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<| Maratona - 3/3 - |>

[...ATENÇÃO: Nesse capítulo haverá descobertas implícitas a abuso e estupro. Pessoas sensíveis ao tema; abuso; pedofilia; estupro e incesto, por favor, peço que pule esse capítulo...]

...



Esperei ansiosamente até que Enid adormecesse, tive que ser forte para não cair na tentação do sono, sentindo a sua pele na minha, era apenas mais uma das coisas que faziam-me querer pegar no sono juntamente, mas eu me policiei, me mantive acordada. Percebi que ela estava cem por cento relaxada sobre o colchão e contra o meu braço no qual ela fazia um travesseiro, então aquela era a minha deixa para explorar um pouco mais a sua história, de uma forma um pouco furtiva e imprudente eu tinha que ser sincera, mas aquele era um dos meus únicos caminhos, e eu o seguiria fielmente.

Com todo o meu cuidado, coloquei a sua cabeça sobre o travesseiro, ficando imóvel quando ela se mexeu, até mesmo prendendo a minha respiração, mas aliviando quando percebi que havia pegado no sono novamente.

Alcancei a sua camisa jogada no chão, a vestindo, consequentemente ficando quase como um vestido sobre o meu corpo, cobrindo até a metade das minhas coxas, eu ficaria ali horas e horas inalando o seu perfume, caso o que eu tinha pra fazer não fosse um pouco mais importante. Peguei o meu celular, pois em hipótese alguma eu acenderia a luz de nenhum cômodo, e talvez a câmera dele fosse necessária, girei a maçaneta, a forçando para que não fizesse nenhum tipo de barulho, caminhando sobre o chão de carpete, nas pontas dos pés, quase que não respirando, pra não fazer qualquer tipo de ruído não natural.

Observei o corredor, composto por quatro portas, chutei em minha cabeça, que um deveria ser o banheiro, quarto do Benjamin, o quarto de Enid e o quarto da sua irmã, sabendo que ali, eu não conseguiria achar nada, mas aquele andar não era o meu foco. Assim que cheguei na cada de Enid, depois de notar a recepção calorosa de Isabel, pude ver rapidamente, que havia uma porta, na parede aonde se jazia a TV, e era ali mesmo, que a minha intuição mandava eu ir.

Desci degrau por degrau, alterando o meu peso sobre cada pé, sem fazer o mínimo de barulho, verificando a minha solidão no ambiente e depois de me sentir segura o suficiente, me coloquei de frente a tal porta, girei a sua maçaneta, estava trancada claro, eu pensei um pouco, mordendo as paredes da minha bochecha em busca de alguma ideia. Foi então que me lembrei de uma pequena tática usada quando eu estava na faculdade e sem querer, perdia a chave do meu dormitório.

Subi novamente até o quarto de Enid, me abaixei sobre a minha mochila, arrancando dali, dois grampos de cabelos, os quais eu sempre tinha comigo, e agora, naquele segundo, seria mil por cento útil pra mim.

Coloquei o meu celular sobre a minha boca, com a lanterna virada para baixo, e forçando um pouco a vista, consegui colocar os dois arames sobre a fechadura, respirei fundo, um pouco trêmula e verdadeiramente nervosa, fazendo os movimentos necessários até que pude escutar um breve e rápido "click", partindo dali. Guardei os grampos em meu bolso, peguei o meu celular em mãos e abri a porta, como uma criança abrindo o seu novo presente claramente suspeito.

Observei com um pouco de nojo as teias de aranha que se formava um pouco mais acima, mas tive calafrios intensos em ver a escadaria que em esperava, velha, com madeiras quase que podres, indicando que alguém não ia ali, a muito, muito tempo.

Engoli qualquer traço de agonia e medo, dando o primeiro passo, imediatamente a madeira rangeu, eu recuei, xinguei internamente, olhei para a escada que levava ao andar de cima, tudo certo, nada fora do lugar, então com cuidado, fui testando pontos do primeiro degrau que não fizesse barulho, até que achei e foi ali que pisei. Fechei a porta atrás de mim, e segui sobre sesse raciocínio sobre todos os degraus, achando fielmente que a qualquer segundo, um deles desabaria, me levando escada abaixo, fazendo uma enorme barulheira, e acabando com todo o meu plano mirabolante de ser intrometida e curiosa.

The Psychologist - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora