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<| Maratona - 3/3 |>

Enid

Foi como uma verdadeira alavanca sobre o meu corpo, subconsciente, eu não saberia responder, mas foi apenas uma necessidade de coloca-la em meus braços conforme via o seu corpo tremer, eu não havia entendido o que havia a deixado com medo, muito menos daquele jeito tão introspectivo, pra falar a verdade eu sabia, acho que algo, na minha fala, não havia a agradado, isso me deixou mau, saber que eu poderia magoa-la de alguma forma.

Eu apenas... não sabia como fazer aquilo, o que eu deveria fazer? Dizer? Era tão difícil, tão fácil para os filmes e para livros, mas tão difícil para mim. Nunca havia pisado naquela linha, pra falar a verdade nunca me vi conversando com alguém por mais de vinte minutos, mas ali, eu ja havia ouvido e falado tanto, que me deixava na dúvida de... se realmente era assim, ou tinha algo de errado.

Como a sua fala de minutos mais cedo, enquanto comíamos, me contando que adorava documentários criminalistas, só alguns tanto quanto flores, isso eu ja havia percebido, sua casa tinha um vasinho pequeno em cada local, mas também me contando de como gosta de observar o céu, as estrelas, conforme ela dizia cada detalhe como aquele, seus olhos iam brilhando e brilhando, cada vez mais forte, cada vez mais lindos, claros, intensos, como sempre foram, me fazendo entender o que a fazia feliz, aquelas pequenas coisas.

Flores, o céu, as estrelas, pequenas coisas, faziam os seus olhos brilharem e por alguns segundos, eu desejei dar essas pequenas coisas a ela, todos os dias, apenas para ter o brilho ocular que ela e o seu oceano negro emanavam.

Mas ali, aquele segundo que eu sentia seu corpo trêmulo sobre os meus braços, todos os meus pensamentos viraram coisas brancas, tendo esse o motivo pelo o qual... eu nunca havia abraçado alguém, sim, eu já havia abraçado algumas pessoas, mas... não daquela forma, não da forma em que eu abraçava Wednesday, a tendo encolhida, o máximo possível, minhas mãos estavam espalhadas por suas costas, sentindo apenas a sua cabeça se deitando sobre o meu peito.

As suas mãos agarravam a minha camisa a cada raio que se fazia presente, e quando ela fazia aquilo eu a apertava cada vez mais sobre a minhas massa corporal. Poderia demonstrar uma feição serena, mas por dentro, todas as partículas do meu corpo trabalhavam, furiosamente tentando deixar o meu coração menos acelerado, tentando me guiar sobre o meu desleixo em dar um simples abraço, causando isso, um suor esquisito sobre as minhas mãos, sobre suas palmas.

Era algo tão bobo, apenas um abraço, o que poderia ser? Ela apenas precisava de um abraço, pois claramente tinha medo da chuva que caia, e eu poderia oferecer isso a ela, não era o céu, muito menos as estrelas, mas era o que eu tinha naquele momento. E mesmo assim, mesmo sendo um abraço, eu não sabia exercê-lo tão corretamente assim, eu parecia desengonçada com aquilo, ao mesmo tempo que... Wednesday se encaixava ali, aos poucos, apenas moldando como se fosse certo, e eu esperava  ser certo, pois deixa-la se afastar naquele momento não era a minha primeira opção.

Por esse motivo, tratei de trabalhar a minha mente, em que eu estava fazendo a coisa certa, o abraço estava certo, mandando rapidamente meu coração parar de bater tão rápido, mas esse último comando foi ignorado, assim que a sentir se remexer.

- O... seu coração esta acelerado... - ela sussurrou, continuei intacta.

- E-ele... ela está?

- Sim, está... - completou, podendo adicionar uma baixa risada com aquilo, eu fechei os meus olhos com força, franzindo o meu cenho e implorando ao meu cérebro para que fizesse o meu coração bater normalmente, mas recebendo a seguinte resposta, a qual eu já sabia.

The Psychologist - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora