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Acordei no meio da madrugada com um leve incomodo em minha bexiga, denunciando que eu precisava esvazia-lá brevemente. Ainda lutei contra a preguiça, me habituando sobre o local, sorrindo para mim mesma quando me encontrei sobre os braços de Wednesday, podendo ouvir a chuva bater contra as janelas da sala, nada tão forte, mas avisando sobre o pequeno vento gélido. Sai lentamente de seus braços, colocando a minha camisa, subindo rapidamente até o segundo andar, fazendo a minha necessidade e alcançando um pequeno lençol entre nós duas, pensando em trazê-la para o quarto, mas descartando o fato ao perceber o quão confortável estávamos ali no chão da sua sala.

Desci as escadas, e assim que caminhei até ela novamente, sem querer acabei esbarrando sobre a sua bolsa, ao lado da porta, derrubando alguns coisas sobre o chão. Me abaixei para guardar tudo novamente, achando engraçado a forma na qual ela levava mil e uma coisas dentro da sua bolsa, e eu tinha certeza, que ela não usava metade. Alcancei alguns papeis, os quais saíram de um envelope branco, os colocando no lugar, mas parando sobre o último, assim que vi... o nome de Benjamin sobre ele. Deixei os outros mais ao lado e me sentei no chão após perceber que realmente era o nome de Benjamin ali, eu tive a certeza logo depois de ler o meu nome.

Forcei um pouco mais a minha vista, lendo algumas linhas, parando em tal frase "compatibilidade materna", as coisas também envolvidas com DNA, não sendo tão complicado entender o que aquilo significava, mas tudo, ficou extremamente esquisito em minha mente em ver a frase em negrito, adotando a mesma frase anterior, mas tendo os seus "por centos" por ali.

"Compatibilidade materna de 99,9% sobre o DNA de Enid Sinclair e Benjamin Sinclair."

Acho que pelo o sono, minha mente demorou um pouco mais para formular o que aquilo era, e depois que formulou, deixei que as minhas sobrancelhas se franzissem lentamente, levantando os meus olhos ao perceber a presença de Wednesday a minha frente, de pé, com uma de suas mãos tapando a sua boca, o seu olhar de espanto e culpa, fez com que eu finalmente entendesse.

- Nid...

- O que e isso? - perguntei, me levantando, o papel tremendo em minhas mãos - O que significa isso?

- Eu iria te contar...

- Iria me contar? - imitei sua fala, sentindo como se as suas mãos tivessem cravado a faca mais afiada dentro do meu peito, dentro dos meus sentimentos - Wednesday, o que é isso?

- O Benjamin... - ela começou, abaixando o olhar, os tendo longe dos meus - O Benjamin é o sei filho, Enid...

"O Benjamin é o seu filho, Enid."

Eu pisquei em negação quando tais palavras saíram da sua boca, sentindo a minha garganta queimar e o meu coração que antes já sangrava, desacelerar aos poucos, sem oxigênio o suficiente para continuar batendo. Não, não, não, aquilo não fazia sentindo, Benjamin era filho da Isabel, Benjamin era o meu sobrinho... como... por que...? Observei o papel ganhar uma lágrima, a qual descia do meu olho, e quando percebi que estava chorando, tratei de limpar sobre os meus punhos. Aquilo apenas... não fazia o mínimo sentindo!

- No dia que eu fui dormir na sua casa... - Wednesday falou, puxando um pouco a minha atenção - Eu entrei no seu porão. Enid... eu sinto muito...

- Mas... por que? Por que você... como você...

- Eu sabia que havia algo de errado com você, com o seu passado, eu me precipitei... fui atrás da sua história antes mesmo que você me contasse... me desculpe...

- Então... - eu a olhei finalmente, não conseguindo enxergar o seu rosto, por conta das cortinas de lágrimas criadas sobre as minhas órbitas - Então o que eu te contei sobre o meu pai... você... você já sabia? - Wednesday apenas assentiu, e aquele ato de concordância fez com que tudo dentro de mim doesse, se é que fosse possível doer um pouco mais - Você sabia...

The Psychologist - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora