Capítulo 14°

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Ares

- Eu vou resolver o que tiver que resolver com Antony, de qualquer forma não posso deixar passar a batido o que ele estava tentando fazer em nosso território e assim que eu terminar... irei te levar para conhecer minha família. - digo e ela sorri. - Prometo que não vou sumir, até porque você disse que ia me estrangular se eu fizer de novo.

- Que bom que esta ciente. - ela diz rindo. Estávamos do lado de fora de sua casa, pois eu já estava indo embora.

- Eu estava quase me esquecendo de algo... juro que se eu pegar seu amigo falando coisas que não sabe para você, ele ficará sem língua a qualquer hora.- digo e ela franze o cenho.

- Você ouviu? Como... - levanto uma sobrancelha e ela sorri. - Há, às vezes esqueço que é uma divindade.

- Não de ouvido para o que ele fala, naquele momento você pode ter duvidado de meus sentimentos por eu não ter esclarecido de uma forma descente... mas agora você sabe, então não se esqueça que você esta cravada o mais fundo que possa imaginar aqui. - digo mostrando meu peito. 

- Não duvidarei. Sei que não consigo demonstrar como você, mas... eu sinto o mesmo Ares Aahbran. Eu estarei aqui para você, serei sua companheira... sua âncora. - sorrio ao ouvi-la.

- Eu não pediria nada mais, além disso. - digo e sem pensar duas vezes a beijo. Seus braços rodeiam meu pescoço e eu seguro firme sua cintura. Sua respiração fica densa e se mistura com a minha e com o reflexo daquele simples ato, aperto um pouco mais sua cintura e ela ri entre os lábios. 

- Acho que devo entrar... antes que meu pai se enfie mais ainda entre as cortinas para nos espionar. - ela diz e vejo seu pai que tentava disfarçar que estava nos olhando. 

- Verdade, não quero perder a confiança que acabei de ganhar. - digo sorrindo. 

- Sei que é um deus... - ela segura meu rosto com as duas mãos. - Mais não faça nada perigoso demais, a respeito dos russos, toma cuidado. Promete?

- Prometo, não se preocupe. - digo e beijo sua testa. - Depois eu te ligo. Boa noite, Elisa Ritter. 

- Boa noite, Ares Aahbran. - ela diz sorrindo. 

(...)

Estávamos todos reunidos na mesa de jantar onde Hércules discutia algo sobre a empresa com meu pai. 

- Amanhã estou indo até a Rússia. - digo sem fazer cerimônia e todos me encaram. 

- Hércules ou Apolo ira com você. - meu pai diz sério. 

- Irei sozinho. Não quero chamar atenção. - digo e Apolo ri. 

- Sinto em informar que você sozinho chama mais atenção que uma criança birrenta Ares. - ele diz e minha mãe faz uma expressão como se tivesse concordado, devo dizer que aquilo me ofendeu vindo logo dela.

- Concordo com Apolo. - diz Hércules e eu suspiro fundo. 

- Eu vou sozinho e garanto que ocorrera tudo bem. - digo confiante. 

- De todos nós, você é o que tem menos controle sobre seu poder, Ares. - meu pai questiona. - E se der algo errado? O que fará? Vai matar todos ele e encobrir?

- Não seria uma má ideia isso acontecer por acidente não é? - digo sorrindo e minha mãe e meu pai me repreende com o olhar. - Eu tô brincando. Quero fazer isso sozinho, preciso fazer. Não vou perder o controle. 

- E quem garante? - diz Hermes tomando seu suco. 

- O que um pirralho de 10 anos sabe? Tira suas fraldas primeiro seu pivete. - digo e ele me mostra a língua. 

- Eu só espero receber um bom motivo depois sobre toda essa bagunça com os russos. - diz meu pai me autorizando e eu confirmo coma cabeça. 

(...)

Olho para a porta do quarto de Apolo e fico indeciso se entro ou não. Por mais que temos muitas diferenças ele é a pessoa que sou mais próximo, porém meu orgulho é grande demais para confessar isso em voz alta... mais sei que ele também sabe disso.

- Entra logo antes que eu te chute escada a baixo. - ele diz abrindo a porta. Suas roupas estavam respingadas de tintas. 

- Quero conversar um pouco... - digo entrando em seu quarto. - Não vou mentir para você, corre um risco muito grande de eu fazer merda na Rússia... e sei que todos sabem disso.

- Sim, todos sabem. - Apolo suspira. - O pai não vai intervir porque quer ver se você realmente se controla, ele está confiando em você. Sabemos que por mais que Hércules seja mais velho, ele não tem capacidade para ir contra ninguém da família. E você sabe muito bem o óbvio de que também não posso ir com você até la. Somos bomba e relógio juntos. Sua fúria alimenta algo em mim que não tenho controle e isso seria suficiente para causarmos uma catástrofe. 

- Mais ainda sim tem mais controle que eu. - suspiro fundo. - Pela primeira vez na vida estou preocupado, eu sou bem ignorante no que diz respeito aos assuntos alheios, mais... isso é algo que nunca senti antes... o terror de algo dar errado e afetá-la... Você não entenderia.

- Você tá enganado. - ele vai até o quadro que estava pintando e vira me mostrando a pintura de uma mulher. - Eu te entendo mais do que possa imaginar. Por mais que eu ainda não a conheça, eu sinto uma ansiedade ao pensar onde ela está, quem ela é... uma preocupação sem precedentes e um pânico de poder só imaginar que ela pode estar correndo algum perigo e eu não poder ajudá-la. Não estou dizendo que eu to em uma situação pior que você, porém você sabe exatamente onde a encontrar e como proteger. Conheço todas as suas aflições e um pouco mais, o seu problema é que sua natureza é desprezar todos esses sentimentos e é por esse motivo que você entra em pânico. 

- Acredite em mim... eu quero fazer tudo certo. 

- Você vai Ares. - Apolo diz e suspira. - Não sei se vai funcionar para você, mas quando sentir que está perto de perder o controle, tente visualizar o rosto dela... ou algo que ela te disse, não sei, mais tem que ser algo que vai te distrair completamente. Assim você se controla e não mata ninguém. 

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