Capítulo 25

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Henrique Moretti


Passaram dois dias desde que escolhi as equipes, amanhã mesmo já iremos realizar a missão e eu estou ansioso.

Nicco não tentou nenhum contato conosco nesse meio tempo então é possível notar que tudo o que ele deseja com tudo isso é atormentar os nossos pensamentos, e não alguma vantagem especifica.

Ele deve achar que a essa altura não precisa mais barganhar para conseguir algo de nós.

Tenho me preparado em casa mesmo, os soldados de observação me relataram que o movimento na casa é muito pouco e que a pesar de altos gritos de mulher tudo parece em ordem na medida do possível.

O que me preocupa realmente é que um deles teve a impressão de ter ouvido um choro de bebê ecoando pelo local. Será que o filho do Domenico nasceu naquele cativeiro?

Per Dio, espero que não. Decidi não comentar com o subchefe, afinal somos todos forçados a admitir que nesse caso a ignorância é uma dadiva. Ele saber de algo que nem mesmo foi confirmado só causaria um problema ainda maior.

Desliguei a televisão e fui para a cozinha da minha casa afim de preparar alguma coisa para me alimentar, tenho que admitir que estou bastante disperso e descuidado com a minha alimentação ultimamente, não que isso me cause preocupações, faço exames frequentes de checagem com os médicos da famiglia, o Marco disponibilizou para mim o mesmo medico que cuida de todos os membros de sua família, então posso apostar as minhas duas mãos no fogo que se tivesse algo errado com a minha saúde eu saberia.

Mas como nem sempre se pode viver de fast food eu decidi fazer uma macarronada simples.

Enquanto a massa cozinha na panela a campainha da minha casa soou me fazendo ter um leve sobressalto.

Não estou esperando ninguém.

Franzi a testa desconfiado e peguei a minha pistola em cima da mesa lateral do corredor a caminho da porta, a abri com cautela com a arma em punhos, porém logo depois que vi quem é eu a abaixei novamente.

Beatrice.

É surpreendente que esteja aqui é claro, mas não o tipo de surpresa que eu precise estar armado.

— Posso entrar?— Perguntou retorcendo as mãos uma na outra enquanto alterna o olhar entre o meu rosto serio e inexpressivo e os seus pés.

São mais de nove da noite. Não consigo pensar em nada que possa ser razão boa o bastante para ela estar aqui.

Mesmo assim abri espaço para que entre, seja lá o que for a razão dessa visita não e bom que bisbilhoteiros possam a ver na porta da minha casa.

Dio sabe que não a quero a mercê do escrutínio da famiglia. Eles podem ser bem cruéis quando querem.

— Já comeu ou quer jantar comigo?— Questionei completamente polido, como se tudo não passasse de amenidades e eu não estivesse me roendo de curiosidade para saber o motivo de sua visita. Me esforcei para transparecer calma e um pouco de indiferença também.

— Aceito jantar, se não for incomodar muito.— Respondeu  e eu dei de ombros gesticulando na direção da cozinha para que ela siga até lá e assim o fez. A essa altura a massa do macarrão deve estar o ponto, momento em que o molho já deveria estar sendo temperado. 

Ainda bem que eu tenho uma tigela de molho congelado, ou tudo o que restaria do meu primeiro jantar descente em semanas seria pouco mais que uma papa melecada e sem sabor.

Eca. Só de pensar nisso já me embrulha o estomago.

— Você tem vinho ai? Pode ser um jantar como antigamente já que está preparando o mesmo tipo de massa.— Beatrice perguntou e me relembrou um pouco do nosso passado, pouco antes do grande mal entendido se instalar entre nós.

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora