Capítulo 20

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Não me matem. 
Tive alguns problemas, contudo, vou finalizar esse livro pra vocês.
Faltam pouquíssimos capítulos, talvez dois ou três. 




Recuso a sétima ligação da Helena. 
A décima da Antonella.
E ignoro as quinze mensagens do Kaio e treze ligações perdidas, ele sempre foi o mais desesperado. 

Massageio a minha testa tentando fazer com essa dor latejante pare. Eu perdi o controle da situação, não estou mais sabendo lidar com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

O Kaio é pai. 

Antonella foi violentada.

Eu sou pai.

Théo está querendo ficar.

Henry quer acabar com a minha família.

O que eles esperavam que eu fizesse? Mantivesse a calma nessa bosta que está a minha vida? Eu não consigo nem digerir o fato de que sou responsável por outra pessoa estar vindo a esse mundo. Como conseguiria criá-lo enquanto Henry estivesse em nossas vidas? 

Meu celular toca no banco do passageiro, enquanto eu dirijo. Dessa vez é a Amélia. Pego o aparelho sem tirar os olhos da rua e atendo.

- Querido. - Sua voz é triste, contudo, reconfortante. 

- Oi, mãe.

- Eu sei onde você está indo. - Aperto o volante com mais força. 

- Mãe, eu...

- Eu sei, meu amor. - Ouço ela fungar do outro lado e isso faz com que a minha vista fique embaçada. Eu odeio magoa-la. - Vocês precisam acabar com essa guerra. Antonella me disse o que você fez, sobre a ordem que deu aos seus seguranças... Pê, você acha justo?

- O que é justo, mãe? - Indago - Desde quando são justos comigo? Eu não queria essa merda toda! Eu não queria a porcaria do sobrenome, isso é uma maldição. - Desabafo sentindo a lágrima quente escorrer pela minha bochecha. - Somos bilionários, mas não somos felizes. Mesmo tendo a melhor segurança possível, minha irmã...mãe, eu só quero acabar com isso.

- Eu sei. 

Enquanto diminuo a velocidade próximo a mansão que meus avós paternos moravam, identifico um carro do qual eu conheço muito bem. Amélia está encostada com o telefone na orelha, enquanto observa eu desligar o carro.

- E eu vou fazer isso com você. Nós começamos isso juntos, filho. Eu e você. 

Desço e sou recebido com um abraço. 
Não interessa a idade, o abraço da minha mãe sempre será o lugar mais seguro e acolhedor que eu conheço.  Ela segura o meu rosto e me encara com atenção.

- Não quero que você entre. - Peço.

- Por quê?

Seu rosto vai endurecendo conforme sua cabeça começa a trabalhar em um motivo. A sua mão esquerda desliza pelo meu rosto, ombro... 

- Para! - Ordeno e seguro seu pulso. 

Suas lágrimas volta, contudo, são de completa confusão e decepção. Mesmo que ela force para encostar na minha cintura, eu não permito, e é a primeira vez que uso minha força contra Amélia. O cano gélido está preso na minha calça.

- Não. - Move os lábios em súplica. 

Os portões se abrem e viramos ao mesmo tempo, instintivamente me coloco na frente da Amélia quando Henry passa entre o portão com dois seguranças. 

O Império VasconcelosOnde histórias criam vida. Descubra agora