17º-Nova vida

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 We know full well there's just time

(Sabemos muito bem que ainda à tempo)


So is it wrong to dance this line?

(Então, é errado dançar esse verso)


If your heart was full of love

(Se o seu coração estivesse cheio de amor)


Could you give it up?

(Você desistiria?)


  Not about angels- Birdy



 -Familiares de Beatrice Payne?- todos nós corremos até ele e recebemos um olhar triste do médico.


  -Como está a minha mãe?- a minha voz saiu tremida mas de alguma forma eu não precisei de ouvir a resposta do médico...


  -Eu lamento! Ela teve um ataque de coração e ela não agentou.


  Os meus joelhos embateram no chão e eu tentei gritar mas nada saiu da minha garganta, apenas soluços por causa do choro intensivo.


  Ouvi vozes a chamar por mim e alguém tirou o meu corpo do chão, mas a minha voz não saia e o meu cerebro não conseguia processar o que acontecia à minha volta. Ela estava morta. A mulher que me criou tinha partido e eu nem se quer me tinha despedido. Eu não a tinha levado a ver a Torre Eiffel tal como lhe tinha prometido.


Ela nunca veria os meus filhos nem me o meu casamento. Eu estava sozinha!


(...)


  -Mary, abre a porta. Precisas de comer!- tinham-se passado cinco dias, eu acho. O meu irmão e as minhas amigas tentaram-me tirar deste quarto mas eu apenas o fiz para ir ao funeral da minha mãe onde vi Niall ao longe, mas quando este se tentou aproximar eu apenas fugi.


  Ele também tem aparecido aqui, tentando me ver, mas eu nunca lhe respondi.Talvez eu devesse ter morrido juntamente com o meu pai e o meu irmão. Liam teria ficado com a minha mãe e teria lhe dado uma vida melhor da que eu lhe dava. Ela teria médicos melhores e todos os medicamentos de que necessita. Porém agora é tarde, ela está morta e a culpa é minha. Eu matei a minha mãe. E eu irei matar todos os que estão à minha volta, porque é isso que eu faço. Eu destruo as pessoas. Eu destruí-me.


(...)


  -Roma?- o meu irmão gritou recebendo uma repreensão da ex-namorada.


  -Tens a certeza Mary?- perguntou Cary e eu assenti.


  -Liam eu vou e nada me vai fazer mudar de opinião, ok?- o meu irmão concordou sabendo que nada me poderia fazer mudar de ideias.


  -E o Niall?- perguntou ele enquanto eu virava costas. O meu corpo estacou durante dois segundos mas logo retumou o seu percurso e fingi que não ouvi o que ele disse. Dia seguinte...


  -Nós podemos te levar ao aeroporto Mary!- ofereceu Cary mas eu neguei.


  -Eu vou sozinha. Depois eu ligo quando chegar lá.- prometi mas eu sabia que nunca ligaria. Eu precisava disto, de distância.


  Depois de me despedir de todos apanhei um táxi que me levaria ao aeroporto onde apanharia um avião até Nova Iorque, longe de Roma, deles todos e principalmente de Niall.


  Tinha de começar uma nova vida, mas, principalmente, tinha de parar de destruir a vida de Niall.

Prostituta// N.H.Onde histórias criam vida. Descubra agora