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𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐈𝐀𝐓𝐑𝐈𝐒𝐓 𝐎𝐅 𝐀 𝐊𝐈𝐋𝐋𝐄𝐑


𝗖𝗵𝗿𝗶𝘀𝘁𝗼𝗽𝗵𝗲𝗿 𝗕𝗮𝗻𝗴

𝐔ma hora já tinha se passado após Seungmin ter ido embora. Ele deve ter ficado muito confuso com tudo isso. Mas a culpa não era minha e muito menos dele. As consequências de tudo o que fizemos nos levaram a isso. Kwan não tinha o direito de ter falado tudo aquilo. Não chegou o momento certo dele saber. Lembro-me que naquele dia, após tudo, Seungmin ficou internado por duas semanas por minha causa. Depois disso, afastei-me dele porque decidi me tornar uma pessoa que ele teria nojo e repulsa. Mas, para o azar dele, Seungmin hoje é meu psiquiatra.

Ri com escárnio e continuei a socar a parece que funcionava como um saco de pancadas. Minhas mãos já sangravam, mas continuei socando. Já que não podia sair daqui e saciar minha sede insaciável de ver sangue, não me importava de me machucar. A parede já estava com uma mancha enorme de sangue escorrendo e eu me divertia, imaginando que podia ser o de meu tio.

Algum tempo depois, a mesma enfermeira que tinha trago meu almoço, voltou para pegar a bandeja e deu um grito, olhando para os lados para conferir se havia alguém morto, mas não encontrou nada.

- Perdeu alguma coisa? - Disse, assustando-a, vendo que a mulher me encarou com os olhos cerrados e viu minhas mãos machucadas.

- Você se machucou de novo? - Se aproximou, mas eu a afastei, tentando controlar minha raiva. Se ela não saísse daqui eu poderia acabar com sua vida num piscar de olhos.

- Vai embora, eu não preciso de mais cuidados. - Exclamei rudemente. Vi, quando ela pegou o objeto caído no chão e sussurrou algo inaudível para que eu escutasse. Sem olhar para trás, foi embora, me trancando novamente.

Suspirei e peguei o meu celular que tinha roubado da sala de arquivos no mesmo dia que tinha fugido daqui. Nele continha todas as informações antigas minhas. Fotos com meus pais, melhores amigos, com Kwan e com ele. Nunca achei que tudo o que passamos fosse pro buraco. Ele não se lembra de mim e eu não posso forçá-lo a se lembrar enquanto ele não quiser se lembrar. Passei algumas fotos até parar em uma que fez meus olhos lacrimejarem. Joguei o celular longe, com raiva, não conseguindo controlar as lágrimas.

Ódio é a palavra certa para descrever o que estou sentindo e acho bom ninguém entrar nesse quarto. Quando não posso matar e fico preso nesse quarto que mais considero como uma cela de presídio, deito em minha cama, fecho os olhos, respiro fundo e tento dormir. Para que eu possa enfim, repassar tudo novamente.

𝗉𝗌𝗒𝖼𝗁𝗂𝖺𝗍𝗋𝗂𝗌𝗍 𝗈𝖿 𝖺 𝗄𝗂𝗅𝗅𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora