The Psychologist - Wenclair

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"Estou aqui, Nid"

Digitei assim que estacionei na frente da cafeteria, exercitei a minha calmaria por todo o caminho, a "consulta", com a sua irmã havia me afetado de inúmeras formas diferentes, me fazendo ter que cancelar todas os outros pacientes, havia entrado em um estado catatônico de desespero sobre suas falas, me xingando quase que inteiramente por sempre acabar pensando no pior, pensava em coisas horríveis nas quais poderiam ter acontecido com Enid na mão de seu pai.

Imediatamente me obriguei a parar com esses pensamentos, coisas assim, precipitadas, não era o correto, e eu faria, sem medir esforços em saber o que havia acontecido de verdade.

Eu apenas... deveria ir com calma, em todas as questões, sem levantar suspeitas, principalmente, aos olhos de Enid, que em algum momento poderia me contar o que aconteceu de fato, mas enquanto isso não acontecia, eu correria atrás do meu próprio jeito, com os meus próprios recursos. Sozinha.

Vi quando ela saiu, extremamente linda e quase que sorridente, ainda tentando esconder, mas eu podia sentir de longe que o seu dia havia sido bom, e que ela estava bem. Sorri o mais largo possível assim que ela entrou no carro, colocando a sua mochila sobre os seus pés, respirando fundo e olhando pra mim, como se esperasse algo, e eu sabia o que era, achando fofo por sua vergonha em se aproximar. Eu o fiz, segurei o seu queixo, o inclinando sobre a minha direção, um pouco pra cima, desenhando os meus lábios nos seus delicadamente.

Como se ela fosse feita de papel, a encarando assim que me afastei um pouco, ganhando os seus olhos fechados, junto a coloração avermelhada que se espalhava sutilmente por suas bochechas.

- Tudo bem? - perguntei, colocando o carro em movimento, pude ver de canto de olho que ela assentiu freneticamente - Me conte com foi, eu estou ansiosa.

- Foi melhor do que eu pensei - ela suspirou, alegremente - No começo eu fiquei um pouco perdida, mas fui seguindo os passos das outras pessoas que ali estavam e em pouco tempo, entendi como funcionava. Fiz quatro vendas e ainda fiquei no lugar da Isa, que teve um imprevisto e precisou sair - reprimi os lábios naquela última parte, descansando a minha mão sobre a sua perna, acariciando o local levemente - Como foi o sei dia?

- Ótimo - menti, olhando pra ela quando o farol fechou - Mas confesso que ansiei por sua presença - confidenciei, Enid sorriu, abaixando os olhos e entrelaçando os nossos dedos, não soltando até chegarmos em minha casa.

Obriguei todos os meus pensamentos a se acalmarem, eu tinha Enid no meu lado naquele momento, e a última coisa que eu queria, é que ela me achasse pensativa demais, podendo imaginar na sua mente que estava me incomodando, pra isso, coloquei a minha respiração em prática, focando apenas naquele momento, o qual estávamos juntas, sem nada nos machucando, sem nada a machucando, e tentando tirar a ideia de que ela realmente havia sido machucada, a qual não sumia sobre a minha certeza paranoico. Minha intuição dizia que... a coisa mais horrenda, poderia ter acontecido, e eu odiava o fato da minha intenção, nunca me deixar na mão.

- O que acha de tentarmos fazer alguma comida nova hoje? Não posso só te oferecer macarrão, você vai enjoar dessa forma.

- Hum... se você me der o controle da cozinha, eu posso preparar algo com pra gente.

- Tudo bem, Chef Manoban, a cozinha é toda sua.

- Nero!

- Ah, ok, perdi meu posto para Nero, eu ja entendi - assenti, fingindo drama, Enid riu atrás de mim, brincando com o cachorro conforme eu caminhava até a cozinha, retirando o meu casaco e deixando que o aquecedor fosse ligado por ali, tendo a companhia de Enid logo atrás, lavando as suas mãos e me olhando.