À medida que os dias passavam, adentrava cada vez mais nos desejos obscuros de Aurora. Tornara-me uma devota da luxúria, um objeto de desejo e prazer para aqueles dispostos a pagar o preço pela minha companhia durante as tardes. O meu relativo sucesso no garotas.com só atraía mais clientes, encantados pelo fato de que eu não o fazia pelo dinheiro, mas sim pelo prazer. Eu gostava de ser usada, por qualquer um que se dispusesse.
Com o tempo, mergulhei em um prazer ainda mais físico: o sado-masoquismo. Era a realização mais profunda dos meus desejos. Algemas, chicotes, coleiras e mordaças me excitavam de forma extrema. Adorava ser esbofeteada até minha pele ficar vermelha, que puxassem meu cabelo, cuspissem em mim, me xingassem. Quanto mais degradante, mais eu gostava.
Esconder os hematomas se tornou a parte mais complicada. Passei a usar roupas de manga longa e gola alta para ocultar os chupões e as marcas de mordida. Por sorte ou displicência, Thales nunca percebeu, nem mesmo durante nossas noites. Fazíamos tudo no escuro, e às vezes ainda com roupas. Naquele momento da minha vida, aquilo se tornara apenas uma simples rotina, como tirar o lixo do banheiro.
Quanto a Lígia e Marlon, eles mantinham meu segredo bem guardado, e, em agradecimento, reservava algumas tardes para fazer visitas especiais a eles. Sentia certa inveja do casal. Eles pareciam tão apaixonados e abertos para explorar os desejos um do outro. Tudo o que eu queria era que Thales e eu fôssemos assim.
Dentre todos os meus clientes, um deles me chamava particularmente a atenção: Marcel. Ele se tornara um cliente assíduo, quase todas as semanas encontrávamos um ao outro. Era evidente que ele sentia algo mais forte do que só tesão, algo que eu podia sentir na forma como ele me tratava.
Apaixonar-se por uma prostituta parecia um plano fadado ao fracasso, mas para Marcel, parecia fazer sentido. Em diversas ocasiões, questionei-me se estava enganando-o, permitindo que ele desenvolvesse sentimentos mais profundos a cada encontro íntimo que tínhamos. Contudo, não podia negar que ele era bom de cama, e isso também me mantinha atraída por ele.
Ele era um rapaz bastante recluso, assim como muitos dos meus clientes. Homens que não tinham sorte nem habilidade para conquistar mulheres e precisavam recorrer ao pagamento para ter um mínimo de contato feminino. Marcel parecia se encaixar nesse perfil, mas de uma forma singular. Apesar de minhas primeiras impressões, ele não era repulsivo em todos os aspectos. Possuía um charme misterioso e, não posso negar, um volume entre as pernas que me fazia delirar.
Talvez, se ele se esforçasse mais, pudesse ter sucesso e não precisaria de mim. No entanto, Marcel não parecia ser do tipo que se arriscava, preferindo o caminho mais fácil do dinheiro. Era uma pena que ele estivesse misturando seus sentimentos com isso.
Na última vez que nos encontramos, as coisas não terminaram da melhor forma. O clima já estava estranho, eu sentia que sua paixão estava atrapalhando seu desempenho. Marcel queria me beijar a todo momento, o que eu até gostava, mas quando desviava a atenção do que realmente importava, começava a me irritar.
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Histórias Que Nossos Pais Não Contam (+18)
Short StoryUma coletânea de contos eróticos dos mais variados temas para os mais variados gostos e prazeres que irão dominar sua imaginação e sentidos.