Antonella caminha ao meu lado silenciosa porque do caminho do restaurante até a minha cobertura eu a mandei calar a boca diversas vezes, acredite se quiser, depois da minha adolescência eu jamais falaria dessa forma com a minha irmã caçula e isso obviamente a deixou quieta.
Assim que entramos no elevador, um segurança nos acompanha e o único barulho é do choro baixo dela, pela milésima vez. Estou impaciente, não por ela estar chorando, mas por a cada segundo saber que a minha irmã esta gravemente encrencada.
A porta desliza e antes de terminar Helena já caminha com passos largos e elegantes na nossa direção. Ela está usando uma saia sexy social, e a sua blusa está com alguns botões abertos.
- O que houve? - Para na frente de nós dois e o segurança se retira. - O que foi?
- O que está fazendo aqui? E a audiência? - Questiono preocupado, enquanto tiro o paletó.
- Foi adiada, o marido dela não compareceu. - Transfere as íris azuis perfeitas para a minha irmã. - O que foi, Nell?
Esse é um apelido que Helena a chama desde pequena, portanto ainda carrega esse carinho, mas somente minha mulher a chama assim.
- Eu matei uma pessoa...Foi um acidente. - Apressa em dizer e eu movo o rosto pra ela.
Estou atento ao que ela vai dizer, e presto atenção em cada expressão de dor que o seu rosto faz.
- Você ainda não sabe o motivo? - Helena questiona perplexa e percebo que isso foi pra mim.
- Devo me preocupar com o motivo ou a segurança dela, agora? - Mordo de volta e seu cenho franze.
- Deve se preocupar com tudo. Isso não é a sua empresa da qual você pode adiar assuntos para ir resolvendo outros.
- Gente, por favor. - Antonella pede exausta. - Não briguem, por favor.
- Vem, vamos tomar um banho. - Minha esposa acolhe a minha irmã e as duas sobem as escadas.
O que elas esperavam?
Que eu fosse sentar e conversar sobre como ela está se sentindo? Eu sou prático e lido com problemas, a segurança dela é mais importante no momento. Prefiro me assegurar de que nada irá acontecer, do que ouvi-la e perder tempo.Antonella ter feito algo grotesco dessa forma me faz ter náuseas, ela é a última pessoa no mundo da qual eu imaginaria fazer algo assim. E é óbvio que estou curioso para saber como a minha irmã se tornou uma mulher assassina.
Quando sento no sofá, ouço o aviso de que a porta do elevador irá abrir.
O corpo magro e alto do Kaio passa entre as portas e seu sorriso habitual não esta nos seus lábios. Ele é o tipo brincalhão e dramático, mas a minha mensagem dizendo que aconteceu algo com a Antonella não o deixava feliz. E mesmo que o nosso sangue não fosse o mesmo, com certeza herdamos o mesmo jeito protetor do Marco.Ele caminha na minha direção, sua mandíbula está tão cerrada que sinto que irá se partir ao meio.
- Cadê ela? - Olha ao redor antes de voltar a me olhar.
- Está na suíte com a Helena.
Seu peito desce aliviado, mas o que eu estava prestes a dizer iria fazer aquela respiração ofegante retornar.
- O que aconteceu? - Senta no braço do sofá na minha frente. - Pela sua cara ela deve ser se atrasado para o almoço.
- Não. Ela matou uma pessoa. - Respondo enquanto dobro as mangas da minha blusa social.
- Cala a boca. - Levanta espantado e obviamente desacreditado. Eu faço os mesmos movimentos.
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O Império Vasconcelos
Hayran KurguPedro Vasconcelos é dono do maior império nacional, e há quem diga que internacionalmente sua empresa é muito conceituada e usada de exemplo nas palestras para empreendedores. Ele prioriza a família acima de tudo e protege com unhas e dentes, isso t...