Lola atraía a atenção de todos que a conheciam. Era mais do que atraente, era sedutora, deslumbrante, sensual, uma verdadeira femme fatale. Os cabelos negros caíam sobre os ombors, seu olhar era de uma predadora: profundo, intenso e intimidador. Seu nariz era adornado com um piercing de prata, e seu sorriso escondia uma malícia excitante.
Como se não bastasse, seu corpo era uma verdadeira escultura. Tinha os seios vultosos, as coxas roliças e a bunda boleada e firme que espertava nos homens uma lascívia incontrolável.
Todos os amigos de Ricardo, seu namorado, o invejavam. Definiam Lola, pelas suas costas, como ‘a namorada perfeita’. Não somente por ser atraente, mas pela sua personalidade.
Lola não era o tipo de garota mais feminina. Era possível dizer até que ela era 'anti-feminina', e por este motivo ganhava os cortejos. Homens podem gostar de peitos grandes, coxas torneadas, uma bunda suculenta e uma boceta deliciosa, mas tem aversão a tudo o que pode ser considerado do ‘universo feminino’. Eles gostam das mulheres, mas amam de verdade o mundo dos homens.
Lola também amava o mundo dos homens. Era uma flamenguista doente, assistia a todos os jogos ao lado deles, torcia fervorosamente e discutia tática, sobreno campeonato e jogadores. Usava boné e camisa de time, não apenas para ir ao estádio, mas no dia-a-dia. Bebia cerveja pelo gargalo da garrafa, sentava no sofá com as pernas abertas e não tinha papas na língua. Xingava como um homem, falava de sexo sem pudores e era de fácil intimidade com qualquer um. O que muitas vezes podia ser confundido como interesse ou flerte, mas quem a conhecia há mais tempo, sabia que era apenas o jeito dela.
Quando se reuniam para uma festa ou para assistir a um jogo, eles sempre a comiam com os olhos, soltavam gracinhas para Lola quando Ricardo não estava olhando, aproveitavam qualquer oportunidade para acariciar seu cabelo ou passar a mão. De um jeito que não fosse desrespeitoso, mas também nada inocente.
Até mesmo Mário, o mais comportado dos amigos, não se continham em dar uma espiadinha aqui e outra alí, olhar por dentro do decote ou seguir ela com o canto dos olhos. Ele desprezava os amigos por cobiçarem tão descaradamente a mulher do próximo, e ao mesmo tempo não sabia se Ricardo era tapado demais para não perceber, ou se não ligava. No fim, só fazia vista grossa para tudo e tentava não ser mais um babão em cima dela.
Talvez tenha sido graças a seu comportamento tão recatado que ele tinha sido escolhido.
…
Era quarta-feira, noite de clássico: Flamengo x Vasco. Como de costume, os amigos se reuniam na casa de Ricardo para assistir o jogo. Mário chegou já quase na hora. Assim que Lola abriu a porta para ele, notou algo incomum, eles eram os únicos alí.
– Cadê todo mundo? – Ele perguntou.
– Bom, o Fred disse que não podia vir. Augusto falou que estava doente, e o Bernardo conseguiu ingresso pro jogo. Então, acho que dessa vez vai ser só nós três.
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Histórias Que Nossos Pais Não Contam (+18)
Short StoryUma coletânea de contos eróticos dos mais variados temas para os mais variados gostos e prazeres que irão dominar sua imaginação e sentidos.