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(Eu to podre de sono hj, mas eu juro que amanhã eu trago uma maratona... não me odeiem)

O silêncio não foi desconfortável como pensei que séria, apenas caminhando e observando o que à natureza nos oferecia aos poucos, me prendendo a cada foto batida, a cada detalhe, árvores, folhas, flores, nuvens, céu, que estranhamente, naquele dia, estava quase completamente limpo, ainda estava frio, o sol não estava ali para esquentar, mas sim, apenas ser uma adendo na paisagem, o vento frio ainda me incomodava quando se deitava em meu rosto, me fazendo arrepiar, sentindo os meus dedos um pouco gelados, mas nada tão grave.

Não foi surpresa a minha vontade de fotografar Wednesday mais vezes, e eu o fiz, sem que ela percebesse, ou ela sabia o que eu estava fazendo e fingia não ver, o que eu gostava também de qualquer forma.

A mulher nos direcionou a uma trilha alternativa, parando de seguir reto, eu não protestei e não perguntei, deixei-me ir, pois ela quantidade de borboletas que havia ali, foi o suficiente para chamar a minha atenção, um pouco de cócegas quando algumas pousavam em minha pele, e um pouco mais de concentração para capturar um bela imagem dela, o que era um pouco difícil, saindo borrada a maioria, mas acreditava que em algum momento conseguiria uma imagem cem por cento limpa.

Apertei o botão para que as fotos passassem, sorrindo apenas para mim mesma em ver algumas de Wednesday, mau percebendo quando ela havia parado, eu parei também, ainda olhando para a tela, mas logo levantando os meus olhos para ela, pronta para questionar o motivo pelo qual havíamos parado de caminhar, percebi que ela olhava pra frente, então decidi fazer o mesmo, me encontrando com um mar...cem por cento harmônico de flores.

Todas iguais, em uma sequência esquisita de cores, todas...verdes e vermelhas, lado a lado, criando a sintonia de cor mais linda de todo o universo, me mostrando que ambas as cores, poderiam sim ficar lado a lado, aquelas flores estavam todas lado a lado e não era estranho, não precisava exatamente do laranja para que combinasse...e era verdadeiramente lindo.

- Não é apenas os passarinhos que podem ter cores diferentes e harmônicas, tudo e mais um pouco, pode ter esse atributo. Não acha? - eu não respondi, atônica o suficiente apenas para erguer a câmera e fotografar aquilo, a tirando dos meus olhos, sem piscar, enquanto apenas...olhava para aquelas cores.

- Eu não...sabia que poderia ser tão bonito assim...

- É tudo questão de nos permitir enxergar de uma forma diferente, com olhos diferentes. A visão é tão linda quanto da lente da câmera?

- De fato, não chega nem aos pés...

- Isso é bom, me mostrando que abriu a sua mente para deixar que novas cores entrasse em seus pensamentos e em seu coração.

Dei alguns passos, tocando com as pontas dos meus dedos, as pétalas delicadas e finas, senti que os meus lábios queriam se curvar para um sorriso, e eu deixei que isso acontecesse, cansada de apenas reprimir, mas um pouco assustada com a nova experiência em ter um sorriso tão largo em meus lábios, era como se...apenas não combinasse comigo, mas mesmo assim me fazia bem, sorrir daquela fez com que um alívio em meu coração se tornasse mais do que real, e como se, mais nada pudesse dar errado a partir daquele segundo.

O segundo em que eu tocava o vermelho e verde, sem que as minhas mãos tremessem, sem que a minha garganta se fechasse, sem que os meus olhos se enchessem de lágrimas e a vontade de sair correndo tomasse conta de cada parte do meu cérebro e os seus operantes.

The Psychologist - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora