Capítulo 23

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Beatrice Fontenelle


— Calma, Ana. — Meu irmão saiu para começar ás buscas pela Stella, ele decidiu presidir todas as investigações e me pediu para ficar aqui com a Ana enquanto o medico lhe dá alguns pontos na cabeça.

A minha cunhada ficou tão desolada quando acordou que simplesmente não para de se culpar pelo acontecido, tanto que eu posso apostar que quase não precisava de anestesia, ela não está sentindo absolutamente nada.

— Acaba logo com esses ponto pelo amor de Deus, eu preciso ir ajudar.—  Ela pediu para que ele adiantasse seu trabalho, como o pobre homem já está mais que acostumado com os nossos rompantes nem se moveu para acabar mais rápido.

Ana teria que aceitar o tempo que levaria sem reclamações. Ou com reclamações, tanto faz, o fato é que ele não seria apressado. 

— Ana, você está ferida, não vai poder ajudar.—  Adverti sabendo que se eu estivesse no lugar dela também não iria ligar de estar ferida ou não.

—  Foi um cortezinho de nada, Bea. Caramba, eu devia ter sido capaz de proteger a Stella, ela está quase tendo um bebê, e o que foi que eu fiz? Isso mesmo, fui facilmente  neutralizada como uma imbecil.—  Ana disse passando a mão nervosamente pelo pescoço, como se isso fosse adiantar de muita coisa. 

Bom, dizer que ela foi facilmente neutralizada é um grande eufemismo  por que enquanto ela estava apagada nós conseguimos acessar as câmeras de segurança do local em que foram emboscadas, e foi muito difícil eles neutralizar a Ana. Ela lutou, bateu, atirou, mordeu e se debateu com ferocidade, fez de tudo para proteger a amiga que mesmo com um barrigão imenso conseguiu deferir alguns socos com uma das mãos enquanto a outra ficava protegendo a barriga. A cena foi forte e perturbadora para o Domenico, mas o fato que realmente precisa ser apreciado é que elas lutaram e não se entregaram.

Foram mais de cinco soldados adversários, e só conseguiram capturar a Stella depois de apagar a minha cunhada com uma coronhada na cabeça e depois de apontar um revolver para a barriga da minha amiga.

Ela foi caminhando até o carro guiada pelo instinto materno, sem querer fazer nada que pudesse colocar a vida do pequeno neném em risco.

— Vamos encontrar a Stella, não se preocupe, mas o Rael ficou muito preocupado de te ver daquele jeito Ana, fica aqui com ele e com Stacy. —  Pedi e quando falei dos seus filhos, especialmente sobre o desespero do Rael ela pareceu pensar com mais clareza sobre o assunto.

As crianças já tem que conviver diariamente sabendo que o pai delas está em constante perigo, sabendo que não podem ir sozinhos a lugar algum, até mesmo na sala de aula da escola do Rael um dos soldados precisa ficar, então eles precisam do conforto de saber que ao menos a mãe está a salvo.

—  Ah  Dio, meu menino. Não deviam ter deixado ele me ver duele jeito.—  Ela comentou deitando a cabeça no encosto do sofá depois de finalmente terminar de ser suturada.

—  Não houveram formas de evitar. Mas fique tranquila, tudo vai se resolver.—  Falei em duvida se estou dizendo isso para ela, ou para que o meu próprio coração se acalme e se convença. 

Grazie Dio que diferente dela eu tenho toda a liberdade para estar na missão de buscas. Não tenho filhos que me façam ter medo do perigo.

Me levantei, fui até a cozinha, servi uma macarronada que ela mesma fez antes de sair com a Stella e levei para ela, pelo que sei ela perdeu muito sangue e precisa se alimentar antes que comece a passar mal e talvez desmaie novamente.

Preciso encontrar o grupamento, então não posso me preocupar com ela.

— Agora preciso ir, vou encontrar os outros no nosso centro de inteligência.—  Me despedi da minha cunhada e sai de casa andando mesmo, por que assim como todas as outras principais dependências da nossa famiglia, a central de inteligência fica na mesma rua que nossas casas.

Maldita Perdição - Livro 3 da Série: Família Fontenelle Onde histórias criam vida. Descubra agora