Capítulo 11°

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Ares

- Vocês agiram bem. - meu pai diz nos olhando. - Bom, vou pensar em algum jeito de lidar com eles e...

- Na verdade, eu gostaria de tomar responsabilidade sobre o assunto. - digo e Apolo me encara.

- Você não precisa fazer isso Ares... eu posso lidar com eles rapidamente e... - enquanto meu pai diz, eu tento segurar minha frustração e aperto o pulso para me controlar. - Vejo que você esta levando bem a sério isso... tem algum motivo para isso?

- Tenho... porém no momento não posso falar o que é exatamente, pois eu preciso investigar para saber se minhas suspeitas estão certas.

- Tudo bem Ares. - meu pai suspira. - Vou deixar em suas mãos, pois nunca vi você falar tão sério sobre tal assunto. Porém, espero saber o motivo, assim que você descobrir suas suspeitas.
Confirmo com a cabeça e saio do seu escritório sendo seguido por Apolo. Eu sabia que ele não me deixaria em paz tão cedo.

- Acho que mereço saber de tudo Ares. - eles diz me seguindo.

- Por que acha que tem algum direito? - pergunto na ironia e logo ele segura meu braço me fazendo parar e encará-lo.

- Porque você é meu irmão... olha, eu não to a fim de brigar feito criança hoje, eu... estou realmente preocupado. Nunca te vi daquela forma Ares. Vamos ter uma conversa descente por pelo menos uma vez na vida. - em seus olhos eu via uma preocupação genuína e sabia o motivo, ele viu o imbatível deus da guerra desmoronando em sua frente.

- Eu... eu encontrei a minha âncora, Apolo. - digo e ele me olha estático por um minuto.

- Uou, por essa eu não esperava.

- Acredite, nem eu. - digo dando um sorriso sarcástico.

- Ta, mais o que isso tem a ver para ter te deixado daquele jeito? - ele franze o cenho.

- Ela pode estar correndo perigo.

- Os Russos?

- O padastro dela é ninguém menos que Antony Smirnov... o chefe da máfia Vory V Zakone. - digo e mais uma vez me sinto inquieto.

- Porra.

- E ver que os homens deles estavam aqui... me deixou inquieto por não saber o que eles queriam. Apesar que eu acho que o problema maior não vai ser o Antony em si... pelo que ela me disse ele não era interessado nela, mas a mãe a maltratava muito e por algum motivo ela deve estar atrás da filha novamente já que a mesma saiu da Rússia sem consentimento deles.

- Ela fugiu? - ele pergunta e eu confirmo. - E ela sabe que eles estavam aqui? - nego e suspiro fundo. - Bom, não sei o que pretende fazer... porém deve primeiro conversar com ela. Tem que dizer que eles estavam aqui, ela precisa saber.

Elisa

Se passaram duas semanas desde que vi Ares, desde que ele me contou o que era, desde então o mesmo não apareceu e por algum motivo isso me magoou. Durante essas duas semanas eu não deixei de pensar nele. Um sentimento avassalador me tomava toda vez que me lembrava de seu rosto. Estranhamente eu não considerava Ares um estranho que conheci recentemente, isso me assustava um pouco... mais não a ponto de me assustar tanto quanto não poder encontrá-lo novamente.

- Elisa, qual o seu problema? Já tem dias que você ta estranha. - diz Joey chamando minha atenção. Estávamos na Cafeteria de meu pai e eu realmente estava no mundo da lua pensando em Ares.

- Eu to bem, só estava pensando em algumas coisas.

- ''Algumas coisas''... não me diga que ainda ta pensando naquele desconhecido da carteira?

- Ele não é mais um desconhecido. Ele se chama Ares Aahbran e é mais gentil do que parece ser. Só estou preocupada, depois que saímos ele não deu mais notícia. - falo e ele continua me encarando incrédulo. - O que foi? A gente teve uma ligação, por mais que eu o conheça há poucos dias ele...

- Você é mais ingenua do que pensei Elisa Ritter. - Joey revira os olhos e aquilo me incomodou de alguma forma. - Ares Aahbran? O mesmo da família mais conhecida da Grécia? O que tem um império que comando tudo e todos? É esse mesmo Ares Aahbran que estamos falando? O que você diz ter uma ligação e que sumiu há duas semanas?

- Não precisa ser tão sarcástico, Joey.

- Elisa, me dê um motivo para acreditar que esse cara realmente se interessou por você. Ele não deu notícia por duas semanas e ainda por cima é um figurão da Grécia. Não consigo acreditar que ele tenha sentido essa mesma ligação que você fala. Sabe o que eu acho? Que você só ta perdendo tempo pensando nele, como se o mesmo fosse um príncipe que iria chegar a qualquer momento em um cavalo branco e te levar para felicidade.- eu não conseguia falar uma palavra ao ouvir tudo aquilo. - Elisa, desculpa... eu não queria te deixar mais triste, eu só não consigo te ver assim e ficar quieto.

- Não. Você ta certo Joey, acho que me emocionei. Logo eu... agora fiquei frustrada. - digo realmente chateada. Meu pai me olha com um olhar apreensivo atrás do balcão. Ele estava escutando tudo. - Eu criei expectativa em gestos e palavras, interpretei tudo errado. - suspiro fundo e meu pai vem ao nosso encontro olhando para fora.

- É Joey, ele não veio em um cavalo branco... mais veio em um Audi branco. - meu pai diz e eu não entendo sua fala até a porta anunciar a entrada de alguém.

Era ele... seu carro estava estacionada na frente da cafeteria enquanto o mesmo passava pela porta. Sua expressão era tranquila e indiferente, a mesma expressão de quando a gente se conheceu. Não sei se é porque tem um tempo que não o vejo, mas ele esta mais lindo do que já era. Ares vem direto em nossa direção, seus olhos passa por mim por um segundo e não diz nada. Sua atenção é totalmente voltada para meu pai.

- Olá, o senhor deve ser o pai de Elisa. - ele diz e meu pai estende a mão de uma forma meio robótica, como se isso fosse um reflexo automático de seu corpo.

- Sim. Me chamo Ícaro Ritter.

- Sou Ares Aahbran, é um prazer conhecê-lo. - ele diz e meu pai apenas dá um sorriso em resposta. - Se me permitir, queria levar a Elisa para um passeio. Prometo trazê-la em segurança.

Naquele momento a minha boca faltava cair no chão. Não acredito que ele ta sendo tão descarado em pedir para meu pai para eu sair com ele em vez de me perguntar primeiro, sem contar que praticamente me ignorou ao pelo menos me cumprimentar e excluiu completamente a existência de Joey que encarava a situação sem acreditar.

- Se ela quiser ir, não vejo problema algum. - meu pai diz e só então ele me olha, mas não diz nada.

- Ah... - olho para Joey que gritava com os olhos para eu não ir. - Então eu volto mais tarde, pai. - digo me levantando.

- Elisa você...- Joey diz se levantando e Ares coloca sua mão em minha costa para me guiar.

- Desculpa Joey, depois a gente conversa.

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