento parecer o menos amassado possivel. Caramba eu estou só o pó.

— Pai, não fala assim com ele, ele ficou até assustado.— Bea repreendeu o pai e eu tentei meu maximo para não rir e falhei miseravelmente. Em realidade eu não tenho conseguido parar de sorrir mesmo tendo levado um susto e tanto quando o senhor Peppe me acordou, parece que dormi com um cabide na boca.

— Eu prometi para a Natasha que iria aceitar que você cresceu, mas ver vocês atracados não faz bem para a minha pressão.— Comecei a ficar um pouquinho nervoso, não vou mentir. Sou o chefe da segurança que foi nomeado para a liderança de Marco, mas isso não me impediu de crescer ouvindo os comentarios sobre o poderoso Giuseppe Fontenelle, o impenetravel e o impiedoso capo da mafia italiana. Eu ouvi as historias, sua crueldade em muito é mais branda que a do seu filho, mas ainda assim seria capaz de arrepiar os cabelos inexistentes de um careca!

— E você não está cumprindo sua promessa querido.—  Dona Natasha advertiu sorrindo, levantando sua netinha no colo.

A garota é o completo oposto do irmão, enquanto ela é doce e calma ele mais  parece um foguete com pilha extra.

— Ei, você vai ser meu tio agora?—  Falando em Rael, ele surgiu em baixo de mim dando soquinhos na minha perna para chamar minha atenção.

—  Oi carinha, eu vou ser sim, tudo bem por você?—  Perguntei me abaixando para ficar do tamanho dele.

Rael colocou o indicador no queixo como se estivesse pensando em sua resposta.

—  Vai me dar treinos extras?—  Peruntou astuto e eu assenei com a cabeça.

—  É claro que sim.

—  Filho, o que nós conversamos sobre ficar barganhando com a familia?—  Marco perguntou para o filho como se essa tal conversa tivesse sido um topico recente.

—  Disse para eu não fazer pappa.

—  E então por que está fazendo?—  Dessa vez quem fez a pergunta foi a Ana.

—  Por que ele quer casar com a minha tia, e os treinos extras vão me ajudar a ser melhor que o pappa um dia. —  O garoto respondeu como uma miniatura de adulto.

—  Ele tem um ponto.—  Marco respondeu começando a concordar com sua prole.

—  Bem vindo tio Henrique.— Eu ri com a expressão garoto mas agradeci a recepção. Depois eu monto umn treinamento adequado para um garoto de quatro anos.

— Grazie piccolo. 

— Gente, muito bom que o Henrique foi bem recebido e tudo, mas e a Stella, como está? Ninguem me fala nada dela desde que acordei.—   Bea questionou e para ser bem sincero eu também não sei absolutamente nada sobre ela ou sobre a criança. Para ser mais sincero ainda eu nem mesmo perguntei.

Isso pode me fazer parecer muito egoista, mas eu estava focado demais na saude e na recuperação da Beatrice para me preocupar com qualquer outra coisa, assim como o Domenico com sua esposa e seu filho, duvido muito que ele tenha saido de perto deles em algum momento nos ultimos dias.

— O bebê está com algumas debilidades por ter sido literalmente arrancado do utero antes da hora, isso fora a desnutrição e as queimaduras de cigarro que ainda não sararam, mas tirando isso ele esta reagindo bem aos estimulos na incubadora, eles decidiram dar ao garoto o nome de Riven. Já a Stella enfrentou problemas maiores, a cirurgia foi de emergencia, tinha o risco de morte que o Dom precisou assinar, mas grazie Dio tudo correu bem, a hemorragia foi controlada, a barriga devidamente costurada e novamente grazie Dio eu e ela temos o mesmo tipo sanguineo, pude doar sangue o bastante para que ela se normalizasse, só não pode andar ainda.—  Marco fez um breve relato e apenas com isso eu imagino o quanto o Dom deve estar enfurecido com toda essa situação.

—  Não quero interferir em suas escolhas Marco, mas não acha que o Domenico tem direito a matar o Nicco? —  Sugeri olhando para o meu chefe e futuro cunhado, que depois de ponderar um pouco sobre o assunto acabou assentindo levemente.

—  Vou perguntar ao Enzo se ele também não tem interesse na tarefa, afinal ficou anos naquele cativeiro sendo fatiado diariamente como um presunto. Pode ser que ele queira participar.— Marco respondeu para mim e todos acabamos concordando de certa forma, por que se formos parar para pensar de forma abrangente todos nós temos razões para participar da morte daquele infeliz.

Eu mesmo adoraria ver seu sangue escorrendo em minhas mãos, e nem toda crueldade do mundo seria o bastante para equiparar o tanto que ele me fez sofrer por medo de perder a Bea, mas ainda assim eu me sinto contente o bastante por saber que não importa a quem essa tarefa será atribuida, o fim será o mesmo. Ele nunca mais vai ser um problema depois de ser esmagado como a barata nojenta que ele de fato é.

— Por mim tanto faz, contanto que ele sofra muito.—  Bea comentou recostando as costas na cama.

Me apressei indo para o seu lado na tentativa de deixar seu repouso o mais confortável possivel.

— Precisa de algo? Quer comer alguma coisa?—  Perguntei voltando minha atenção por completo para ela, pouco me importando de estar sendo observado por todos da sua familia, faltando apenas os seus primos.

—  Eu estou bem querido, não se preocupe. E tudo o que eu quero comer eu acho que medico nenhum vai deixar.—  Ela respondeu rindo e fazendo um carinho suave no meu braço me fazendo sorrir de volta para ela como um bobo apaixonado.

Mas quem eu quero enganar? Eu sou um bobo apaixonado!

Não consigo parar de sorrir desde que ela aceitou ser minha noiva e não acho que isso vá mudar em um futuro proximo. 

Eu não queria ter me apaixonado por ela no começo, isso também é verdade, porém hoje olhando para o passado eu não mudaria avsolutamente nada. Eu tentei resistir e lutar contra esse sentimento, mas o que eu sinto por ela é algo que não pode ser tirado de mim de forma nenhuma, é algo que faz de mim quem eu sou.

Não exite um Henrique sem Beatrice, e eu não poderia ser mais feliz na vida sem ela.

Amo Beatrice com tudo o que tenho em mim, e mal posso esperar para que ela seja minha esposa.

—  É, até que eles ficam mesmo bonitinhos juntos.—  Senhor Giuseppe comentou dando de ombros e eu ri.

Uma familia fora dos padrões, e agora é também a minha familia.





AMORESSSS, PROXIMO CAPITULO VAI SER UM BONUS DA STELLA E DO DOMENICO, OK? SENTI QUE PRECISAMOS DESSE CONFORTO ANTES DE PROSSEGUIR E CONCLUIR A HISTORIA DO CASAL DO MOMENTO BEATRICE E HENRIQUE. APROVEITO PRA DEIXAR AQUI UMA PERGUNTA: DE QUEM VOCÊS ACHAM QUE VAI SER O PROXIMO LIVRO? ENZO OU LUCIEN? 

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora