Prazeres do Mar

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Era uma pousada próximo à Praia do Forno, em Arraial do Cabo

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Era uma pousada próximo à Praia do Forno, em Arraial do Cabo. Ficava na encosta, com as pequenas casas de alvenaria fincadas nas pedras, ligadas por uma trilha de madeira que ia descendo até uma pequena enseada particular, escondida dentro de uma formação rochosa em formato de uma ferradura.

A água era cristalina graças ao tratamento de calcário da indústria, de forma que era possível ver os corais, musgos e toda a vida marinha debaixo d'água. Na enseada, um píer levava até uma parte mais funda, onde durante o dia podia mergulhar com coletes ou remar de caiaque, mas à noite era proibido o acesso para os hóspedes.

Cecília costumava ir lá escondida, quando já tinha terminado o serviço. Ela gostava de ficar sentada, apenas molhando os pés na água, sentindo a brisa salgada e pensando sobre absolutamente nada.

Numa noite, ela notou uma movimentação estranha na água. A princípio, pensou ser apenas alguns peixes saltitantes, ou até mesmo golfinhos, mas logo percebeu se tratar de duas banhistas. Elas nadavam bem longe do píer, Cecília só notava suas cabeças para fora da água. O mar estava calmo e salpicado de luar, sem nenhuma nuvem no céu.

– Ei, você aí! – Ela ouviu uma das banhistas gritar. – Vem nadar com a gente!

– Eu não posso! – Cecília não gostou nada de como soou. Parecia infantil, como se ela não pudesse fazer pois seu pai não deixava. Decidiu então mudar. – Eu não estou com roupa de banho!

– A gente também não! Entra logo!

Cecília pensou, o convite parecia tentador. O mar estava morno, bem mais agradável do que durante o dia. Cecília olhou para todos os lados, não havia ninguém por perto. Então, decidiu tirar a roupa, entrando na água apenas de sutiã e calcinha cor-de-pele. Ela tinha longos cabelos negros, o corpo queimado de sol e olhos castanhos bem grandes. Seu porte era magnífico, com seios altos e pernas compridas.

Ela nadou até onde elas estavam, com braçadas fortes e graciosas, vendo o píer ficar cada vez menor, assim como a pousada sobre a encosta. Quando chegou perto, notou que as duas estavam nuas. A água escura durante a noite permitia ver apenas dos ombros para cima. Esse naturalismo, combinado com a beleza das duas garotas fez Cecília pensar por um momento que elas poderiam ser duas sereias.

– Eu sou Yara, e essa é a minha prima, Marina.

Na semi-escuridão, ela podia ver apenas parte de seus rostos. Yara era morena, tinha o cabelo volumoso e os lábios carnudos, além de um sorriso cativante. Já Marina, era loira, com a pele tão clara quanto a Lua. Os olhos esverdeados tinham um ar de segredo que prendiam a atenção de Cecília.

– Eu sou Cecília.

– Você também tá passando as férias aqui? – Perguntou Yara.

– Não, eu trabalho aqui, meu pai é o gerente da pousada.

– Que legal! – Disse Marina. – Espero que a gente não tenha te colocado em problemas.

– Tá tudo bem, eu sei nadar.

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