Capítulo 29

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Henrique Moretti (aviso de lagrimas: peguem seus lencinhos e tentem não me matar. e mais importante que isso, continuem lendo, afinal que livro não te faz derrubar algumas lagrimas? vai valer a pena eu prometo)


Apertei a gravata também preta desejando que ela me matasse.

Eu nunca vivi momento mais dificil e mais doloroso que esse na minha vida.

A casa do Marco está repleta de flores de todo tipo, a familia optou por uma despedida pequena e simples, mas ainda assim não poderia ser feita sem a presença de alguns membros da famiglia, infelizmente.

Em sua maioria não passando de curiosos, mas ao menos ficaram em silêncio.

Senhora Natasha precisou ser amparada o tempo inteiro por senhor Giuseppe que tenta ser forte, Ana ajuda seus filhos a se despedir da tia e Marco permanece firme, mesmo quando alguma lagrima lhe escorre o rosto.

Dom não está presente, afinal sua esposa quase morreu e precisa de cuidados, mas Tom e Rute estão aqui prestando solidariedade e sofrendo, assim como os gemeos, suas irmãs e seus pais.

A dor é uma só, e ela precisa ser sentida.

Pouco a pouco cada um deles vai deixar a ferida cicatrizar, vão seguir com suas vidas e Beatrice vai ser apenas uma boa lembrança, mas eu não direi i mesmo sobre como tudo isso vai ser para mim de agora em diante por que não sei imaginar uma vida em um mundo onde Beatrice Fontenelle seja apenas  uma lembrança.

Me aproximei do caixão no meio da sala de estar e olhei para ela, a pesar da morte ter lhe tomado de mim, continua linda como sempre.

O caixão escolhido foi um branco com detalhes em dourado, Ana tomou a frente na hora da escolha por que nenhum de nós tinha condição de fazê-lo.

— É um momento muito dificil para todos nós da familia, mas a minha irmã se foi como uma guerreira, lutando pela organização e morrendo pelos que ela amava e esse é o legado dela. Nunca será esquecida e para sempre será amada minha irmã.— Marco falou diante de todos e depositou um beijo suave na testa da Beatrice, completamente imovel e inerte.

— O namorado da minha irmã gostaria de falar algumas palavras também.— Ele complementou olhando para mim e eu assenti.

"namorado".

Esperei tanto tempo para ouvir as pessoas se referirem a mim como namorado/marido de Beatrice, mas nem em mil anos eu desejaria que acontecesse dessa forma.

Depois que o obto foi registrado ele conversou comigo, querendo entender o meu desespero e o fato de eu estar a todo instante pedindo para que ele tivesse pena de mim e me matasse por que eu não tinha mais motivo para ficar vivo.

Eu não queria trair a confiança dela e contar algo que ela manteve em segredo por tanto tempo, mas eu contei. Não quis esconder, não quis camuflar meu sofrimento atrás de um " eu estou mal por que ela era uma boa pessoa".

Não.

Eu vou sofrer como alguem que acabou de perder a unica mulher a quem amou na vida, e com quem não conseguiu constuir um futuro.

Contei sobre a nossa relação para todos eles e se a Bea estivesse aqui ficaria impressionada ao contemplar que nenhum de seus familiares ficou com raiva ou coisa parecida ao saberem de tudo, muito ao contrario disso.

Falaram que teriam ficado muito felizes de abençoarem nossa união, falaram que ficam contentes por saberem que ela é e sempre será amada por mim por que eu sou parte dessa familia.

Ela ficaria muito surpresa, quase tanto quanto eu fiquei.

Eu jurava que eles me considerariam um traidor e me matariam, a essa altura seria um favor imenso.

Mas ao invez disso me acolheram e cuidam de mim.

— Existem coisas que eu gostaria de compartilhar, e a maioria delas todos vocês que conviveram com a Bea sabem. Ela era um poço de razão, nunca aceitava a premissa de que pudesse estar errada em alguma coisa, mas eu admito que era divertido. Bom, quase sempre por que não foi nada divertido quando eu passei três anos sendo ignorando por uma coisa que eu nem tive culpa de verdade. Mas ela era assim e quando me apaixonei por ela eu já sabia que seria assim, ondas de intensidade, de amor e as vezes de medo e incerteza também. Eu e a Beatrice eramos uma coisa só, meu coração de agora em diante vai seguir batendo um tum só, esperando o batimento do dela para completar. Um batimento que eu sei que nunca mais vai vir, então o meu coração vai bater pela metade. Eu amo você amore mio, amo para sempre, você nunca vai saber tudo o que eu daria, tudo o que eu seria capaz de fazer para ter você aqui comigo mesmo que fosse para brigar, mesmo que fosse para passar mais três anos sendo ignorado e correndo atrás de você como um cachorrinho. Eu não me importaria, eu queimaria o mundo inteiro para ter isso de volta. Parte de mim está indo com você hoje e o que sobra é alguem lutando para encontrar você um dia novamente. Ti amo amore mio.— Funguei puxando o ar de volta para os pulmões quando uma onda avassaladora de lagrimas me invadiu novamente.

Eu quero acordar desse pesadelo, per favore.

Os gemeos fecharam o caixão e todos participamos do cortejo funebre.

parece que estou vendo do alto a vida de outra pessoa em meu proprio corpo por que nada disso parece real.

Estou indo enterrar o amor da minha vida, as coisas não deveriam ter acontecido assim.

A nossa historia não devia acabar assim, eu preciso dela comigo.

Ela não tinha o direito de me deixar, ela não podia ter feito isso comigo.

Simplesmente não podia.

O local onde foi enterrada é lindo, uma sepultura de marmore com sua foto em uma lapide repleta de flores em cima.

— Quer um momento sozinho?— Marco me perguntou com a mão no meu ombro e eu confirmei com a cabeça agradecido.

Ele está tentando ser forte por toda a familia, tentando desesperadamente segurar as pontas por todos, quando eu sei que ele está destruido por dentro. Seus olhos vermelhos e inchados são indicativo mais que o suficiente, não que os meus estejam diferentes.

— Como você foi capaz de me deixar assim hein? Por que fez isso? Você não encherga que não existe Henrique sem Beatrice?— Questionei me sentando no chão, bem ao lado do tumulo, como se ela pudesse mesmo me ouvir.

— Não sabe o quanto eu peço por uma nova chance amor, de sermos felizes juntos, de parar de esconder o que temos e finalmente viver a nossa vida juntos. Não sabe o quando eu odeio estar conversando com uma pedra de marmore como se fosse você... Amore, per favore, volte para mim...



— Henrique... Henrique, acorda.— Abri os olhos devagar dando de cara com o Enzo me sacudindo e tentando me levantar do chão.

— O que houve?— Perguntei com medo da resposta.

— Você passou mal e desmaiou.— Ele disse eu tive uma imensa vontade de chorar e de gritar de alivio.

Beatrice não morreu, ela está viva!

— E a minha prima se provou uma guerreira, agarrou a vida com unhas e dentes. Acho que tem algo aqui no mundo dos vivos que ela não quer deixar para trás.— Enzo ocmentou me encarando sugestivamente como se soubesse de absolutamente tudo.

Não me importei, me levantei e sai andando atordoado.

Eu preciso vê-la.






Fiz dois capitulos por que preciso ocupar a mente o maximo possivel, e este em especial eu fiz desejando que no fim tudo também seja um pesadelo para mim e que meu vozinho esteja vivo. Enfim, sofram o funeral de Beatrice Fontenelle, mesmo que elenão tenha passado de um pesadelo terrivel

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora