Capítulo 35

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Henrique Moretti

Deixei Bea deitada na cama depois de dar a ela um dos remedios para dor mais fortes que o medico lhe receitou. Ele geralmente a faz dormir, e isso de certa forma me deixa mais tranquilo em me ausentar por sabe-se lá quanto tempo.

Faz uma semana que elas tiveram alta do hospital, e nesse meio tempo todas as atenções estão voltadas para a saude e segurança dos três, o senhor Giuseppe até mesmo tem me permitido dormir aqui visto que segundo ele é muito mais seguro eu estar com ela debaixo do teto dele, do que estar completamente sozinho com a filha dele na casa dela.

Deve ser dificil para ele aceitar que ela cresceu e que nós vamos nos casar.

E mais dificil ainda entender que ela é uma mulher. A minha mulher.

— Tem certeza que querem faszer isso hoje? — Stella perguntou colocando seu bebê em um bercinho improvisado no quarto de visitas, ao menos nessews primeiros dias o Domenico imaginou que precisariam de toda ajuda possivel  e não quer de jeito nenhum colocar alguma pessoa estranha dentro de casa, assim sendo a opção mais viavel é a que colocamos em pretica, ficamos todos aqui na casa do Marco até que não seja mais necessario.

— Estrelinha, já adiamos por tempo demais, eu não consigo ter uma noite de sono decente por que toda vez que eu fecho meus olhos vizualizo que ele ainda e4stá vivo.—  Dom respondeu a sua esposa e eu concordei mentalmente, mas precisei pedir que ele falasse mais baixo para não acordar a Beatrice no quarto ao lado, ontem ela teve um pesadelo horrivel e demorou muito para pegar no sono de novo.

—  Desculpe atrapalhar, mas temos que ir Domenico, temos horario e você está falando alto demais e pode acordar sua prima.— Falei chamando a atenção deles para mim.

— Duvido muito disso depois da dose cavalar de medicamento que ela anda tomando, você só está sendo super protetor.—  Retrucou revirando os olhos mas mesmo assim me acompanhou para fora.

Os outros já estão no galpão começando as seções de tortura intensa para adiantar os trabalhgos, eu e o Domenico ficamos para medicar as duas teimosas antes de ir.

—  Estão em qual galpão mesmo?—  Perguntou assim que entramos no carro.

—  No Scorpios.—  Respondi e ele pisou fundo no acelerador, definitivamente empolgado para dar fim a isso de uma vez por todas.

Não julgo, eu também quero desesperadamente ver o Nicco morto para finalmente poder me concentrar em algo bom.

Eu nunca tive absolutamente nada na minha vida que fosse realmente bom antes da Beatrice, tudo o que eu conhecia e tudo o que eu fazia era trabalhar continuamente e sem descanso, dia apos dia achando que essa era a forma certa de viver, seguindo no automatico sem saber onde iria parar.

Agora que eu vejo que a vida é muito mais que isso eu realmente acredito que mereço aproveitar essa fase. Cazzo, eu mereço me concentrar nos preparativos do meu casamento, eu mereço ter pelo menos um pouco de vida normal, ao menos o mais normal possivel para aguem como eu. Nunca tive vontade de me tornar um civil como as irmãs dos gemeos fizeram, mas eu quero poder de vez em quando ter algo simples e tranquilo na vida, e essa fase só vai chegar para mim quando aquele desgraçado estiver morto.

— Tá pensando em quê?— Dom me perguntou quando nós fomos estacionando perto do gapão Scorpios.

 — Em como eu quero que você o mate logo. — Respondi sem rodeios fechando a porta do carro.

— Estamos pensando na mesma coisa.—  Ele respondeu enquanto entramos lado a lado no galpão.

Daqui ainda não se ouve muito os gritos dele, mas isso se deve a proteçãoacustica que o senhor Giuseppe instituiu em todos os galpões da famiglia a muitos anos por privacidadee, ele é muito cruel, é verdade, desempenhava seu trabalho como ninguem, mas ainda assim não gostava muito que as atividades privadas pudessem ser ouvidas a uma longa distância.

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora