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Mesmo com a escuridão que a noite fornecida para nós, eu pude ver nitidamente o brilho dos seus olhos assim que soltei a frase tão esperada, Enid me encarava, eu não poderia dizer se era de uma forma perplexa ou desconfiada, pois eu estava ocupada demais em me aproximar do seu rosto novamente, mas desviando sobre a sua boca, raspando meu nariz em sua bochecha, sentindo a pele gelada, macia, quase me fazendo suspirar sem ao menos entender porque.

Minha boca estava seca assim que se colidiu com a maciez da palidez da sua pele, beijando vagarosamente sua bochecha, sem aplicar força, mas de uma forma molhada o suficiente para que ela entendesse a minha intenção, meu corpo tremia, ela deveria sentir, acho que ela sentia.

Isso não melhorou muito quando a mão que estava apoiada sobre a minha bochecha, deslizou sobre os meus fios, se agarrando a minha nuca, sem me puxar para perto, ou, me mostrando que queria algo, apenas se instalando ali, me deixando cada vez mais perto do que eu tanto queria fazer e me declinava sobre o tempo todo. Pude sentir a pele da sua cintura, superficialmente, já que a sua camisa me dava essa barreira, mas deixei que os meus dedos apertasse, a segurando fortemente.

Podendo sentir o seu corpo querer se aproximar um pouco mais do meu, mas não fazendo. Descolei minha boca de sua bochecha, a encarando por alguns segundos, os seus olhos estavam fechados, levemente, os seus lábios um pouco entreabertos, fazendo com que o meu sorriso de canto fosse um pouco maior do que eu planejava.

Cheguei um pouco mais perto, sentindo a sua respiração se intercalando com a minha levemente, se esquentando com a minha levemente, podendo pegar os seus lábios sobre os meus dentes, o puxando para mim, mas logo o soltando quando Enid se aproximou, em busca de mais contato, o aperto em minha nuca se tornou um pouco mais impaciente, o que me fez rir, apenas para mim mesma.

Repetindo o movimento, agarrando o seu lábio inferior sobre os meus dentes, o mordendo de uma forma dolorosamente lenta conforme o puxava para mim novamente, mas soltando quando ela se inclinava para mais, me mostrando com toda a sua linguagem corporal, o que tanto queria e o que tanto esperava.

Acho que também, um pouco ansiosa demais para aquilo, puxei o seu corpo para mais perto, colidindo as nossas bocas novamente, extremamente molhada e quente, me levando ao torpor de sensações mais místicas que eu poderia sentir, flutuando apenas com um leve selar, mas o qual, não quis prolongar por tanto tempo assim, adiando demais o que eu realmente queria fazer desde o dia em que entendi o que estava acontecendo com o meu coração.

Brinquei com a ponta da minha língua sobre a sua barreira, desenhando os seus lábios de uma lado para o outro, até que depois de um breve tempo, Enid entendeu o recado, abrindo a sua boca para que o meu caminho pudesse ser pavimentado dentro dali. Me fazendo lembrar sobre a calma, e que ela nunca havia feito aquilo antes, eu tinha que guia-la.

No primeiro instante, assim que consegui sentir o quente da sua tímida língua, tive a vontade de agarra-la ao extremo, apenas sentir um pouco mais daquilo, precisando sentir um pouco mais daquilo, mas eu me contive, deixei que a minha língua explorasse o novo local primeiro, indo e vasculhando alguns lugares um pouco escondidos, ainda não tendo o empenho em fazê-la me acompanhar, apenas sabendo o meu mais novo lugar de origem, a minha mais nova propriedade, conhecendo o meu mais novo terreno e sabendo que ainda teria mais oportunidades de passear por ali de novo.

Com esse pensamento, lentamente, deitei minha língua sobre a sua, a enrolando de uma forma calma, até que Enid fizesse o mesmo e que quando ela fez, na mesma sintonia que a minha, foi impossível não conter o aperto em que os meus dedos deram em sua cintura, deslizando um pouco mais para baixo, sobre a sua lombar, mostrando que eu queria sentir a sua pele por debaixo daquela camisa, mais ainda sem certeza sobre.

Virei a minha cabeça em um grau elevado para a direita, me juntando mais a ela, buscando a sua língua e insistindo nela sobre a minha, misturando o barulho estalado, que se tornou alto, junto aos nossos suspiros, como uma pequena luta de espaço, e sendo cem por cento maravilhoso assim que ela decidiu explorar a minha boca igualmente a mim, segurando o meu rosto com as suas duas mãos, descansando os seis dedos logo atrás das minhas orelhas, girando a sua cabeça ao lado contrário da minha, me fazendo entender que ela havia pegado o ritmo perfeito.

E eu pude ter a certeza que senti um gemido ficando preso na minha garganta assim que a conexão entre nossas línguas se tornando perfeitas.

O meu raciocínio, já prejudicado pela a falta de pensamentos que aquele beijo me tirava, permitiu que as minhas mãos entrassem por entre a sua blusa, finalmente sentindo a sua pele nua sobre as palmas e os meus dedos, apertando, sentindo, esquentando, me deixando tremer como nunca antes, dando sem medo todo o controle daquele beijo a ela, que aos poucos, se empenhava cada vez mais em controla-lo sem os meus breves ensinamentos, me dando a chance de apenas focar no jeito que as minhas mãos a tocava, de uma forma quase faminta, não tão rápido para não assusta-la, mas ansiosa o suficiente para ter um pouco mais de ousadia sobre um movimento e outro.

Levei as minhas mãos para as suas costas, pude sentir Enid tremer, me deixando subir e subir, tocando rapidamente o fecho do seu sutiã, logo descendo até a barra da sua calça, voltando apenas a apertar e dar fracos beliscos em cada lugar de pele que a minha mão poderia alcançar, mas tendo que ter o lembrete sobre mover a minha língua lentamente sobre a sua, o que não foi um problema, pois eu apenas a seguia, em tamanha preguiça.

O seu aperto sobre a minha nuca e bochechas foi diminuindo, assim como o ritmo já lento, o qual agora havia ficado quase nulo. Calmamente, voltei com as minhas mãos sobre a sua cintura assim que entendi que o nosso beijo estava enfraquecendo, entrando em um leve desespero quando não soube como olha-la, me sentindo uma boba por isso.

Enid se desgrudou da minha boca primeiro, mantendo as suas mãos sobre o meu rosto, mas os olhos fechados, pelo menos eles estavam quando eu abri os meus, passando a língua sobre os meus lábios lentamente ao ver como os seus, haviam ficado um pouco inchados, me deixando até que satisfeita em uma primeira imagem. Toquei a sua bochecha com as pontas dos meus dedos, descendo até o canto do seu lábio, que se curvou para um sorriso pequeno, me deixando um pouco mais aliviada em saber que... ela estava bem com aquilo, ela estava bem com isso, certo?

Os seus olhos se abriram finalmente, me fitando no mesmo segundo, descendo em uma lentidão de tirar o meu fôlego até os meus lábios, Enid os encarou, quase que em uma hipótese, apenas voltando a olhar para mim quando dei uma baixa risada, envergonhada. Ela sorriu também, reprimindo um pouco os seus lábios, completamente sem jeito, eu estava logo atrás.

- Você... está bem? - sussurrei, mesmo sabendo que poderia quebrar o nosso clima, mas eu... apenas queria ter essa certeza, a garota assentiu.

- Estou mais que bem... - garantiu, tão baixo quanto minha voz, eu suspirei, mas congelei um pouco quando ela me olhou novamente, um pouco mais curiosa - Não quer ir pra outro lugar? - sugeriu, me corpo tremeu e as minhas pernas pesaram no mesmo segundo em que o meu coração acelerou.

- Quer ir pra minha casa? - perguntei, quase morrendo de felicidade assim que ela assentiu, acho que apenas não sai correndo a puxando morro abaixo, com medo de cair, mas por dentro, eu soltava fogos.

Ao mesmo tempo que sabia que... ali... naquele segundo, as nossas vidas mudariam, pra sempre.

The Psychologist - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora