Capítulo 213: Chefe está na ativa novamente

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POV Luna

As meninas se entre olham até Renata ser a primeira a se manifestar.

— Puts! Adoraria, mas Spok está estranho comigo desde ontem e preciso resolver isso. — Renata responde já com o celular nas mãos.

— Não estou com ânimo para enfrentar a polícia e preciso terminar de aperfeiçoar um sistema de corridas ilegais para uma amiga, vou passar dessa vez. — Priscilão diz enquanto se retirava da sala.

— Alicia e eu combinamos de ir ao centro ver uns carros novos que chegaram na concessionária. — Maju avisa animada.

— Sério? Vão deixar nós duas sozinhas nessa? — Gabi encarava Alicia e Maju.

— Vou com vocês. — Um silêncio por alguns segundos e todas observavam a Cristal em dúvida se foram enganadas pelos próprios ouvidos. — O que foi? Precisam de mais gente para ir com vocês e como a Luna disse, preciso assumir o meu posto.

— Também vou. — Preciso a proteger, só isso passava nos meus pensamentos.

— Ótimo! Chefe está na ativa novamente. — Gabi comemora, mas dava para perceber que também estava preocupada.

— Vamos nos armar? — Ivete pergunta sem ter certeza do que fazer.

Cristal se levanta e caminha sem pressa até a adega onde guardamos o armamento. Gabi, Ivete e eu a acompanhamos em silêncio e Renata, Alicia e Maju nos observávamos na distância.

— É só uma pistola, colete e munição, né? — Cristal separava o equipamento e apenas confirmo enquanto pegava a minha arma.

— Vamos ficar todas na loja ou querem que alguém fique do lado de fora para passar as informações? — Gabi pergunta enquanto ajeitava o colete no corpo.

— Quer ficar comigo do lado de fora? — Questiono Cristal.

— Prefiro ficar dentro. — Ela afirma sem hesitar.

— Certeza? — Gabi pergunta rapidamente como um susto. — É que dentro, tem mais chances de ter que trocar tiro com a polícia. Às vezes ficar fora é mais tranquilo, principalmente em dupla. — O silêncio transmitia a confirmação que precisávamos.

— Podemos ir à loja próxima ao lago, o dono é um cara nojento. Só de lembrar do cheiro dele já me dá ânsia. — Ivete ajustava algo na mira duma pistola azul com assas de anjo rosas no cano.

— Boa ideia, lá é bem movimentado, então o caixa e o cofre devem estar cheios. — Gabi estava animada enquanto escolhia entre duas bandanas prateadas, uma com detalhes de pequenas caveiras pretas e a outra possuía um sorriso costurado em alto-relevo. — Vamos fazer a nossa configuração infalível, Ivete?

— Claro, garantir a vitória. — Ivete ri e sai da adega. — Vou esperar vocês no estacionamento.

— Infalível? — Olho curiosa para Gabi.

— É, Ivete fica na porta do depósito e eu fico escondida atrás do caixa. Assim conseguimos atirar cruzadas em quem tentar entrar na loja. — Gabi explica e percebo Cristal sair da adega.

Pego a minha bandana vermelha e Gabi me acompanha até o estacionamento. Tiro a minha Urus da garagem e sento no banco do motorista. Cristal hesita em se sentar ao meu lado, mas Ivete e Gabi se sentam rapidamente nos bancos de trás e sobra o lugar do passageiro para ela. Não demoramos muito na estrada e durante o caminho Ivete explicou onde cada uma se posicionaria.

— Então quer que eu fique no topo de um pequeno prédio em frente à loja enquanto a Cristal vai ficar com a Ivete no depósito e a Gabi atrás do caixa? — Confirmo o planejamento dela.

— Sim, vou ficar na porta e a patroa no fundo, para o caso de algum dos policiais me acertarem. — Ivete resume o que poderia acontecer.

— Entrem na frequência 996 do rádio para nos comunicarmos durante a ação. — Aviso antes que a confusão comece.

— Prontas para começar o show? — Gabi diz animada assim que estaciono na frente da loja.

Observo duas pessoas nas prateleiras dos produtos e um homem sujo de regata rasgada marrom e um boné vermelho encardido. As meninas e eu colocamos as bandanas e antes de sair do carro percebo as mãos da Cristal tremerem ao segurarem a pistola. Ivete rendeu as pessoas que estavam nas prateleiras enquanto Gabi mandava o homem asqueroso esvaziar o caixa. Ajudo Ivete a pegar os itens de valor dos clientes e logo os libero com a ordem de não voltarem ali. O dono da loja estava nervoso e balbuciava algo propositalmente de forma que não conseguíssemos compreender.

— Quer falar algo? — Ameaço com a arma apontada para cabeça dele que apenas nega. — Então faz silêncio que não quero ouvir a sua voz de merda. — Ele me fuzilava com o olhar.

Gabi termina de esvaziar o caixa e vai com a Ivete para o depósito onde abririam o cofre. Acompanho o homem para fora da loja, mas antes de sair peço para Cristal, a qual parecia perdida entre as prateleiras, ir até às meninas. Ordeno o cara a correr e o observo sumir da minha vista antes de me posicionar como combinado com as meninas.

Rádio ligado.

(Luna): já estou no meu lugar e consigo ouvir uma sirene a distância. Como está a situação aí?

(Gabi): Ivete já abriu o cofre e dividimos a grana nas nossas mochilas. Vou me posicionar.

(Ivete): avisa qualquer sinal de pula.

(Luna): pode deixar, consigo ver pelo menos um quarteirão de cada lado da loja, ninguém consegue entrar sem que eu perceba.

(Gabi): dá tempo da gente fugir com a grana antes deles chegarem? — Percebo uma ROCAM se posicionar na esquina à esquerda da loja.

(Luna): não, pela movimentação das motos, já fizeram um cerco no quarteirão. Algum vizinho fofoqueiro deve ter nos vistos entrar.

(Ivete): então vamos meter bala nesses merdas. — Ela ri animada.

Rádio desligado.

Pego o meu celular e mando uma mensagem rápida para Ivete.

Mensagem ligada:

Conversa privada com Sapatenis ligada:

(Luna): cuida da Cristal, ela não me parece bem com a situação.

(Ivete): nem se preocupa, não vão chegar nem perto da patroa.

(Ivete): relaxa a cabeça e deixa comigo, mais protegida que isso impossível kkkkkkkk.

Conversa privada com Sapatenis desligada.

Mensagens desligadas.

Nem a distância nos separa (Continuação)Onde histórias criam vida. Descubra agora