The Psychologist - Wenclair

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BENJAMIN NA CAPA DO CAL

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- E você na tem alguma ideia de como irá fazer isso?

- Pra ser sincera... não... mas eu irei dar um jeito nisso amanhã. Não sei, pegar um brinquedo dele, alguma amostra de saliva de uma forma discreta, eu vou conseguir. Você me garante que o Eugene ainda trabalha no departamento de DNA, Yoko?

- Sim, eu liguei pra ele ontem e contei um pouco, omiti algumas informações, ele ira te ajudar com isso, não se preocupe.

- Assim que eu conseguir alguma amostra de Benjamin, e se der positivo sobre a filiação dele com Enid, te mandarei todas as fotos do porão, você trate de decora-las, para os policiais você é uma testemunha na qual esteve comigo, iremos ensaiar isso com mais calma, eu prometo.

- Certo, mas e sobre o pai da Enid, o que pretende fazer antes.

- Eu queria que Isabel confessasse... - murmurei, com um suspiro - Qualquer coisa, mas ela não vai fazer isso, e de verdade, eu não quero chegar perto desse cara, a não ser que eu tenha um mandado de prisão junto a polícia.

- Ok, mas como você vai convencer a delegacia sobre essa troca de bebês? Talvez possa ser outra história-

- Não é outra história, eu tenho certeza que essa é a verdadeira história, se não a troca de bebês, a parte dos abusos dele com Enid, eu sei que é real, eu tenho uma gravação da consulta que tivemos quarta-feira, ela me contou, não com todas as palavras, mas ninguém é idiota o suficiente para não entender que claramente, ela foi vítima de abuso sexual.

- Wednesday... - Yoko suspirou do outro lado da linha - Se isso cair no ouvido de pessoas erradas... se isso cair no ouvido da Enid principalmente...

- Eu sei... eu sei. Eu posso perder a minha licença como psicóloga, e eu sei que Enid pode achar que eu estou a usando como a peça principal do quebra-cabeça, mas você quer que eu faça o que, Yoko? Ela é a peça principal de todas as histórias, e tudo o que eu estou fazendo é pra ajuda-la, para tira-la dessa culpa e de todo esse sentimento.

- Tudo bem, eu sei que tentar te convencer a deixa-la passar por outro psicólogo será perda de tempo, mas... tome cuidado está bem? Com qualquer pessoa e principalmente, com a irmã dela.

- Eu vou.

Desliguei meu celular segundos mais tarde, suspirando sobre todos os meus pensamentos, tentando deixar a minha mente vazia o suficiente para poder pegar no sono, se passava das duas, e eu não conseguia acalmar os meus ânimos. Sairíamos todos juntos, eu, ela e Benjamin, eu estava a alguns passos de descobrir e ter a certeza sobre todo o meu achismo da sua história, e agora que eu estava perto, nada me pararia. Nem mesmo a sua irmã, a qual eu ainda pensava sobre o que fazer.

Como abrir os olhos de Enid em mostrar, que ela não era uma boa pessoa, e principalmente, se tudo aquilo fosse real, e se ela não soubesse de toda a verdade... como eu contaria a ela? Como eu diria que a sua irmã sabia dos abusos? Como eu diria que pra falar a verdade, o seu sobrinho, era o seu filho?

Ok, Wednesday, um passo de cada vez, por favor, um passo de cada vez.

Não percebi a hora que finalmente meus pensamentos me deixaram pegar no sono, mas acordei com o barulho do despertador, me avisando que tinha um longo dia pela frente, não descartando a felicidade em ver a minha agora, namorada, mas também não me permitindo esquecer qual era o meu principal objetivo naquele passeio.

Conforme escovava os meus dentes, puxei um pequeno saco plástico, com o lacre perfeito, tirando alguns fios de cabelo de Enid da escova em que havia deixado no meu banheiro, colocando dentro do saco transparente, o fechando novamente e o guardando no fundo da minha gaveta de maquiagens e coisas nas quais eu quase nunca usava. Arrumei a minha bolsa, prendi os meus fios e mandei uma rápida mensagem para ela, avisando que estava a caminho, eu não poderia negar, estava nervosa, poderia ser loucura cada parte daquilo, mas... era a única coisa que eu poderia fazer e torcia, para que um dia, ela pudesse me perdoar por me intrometer tanto em sua história.