Era um final de semana que pensei que seria dos mais calmos. Minha esposa e filhos foram visitar a avó e eu ficaria a sós para terminar o projeto de uma casa que teria que entregar até segunda-feira. Eu estava animado, teria a casa só para mim, o que nunca acontecia desde que eu havia me casado. Gostava do silêncio e tranquilidade que isso proporcionava, sabia que iria poder trabalhar sem perturbações, poderia assistir a um filme que não fosse Bob Esponja 3 pela milhonésima vez, ou até mesmo fumar um pouco, hábito que eu adquiri na faculdade de arquitetura e que mantinha escondido, já que minha esposa desprezava.
Era sexta-feira à noite, estava frio e chovia bastante. Tempo perfeito para eu relaxar e me concentrar no projeto. Peguei um copo de Red Label com gelo para beber, na expectativa de que me ajudasse a relaxar e a ter ideias para me ajudar a terminar aquele maldito projeto.
Tudo parecia correr bem até então, porém um som quebrou a tranquilidade daquela noite, anunciando uma mudança de planos que faria daquele final de semana um dos mais inesquecíveis.
Era o som da campainha, não estava esperando visitas ou entregas. Pensei que se fingisse que não tinha ninguém em casa, eles iriam embora, mas tocaram de novo, e de novo.
Frustrado por ter minha paz destruída, decidi atender a porta, a pior e ao mesmo tempo melhor decisão que eu tomei naquela noite.
Abri a porta e vi duas jovens garotas me encararem. Uma delas era Isabella, filha da Dona Mara que morava na casa à frente. A outra não me parecia estranha, talvez tenha visto com Isabella algumas vezes, mas não me recordava. Ambas estavam encharcadas da cabeça aos pés, tremendo de frio.
- Oi, Seu Evandro. - Me cumprimentou Isabella com os seus dentes trincando.
- Isabella? O que está fazendo nessa chuva?
- É uma longa história, a gente pode entrar?
Prontamente abri minha casa para as duas garotas, que deram dois passos a frente e pararam. Fechei a porta atrás delas e falei para esperarem, pois iria pegar uma toalha para elas se secarem. Embora estivesse irritado, não podia deixá-las na chuva daquele jeito.
Enquanto elas se secavam, Isabella me explicou o ocorrido.
- A porta de casa só abre com chave. A gente saiu para comprar umas bebidas e quando voltamos, vimos que havíamos esquecido as chaves.
- E os seus pais?
- Não estão em casa, está só eu e a Lorena.
Lorena acenou discretamente após sermos apresentados formalmente. Acenei de volta.
- Tudo bem, eu vou pegar o telefone para vocês ligarem para eles.
- Na verdade, Seu Evandro. Eles viajaram. Foram comemorar o aniversário de casamento em um hotel em Petrópolis. Nós estávamos pensando se a gente não podia dormir aqui essa noite.
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Histórias Que Nossos Pais Não Contam (+18)
Short StoryUma coletânea de contos eróticos dos mais variados temas para os mais variados gostos e prazeres que irão dominar sua imaginação e sentidos.