Capítulo 27

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Beatrice Fontenelle

Henrique vai acabar entendendo que eu o amo, sei disso.

Não planejo esconder a nossa relação, isso nem me passou pela cabeça quando decidi ir atrás dele e falar abertamente o que eu sinto, fiz isso por que passei tempo demais me atormentando com pensamentos, imaginando que ele poderia se apaixonar por outra pessoa e tendo a certeza de que eu nunca deixaria de ama-lo.

Per Dio, eu sei que fui eu quem primordialmente estragou com tudo não só uma como duas vezes, tenho essa noção, mas eu quero que tudo seja diferente agora.

Sem pressa, sem trocar os pés pelas mãos.

Por isso sugeri que nós nos ajustassemos antes de tornar a nossa relação pública.

— Acha que precisamos esperar eles entrarem primeiro?— Lucien questionou enquanto espia por uma brecha na porta dos fundos.

Fiz o mesmo que ele e contei pelo menos seis soldados andando de um lado para o outro, mas um deles em especial está parado em uma porta que eu imagino ser onde a Stella está.

Ou talvez o próprio Nicco.

— Com certeza, ao som dos primeiros tiros nos entramos.— Assim que calei a boca ouvi a porta da frente sendo arrombada com um chute e sorri. Eu amo a dramaticidade dessa família.

Dei espaço para o Lucien fazer o mesmo com a porta dos fundos para entrarmos.

— Eu senti muita falta disso!— Comemorou gargalhando quando derrubou a porta em um chute só.

A partir daí foi meio que um grande borrão com todos nós, amigos e inimigos nos movimentando com rapidez, desviando de balas e tentando impedir que o outro lado alcance mais munições.

As minhas acabaram rapidamente, mas ao menos consegui matar uns quatro, precisei partir para o confronto corpo a corpo mas isso não me intimidou. mesmo o meu rival tendo praticamente o dobro do meu tamanho e da minha massa corporal.

Por sorte as balas da pistola dele acabaram e ele deve ter pensado que seria brincadeira de criança acabar comigo no soco dada a minha baixa estatura.

Um erro bem comum me subestimar.

Abri um sorriso e com um impulso na perna do Lucien eu consegui alcançar altura o bastante para passar uma de minhas pernas pelo pescoço do homem que a segurou e deferiu alguns socos contra ela.

Alguns bem fortes, mas não é problema.

Balancei o corpo algumas vezes para usar a gravidade ao meu favor, na quinta vez me balançando eu consegui aplicar pressão o bastante para puxar e derrubar o meu combatente no chão em um baque forte.

Aproveitei a temporária fraqueza do meu rival para dar uma conferida geral no cenário. No contexto amplo nós estamos vencendo e isso é bom, mas não sem esforço.

Todos já abandonaram suas armas, uns por falta de munição e outros por poder acabar com o inimigo na força do próprio punho. Cada um com suas necessidades e preferências.

Voltei minha atenção para o meu processo e continuei espancando o homem que segue reagindo.

— Morre de uma vez, cacete!— Reclamei e como se fosse a deixa perfeita um tiro atingiu a cabeça do referido homem em minha frente.

Ele se tornou uma grande poça de sangue gosmento.

Franzi a testa e ergui a cabeça esperando ver alguém da minha família com um sorriso travesso no rosto, quase me exigindo um agradecimento formal, mas para meu desespero tudo o que eu encontrei foi o Nicco com a arma ainda fumegante em mãos.

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora