Um feitiço de beleza

342 33 4
                                    


Quando Sasuke voltou com o lanche parou na saída do refeitório observando Sakura ao longe. Ela parecia relaxada, estava jogada de forma desleixada na cadeira, com a cabeça inclinada pra trás e mantinha os olhos fechados, parecia apreciar a brisa calma da tarde e o sol se pondo. Completamente diferente da garota raivosa de alguns minutos atrás. Sasuke nunca havia conhecido ninguém como ela e isso o fascinava de um jeito que não sabia como explicar.

Andou calmamente até a mesa e depositou a bandeja que segurava com dois sanduíches e dois copos de suco natural. Sakura despertou com os passos dele, mas o esperou sentar para abrir os olhos e ver o que ele havia trazido. Ficou surpresa com o olhar dele sobre ela, era intenso, ninguém nunca havia lhe olhado assim.

- Então, o que você trouxe? – ela desviou o olhar dele e mirou o lanche.

- Sanduíches naturais e suco de laranja – ele comeu o sanduíche primeiro, como que para provar que estavam gostosos.

Sakura o acompanhou e comeu o sanduíche aproveitando o final da tarde.

- Desculpe por Chyo, ela é assim com todo mundo – o príncipe pediu em nome da cozinheira.

- Por que ela é tão ranzinza assim?– a filha da Malévola tinha lá suas dúvidas se o motivo não era sua mãe.

- Chyo teve uma vida difícil – ele deu de ombros. – Perdeu o marido, a filha e a chance de ter netos. Está sozinha no mundo – confidenciou a ela. – Eu vou te confiar um segredo, posso? – Sakura estranhou, mas concordou. – Nem todo mundo sabe, mas a filha dela foi para a ilha – Sakura ficou chocada com a informação.

- Uol, por que está me contando isso? – ela exigiu. – Eu vim da ilha, esqueceu? – ele não parecia ter noção das coisas, na opinião de Sakura.

- Você não parece ter cara de alguém que espalha segredos por aí – ele deu de ombros, por alguma razão confiava nela, mais do que em sua namorada pelo menos. Tinha certeza de que se contasse algo desse calibre para Karin a escola inteira estaria sabendo pela manhã e as aulas ainda nem haviam começado.

- Quem vê cara não vê coração Sasuke – Sakura o alertou.

- Eu discordo em partes disso Sakura – ele sorriu e piscou para ela brincando. Sakura decidiu ignorar isso.

- Talvez eu conheça a filha dela? – perguntou voltando ao lanche.

- Duvido muito, ela morreu faz muitos anos, eu mesmo não a conheci – ele a informou continuando seu lanche.

- Como ela foi parar lá? – Sakura perguntou curiosa. Sabia que o Capitão Gancho conseguia informações de novos habitantes da ilha e se quisesse os torturava como forma de expressar sua frustração de estar preso naquele lugar.

- Assassinato – Sasukese inclinou na mesa e sussurrou: – Contra o marido, parece que ele batia nela e teve um momento que ela revidou.

- Então foi legítima defesa – Sakura também se inclinou para sussurrar.

- Chyo não pôde fazer nada e a filha foi para a ilha, morreu cinco anos depois, o atestado de óbito estava como exaustão e cansaço – ele comentou triste.

- Quem nasceu livre não vive preso – Sakura se limitou a dizer entendendo a situação.

A filha da Malévola sabia de casos onde muitos que iam parar na ilha cometiam suicídio, a filha da cozinheira podia ter feito o mesmo, mas aguentara bastante tempo, cinco anos não era pouca coisa naquele lugar. Apenas aqueles que não se importassem de viver no inferno continuavam vivos.

- Qual era o nome dela? – Sakura perguntou.

- Mebuki – o príncipe respondeu. – Vamos mudar de assunto – ele pediu vendo que o semblante dela havia mudado, afinal o assunto era mórbido.

Os DescendentesOnde histórias criam vida. Descubra agora