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Eu estava deitada na cama, olhando para a tela do celular que havia desligado devido à falta de bateria

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Eu estava deitada na cama, olhando para a tela do celular que havia desligado devido à falta de bateria. Conforme o desespero crescia em meu peito, questionava a mim mesma o motivo de ter sido tão imprudente, a ponto de não ter ligado para alguém pedindo ajuda para sair daquele lugar. Sentia uma irritação profunda comigo mesma, o que se manifestou em um bufar frustrado antes de colocar o celular embaixo do travesseiro.

Decidida a afastar os pensamentos negativos, ergui-me da cama e abandonei o quarto. Percorri o caminho habitual e segui até a cozinha em busca de algo para tomar café da manhã. No entanto, ao chegar lá, deparei-me com uma mulher loira desconhecida. Ela chamou minha atenção por um breve instante, mas rapidamente tentou me ignorar fingindo que não havia me visto entrar.

Aproximei-me da mesa e, enquanto servia uma xícara de café, meu olhar retornava de forma periódica para a mulher desconhecida. Um pensamento surgiu em minha mente: será que ela é alguma namorada dos garotos? Tais palavras ecoavam internamente, deixando-me curiosa e intrigada.

Minha dúvida logo encontrou resposta quando Tom, meio sonolento, adentrou a cozinha. Com uma touca no cabelo e cara amassada. Em meio a um bocejo, ele esticou os braços, visivelmente atordoado pelo sono. Foi então que a mulher loira se aproximou dele e lhe deu um selinho, arrancando uma expressão de surpresa dos lábios de Tom.

Observei aquela cena com uma mistura de repulsa e desprezo. Não conseguia compreender como alguém poderia nutrir qualquer tipo de sentimento por um homem como Tom. Para mim, ele era um verdadeiro idiota e babaca. Sentia pena por qualquer mulher que se aproximasse dele, pois geralmente isso acabava em tragédia.

Decidindo ignorar aquela visão desagradável, voltei minha atenção para o café e uma torrada que havia preparado. Buscava saborear cada pedacinho da minha refeição, desejando afastar as preocupações e mistérios que me cercavam.

- Você está falando sério, Tom?! - Não pude deixar de ouvir a fala indignada da mulher, enquanto o que o homem respondeu permaneceu baixo demais para chegar aos meus ouvidos.

O som dos saltos batendo contra o chão atraiu minha atenção, levando-me a erguer ligeiramente os olhos. Pude ver a mulher pegando sua bolsa que estava na cadeira à minha frente e lançando-me um olhar furioso antes de sair do local. Mais uma vez, o silêncio se instalou, e sinceramente, não tinha vontade alguma de falar com Tom. Depois do que aconteceu ontem, meu ódio por ele só aumentou. Espero secretamente que ele tenha alcançado só desejos egoístas.

Não pude deixar de notar quando ele se sentou à minha frente, pegando a jarra de suco para se servir. Nesse momento, questionei internamente por que Bill não esta presente agora.

- Os garotos saíram - disse Tom, depois de alguns minutos, fazendo com que eu o encarasse por um momento e percebesse que ele já me observava, enquanto passava o dedo na borda de seu copo.

Revirei os olhos, concentrando meu olhar novamente na mesa, e dei uma mordida na minha torrada. Era incrível como ele conseguia agir naturalmente, como se nada tivesse acontecido. Seu cinismo me perturbava.

- Arrume-se, vamos sair! - ouvi sua voz novamente enquanto direcionava meu olhar para ele, que agora dava um gole em seu suco matinal.

- Sair? Para onde exatamente? - questionei, curiosa.

- Resolver alguns assuntos - ele respondeu, dando de ombros.

- do meu pai?

- não.

E por que tenho que ir junto? Agora estou envolvida em todos os assuntos dele, é isso?

- Ah, ótimo! Então não preciso ir, posso ficar em casa, né? - falei, deixando minha torrada em cima do prato e o encarando atentamente.

- Não, não vou te deixar aqui sozinha! Não confio em você - ele se levantou da cadeira - te dou 10 minutos, Madelyn.

Revirando os olhos com sua resposta, me levantei da mesa e segui rapidamente de volta ao quarto. Avistei minhas roupas em cima da cama, cuidadosamente arrumadas. Uma blusinha de tecido fino e uma saia jeans justa e curta estavam me esperando. Suspirei, sabendo que essas roupas eram mais provocativas do que eu gostaria. Mas mesmo assim, era melhor do que andar pelada na rua, então, sem retrucar, vesti aquelas peças, sentindo-me um tanto desconfortável. É a mesma coisa que andar pelada

Saí do quarto e caminhei até as escadas, encontrando Tom já sem aquela touca ridícula, agora apenas com suas tranças e uma bandana. Ele me lançou um rápido olhar e seguiu em direção à porta de saída. Eu o segui e entramos no carro. Me posicionei ao seu lado, mantendo o silêncio, enquanto minha cabeça repousava na janela, observando a paisagem embaçada conforme o carro avançava. Eu não fazia ideia para onde estávamos indo e a incerteza começava a surgir, considerando as palavras ácidas que soltei ontem. Talvez aquelas palavras tenham impactado Tom de alguma forma. Talvez ele esteja me levando para algum lugar sombrio. E, sinceramente? Não estou com medo.

- Miller - ouvi a voz de Tom, fazendo-me virar a cabeça em sua direção - pega o cartão que está dentro do porta-luvas.

- Você tem duas mãos.

- E ambas estão no volante - ele argumentou, e eu revirei os olhos, estendendo a mão em direção ao porta-luvas.

Ao abri-lo, meus olhos se fixaram no que estava dentro. Camisinhas? Olhei para Tom, que exibia um sorriso malicioso nos lábios enquanto mantinha os olhos na estrada. Voltei minha atenção para o porta-luvas e comecei a revirar as coisas ali até encontrar o tal cartão. Ao tê-lo em mãos, levei-o na direção do meu rosto para ler. Aquele cartão não me era estranho...

- Ei... - resmunguei - o pai do Alec trabalha aqui!

- O quê?

- Alec, meu amigo da faculdade. Seu pai é funcionário dessa empresa de marketing - expliquei, olhando para Tom - o que você vai fazer lá?

- Resolver alguns negócios - ele respondeu de forma simples.

- Resolver, você quer dizer "matar"? - falei debochadamente, o que o fez entrar em silêncio por um momento - Kaulitz!

- O que foi? A empresa foi criada com meu dinheiro sem o meu conhecimento - ele disse, aparentando indignação, mas eu o encarei confusa.

- Você está dizendo que alguém te passou para trás? - deixei escapar um sorriso entre minhas palavras, pois realmente era algo que eu nunca imaginaria desde que cheguei aqui: Tom Kaulitz sendo enganado.

- Ninguém me passou para trás, garota - ele resmungou - Eu só quero o que é meu por direito.

- Eu também, sabia? - falei ironicamente - Estamos quites!

- Não começa, Miller.

Bufei, cruzando os braços e optando pelo silêncio. Sabia que se eu iniciasse uma conversa que ele não gostasse, não acabaria bem para mim. Provavelmente, sairia com alguns hematomas. Melhor ficar calada.

𝗗𝗘𝗔𝗧𝗛𝗦- 𝘛𝘰𝘮 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻Onde histórias criam vida. Descubra agora