Capítulo 04°

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Ares

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"University Business".
Eu sabia que conhecia esse nome assim que Elisa disse que cursava nessa faculdade e obviamente eu ia procurar saber de onde eu a conhecia. Descobri assim que olhei as empresas gerenciada pelo nosso conglomerado. Os Aahbran é considerado os reis da Grécia pois temos todos sob nossos pés e por outras coisas... E a universidade Business está nesse meio... Felizmente.

Já se faz uma semana que estou em uma briga interior se eu vou até lá ou não... Aquele dia ela estava acompanhada, seria ele o namorado? Ela está comprometida? Se eu ir atrás e ela se encontrar nesse status...

ㅡ Foda-se. ㅡ me levanto do sofá determinado a ir até lá.

Procuro alguma roupa casual para ir até a faculdade. Eu nunca tive que me preocupar com a porra de uma roupa... Porém é mais forte que eu. Puta merda isso é muito ridículo. Céus eu to tão ferrado, em todos os sentidos possíveis.

Pego a roupa mais discreta dentre as que tenho. Camiseta, calça e jaqueta preta. Gasto mais tempo que eu planejava me arrumando o que me deixa frustrado já que nunca fui assim.

ㅡ Para onde vai nosso pequeno caótico terrorista? ㅡ Apolo sai de seu quarto no mesmo instante que eu.

ㅡ Porra, você brota do chão ou só espera eu sair para me atormentar? ㅡ ele sorri.

ㅡ Deixarei você na dúvida querido guerreiro. ㅡ ele diz e eu reviro o olho. ㅡ Seja lá pra onde vai bad boy, tenha cuidado até com a forma que olha as pessoas. Sua personalidade já não ajuda e com essa aparência, parece que tá pronto pra matar um a qualquer hora.

ㅡ Vai pro inferno atormentar Hades. ㅡ digo indo para garagem ouvindo as gargalhadas de Apolo.

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Certo, eu vim aqui com um propósito em mente... Apenas fazer uma boa ação e ir embora. Não quero que ela descubra que vim... Apesar de querer vê-la...

ㅡ Puta merda Ares, se recompõe. ㅡ olho meu reflexo no espelho do carro.

Estou muito contraditório, ao mesmo tempo que não quero que ela saiba que vim eu também quero vê-la... Isso é uma merda. Me sinto um adolescente humano que está com os sentimentos a flor da pele. Passo a mão no rosto e suspiro fundo.

ㅡ Se concentra. ㅡ digo a mim mesmo. ㅡVocê é a porra de um deus da guerra, nada te abala... Nada.

Abro a porta do carro e vou em direção da faculdade. Coloco meus óculos escuros e ando sob olhares nada discretos de algumas pessoas que estavam por ali.

Sei que Elisa disse que não queria e eu também não sou obrigado a lhe dar alguma coisa em troca... Porém aquilo era apenas uma desculpa para poder... quem sabe encontra-la uma última vez, nem que fosse de longe e também eu sentia que devia fazer aquilo. Algum sentimento de proteção e afeto cresce no meu peito a cada vez que penso naquele rosto delicado com olhos que pareciam estar pedindo socorro. Aquele olhar me atormenta todas as noites depois que a conheci. Isso não é normal.

ㅡ Boa tarde, gostaria de falar com alguém responsável do administrativo. ㅡ digo olhando para uma moça atrás do balcão que me encarava sem dizer nada. Tiro o meu óculos já sem paciência pela demora e ela da um passo para trás se segurando no balcão.

ㅡ Bo.... Boa. ㅡ ela gagueja e pega o telefone. ㅡ Como... Digo, com... Qual seu nome?

ㅡ Ares. Ares Aahbran. ㅡ ela balança a cabeça e começa a falar com dificuldade com a pessoa no telefone.

ㅡ Sr.Aahbran, alguém já vem....ㅡ ela começa a gaguejar assim que me olha. ㅡ já... Já tá vindo.

ㅡ Okay. ㅡ digo me afastando do balcão e olhando ao redor.

Me encosto no batente de uma grande janela que dava em frente para um gramado.

Qual seria a chance de eu vê-la por aqui?

Talvez seja realmente o destino interferindo? Pois foi o tempo de eu terminar meu pensamento para vê-la caminhar até o gramado e sentar no mesmo. Suas roupas estava típica de um universitário, em suas mãos tem alguns cadernos e em seu ombro uma bolsa maior que ela. Aquela imagem me fez dar um breve e pequeno sorriso. Seus cabelos negros como sempre destacavam seu pequeno rosto delicado. Seus lábios carnudos estavam em uma linha reta que combinava perfeitamente com a seriedade de seu rosto. Parando para pensar desde o princípio ela sempre foi muito séria, principalmente quando está em seus próprios pensamentos.

O primeiro objetivo de poder vê-la foi concluído com sucesso. Não tem necessidade de ir até ela... Até porque não temos intimidade para isso e porque ela é comprometida. Sem contar que eu talvez a assustaria estando aqui. Não quero ser tachado como stalker ou perseguidor.

ㅡ SENHOR AAHBRAN. ㅡ sou chamado por um tom de voz desnecessariamente alto, fazendo com que ela olhe para a direção da janela.

ㅡ Mais que porra. ㅡ digo me escondendo do lado da janela para não ser visto por ela. No corredor vejo aproximadamente umas cinco pessoas vindo ao meu encontro.

ㅡ É um prazer recebe-lo aqui Sr. Aahbran. ㅡ o dono da voz que me gritou a poucos segundos diz me olhando sorridente. ㅡ Sou o diretor responsável pela faculdade.

ㅡ Eu só queria falar com alguém responsável do administrativo. ㅡ não consigo esconder a minha cara de indignação de ver aquele tanto de pessoas me olhando com sorrisos desnecessários.

ㅡ A família Aahbran administra tudo isso aqui, não poderíamos deixar que um membro dela vir aqui sem uma recepção adequada. ㅡ o diretor diz todo orgulhoso. ㅡ Esse é o secretário de educação, o instrutor de matérias, a responsável pelos planos de eventos e o coordenador admistrativo. Temos alguns outros responsáveis na diretoria que não pode vir. Me acompanhe para tomarmos um café e falarmos sobre o investimento do...

ㅡ Senhor... Augusto. ㅡ digo ao olhar seu nome no crachá. ㅡ Não será nescessário me apresentar mais ninguém. Vim aqui por um interesse pessoal... Aliás eu odeio café e sobre o investimento, não se preocupe, os Aahbran já sabem de tudo e na próxima vez que eu vir teremos essa conversa e será um longa conversa. ㅡ digo encarando seus olhos o que faz ele engolir em seco. ㅡ Aconselho o senhor a se preparar meu bom humor não existe quando se trata de negócios.

ㅡ Senhor... Eu...

ㅡ Coordenador Chavier, poderíamos conversar? ㅡ ele balança a cabeça várias vezes.

ㅡ Por aqui senhor. ㅡ ele faz sinal para lhe acompanhar.

Olho para a janela e não a vejo mais então acompanho o coordenador deixando o restante do pessoal com uma certa tensão.

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