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Tá, isso pode parecer uma grande idiotice, mas decidi tentar fugir, pelo menos para ir até a delegacia e denunciar o meu "sequestro"

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Tá, isso pode parecer uma grande idiotice, mas decidi tentar fugir, pelo menos para ir até a delegacia e denunciar o meu "sequestro". Já eram 3 da manhã e eu não tinha saído desse quarto absolutamente para nada. Vi Gustav entrar aqui umas 4 vezes para me trazer comida e ouvi vozes vindo do corredor. Bem, espero que nesse horário todos estejam dormindo! Eles podem ser assassinos, mas não são morcegos, né?

Calcei meu tênis e prendi meus cabelos num coque frouxo, deixando alguns fios soltos. Caminhei em direção à porta, torcendo para que tudo desse certo. Abri devagar, tentando evitar qualquer barulho, já que a casa era grande e poderia ecoar. E, por incrível que pareça, consegui! Andei na ponta dos pés pelo grande corredor até chegar às escadas, descendo lentamente. Meu celular estava com apenas 5% de bateria e a qualquer momento poderia acabar, levando embora a minha única fonte de luz. Mas não tenho tanta má sorte assim, não é?

Finalmente, passei pela salinha central e cheguei à porta de saída, sorrindo com a vitória em minha mente. Estendi a mão para girar a maçaneta dourada, fazendo com que a porta se abrisse facilmente. Tão fácil?

- O que está fazendo? - escutei uma voz rouca, fazendo-me dar um pulo de susto. Fechei a porta novamente e virei meu rosto para olhar Tom, que estava ao meu lado com o braço apoiado na batente, observando-me. É claro que não seria tão fácil.

- É... - olhei em volta, tentando achar uma desculpa - Eu precisava de um banheiro.

- Mas você tem um banheiro no seu quarto - retrucou.

- Ah, eu tenho? Meu Deus, não sabia! - fiz-me de desentendida - Obrigada - fiz dois joinhas com os dedos e dei meia volta, na intenção de voltar para o quarto.

- Você sabe que não vai conseguir fugir tão fácil, né? - ele falou, fazendo-me parar e virar meus calcanhares para olhá-lo - Essa casa tem alarmes por todos os lugares. Se você pensar em abrir essa porta e sair correndo, o alarme tocará e todos irão atrás de você - ele disse, ajustando sua postura com um sorriso malicioso - Pode tentar - ele deu de ombros e caminhou em direção a uma área que não tinha porta, suponho que seja a cozinha.

Joguei a cabeça para trás, choramingando pelo meu fracasso. Podem acreditar, isso aqui é mil vezes pior do que a faculdade.

Comecei a andar em direção a onde Tom foi, batendo o pé enquanto o via apoiado no balcão, comendo um sanduíche. É isso mesmo, isso aqui é a cozinha.

- Isso é ridículo! Eu não tenho nada a ver com essa briga entre você e meu pai! - exclamei, vendo que ele não me prestava atenção e sim em seu belo lanche. - Me responda, por que estou aqui?

- Porque você é minha isca para atrair o Jake até nós - ele deu uma mordida.

- Mas ele nem liga para mim, você está perdendo tempo.

- Todo pai liga para seu filho - ele olhou para mim com deboche, enquanto eu mantinha um semblante sério, mostrando que não estava brincando. Ele me encarou por alguns segundos e voltou sua atenção para o sanduíche.

𝗗𝗘𝗔𝗧𝗛𝗦- 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora