Com o livro proibido da poção Polissuco firmemente em suas mãos, transformando-se em um farol de conhecimento e com a orientação de Snape como um vento impulsionador em suas velas, Emma sentia-se cada vez mais determinada e motivada a aprimorar a poção. A cada página virada, ela mergulhava mais fundo no intricado mundo das poções mágicas, explorando ingredientes raros, técnicas avançadas e segredos escondidos há gerações. Cada fracasso em suas tentativas apenas alimentava seu desejo de superar os desafios e dominar a arte que a fascinava.
No entanto, uma curiosidade insaciável começou a crescer dentro dela, um desejo ardente de desvendar os mistérios que envolviam o próprio professor Snape. Cada vez que ela cruzava com ele nos corredores de Hogwarts, observava sua postura ereta e sua expressão impenetrável. Era como se ele carregasse um mundo de histórias e segredos que aguardavam para serem revelados.
Decidida a desvendar os segredos que envolviam a figura enigmática, Emma embarcou em uma jornada para compreender o homem por trás da máscara austera. Ela ansiava por descobrir os detalhes do passado de Snape, entender as experiências que o moldaram e compreender o que o levou a assumir a postura distante que o caracterizava. Snape era mais do que apenas um mestre das poções; ele era uma encruzilhada complexa de emoções e experiências.
Uma noite, após as aulas terem se encerrado e a quietude ter tomado conta do castelo, Emma tomou a decisão de buscar respostas. Ela fez seu caminho até o escritório de Remus Lupin, seu pai adotivo e também um respeitado professor em Hogwarts. O aposento de Lupin exalava aconchego e sabedoria, com estantes repletas de livros que testemunhavam décadas de conhecimento.
Ao entrar, Emma cumprimentou Lupin com um sorriso afetuoso, revelando o carinho que nutria por aquele homem que a havia acolhido como filha.
"Oi, pai," saudou Emma, sua voz repleta de calor e amor.
Lupin ergueu os olhos, e um brilho suave iluminou seu olhar cansado ao encontrá-la. "Oi, querida. Como foi o seu dia?"
Encontrando um assento próximo, Emma compartilhou sua inquietação com Lupin. Ela explicou sobre a curiosidade crescente em relação a Snape, sua motivação para decifrar as camadas de complexidade que compunham aquele homem enigmático. "Eu sei que Snape traz consigo um passado envolto em mistério e sombras. Existe algo por trás da frieza que ele exibe, e eu quero compreender o que o levou a ser assim."
Lupin a observou com ternura, compreendendo as inquietudes da filha. "Você está se aventurando em um território intrigante, Emma. Snape é um indivíduo multifacetado. Eu o conheci em tempos difíceis, e nossa relação era complicada, para dizer o mínimo."
Emma assentiu, capturando a complexidade nas palavras de Lupin. "Ele sempre foi assim, desde que o conheceu?"
Lupin suspirou, evocando memórias que percorriam um passado distante. "Desde que o conheço, sim. No entanto, muitas situações surgiram ao longo de sua vida para contribuir com essa barreira que ele construiu."
Emma ansiava por entender o que estava por trás dessa barreira impenetrável, mas tinha consciência de que as respostas não viriam facilmente. "Então, as circunstâncias da vida moldaram quem ele é agora?"
Com uma expressão pensativa, Lupin concordou. "Sua vida foi repleta de dificuldades e escolhas dolorosas. Além disso, ele passou por uma adolescência tumultuada. O impacto dessas experiências certamente contribuiu para sua natureza reservada."
Emma desviou o olhar por um instante, contemplando a dor que Snape devia carregar consigo. "Você o conheceu quando era mais jovem, pai. Você acredita que essa frieza é tudo o que há nele?"
Lupin refletiu por um momento, como se estivesse ponderando a essência de Snape. "Acredito que Snape é muito mais complexo do que a imagem que ele projeta. Ele carrega consigo um fardo de arrependimentos e cicatrizes. No entanto, é importante lembrar que todos nós fomos moldados de maneiras únicas pelos eventos da guerra e pelas escolhas que fizemos."
Emma absorveu as palavras de Lupin como uma esponja sedenta por conhecimento. "Mas e as pessoas que passaram pela mesma guerra, como você, pai? Nem todos se tornaram tão fechados."
Lupin assentiu, apreciando a perspicácia da filha. "Você está certa, Emma. Snape pode ter enfrentado desafios mais intensos, ou talvez sua própria natureza o tenha levado por esse caminho. Mas lembre-se de que cada pessoa é única e enfrenta suas próprias batalhas internas, e ele nunca compartilhou muito dele mesmo, até mesmo para Lily ele não falava muito."
Os pensamentos de Emma se aprofundaram enquanto ela processava as palavras de Lupin. "Você mencionou Lily... a mãe do Harry. Ela era amiga de Snape?"
O semblante de Lupin adquiriu uma nuance de tristeza enquanto ele se lembrava de tempos passados. "Sim, eles eram amigos na infância, mas algo aconteceu que rompeu esse vínculo. Essa ruptura teve um impacto profundo em Snape, o isolando ainda mais."
Emma assentiu, conectando as peças do quebra-cabeça. "Você acha que é possível para alguém mudar, mesmo após tudo o que aconteceu?"
Um sorriso compassivo adornou os lábios de Lupin. "Acredito que a mudança é um potencial humano constante, desde que enfrentemos nossos próprios fantasmas. Snape carrega um fardo de culpa e dor, mas talvez haja uma chance de redenção, mesmo que ele não busque isso ativamente."
Conforme a noite se desenrolava, as palavras de Lupin reverberavam na mente de Emma, lançando uma nova luz sobre o professor Snape. A conversa não apenas a enriquecia com entendimento, mas também a impelia a continuar sua jornada de descoberta, não apenas sobre a poção Polissuco, mas sobre a alma complexa do homem que havia se tornado parte indelével do mundo mágico. Enquanto a chama da lareira dançava e as sombras se alongavam, o diálogo entre pai e filha cumpria seu papel em desvendar os mistérios do passado e em iluminar os caminhos para um futuro repleto de possibilidades.
À medida que as semanas se passavam passavam, Emma não apenas dominava a poção Polissuco, mas também se aproximava do seu objetivo de entender o verdadeiro Snape. Ela começou a notar pequenas nuances em suas aulas e interações, pistas que revelavam as camadas escondidas do professor. Ele às vezes parecia perdido em pensamentos, como se atormentado por lembranças antigas. Outras vezes, seu olhar se suavizava ao observar algo que mais ninguém notava.
As descobertas de Emma a motivaram a se aproximar de Snape de maneira discreta e respeitosa. Ela começou a fazer perguntas mais direcionadas sobre suas experiências passadas, abordando assuntos que ele normalmente evitava. Embora Snape mantivesse sua postura rígida, Emma percebia que suas defesas estavam gradativamente diminuindo.
Uma tarde, durante uma conversa sobre poções após a aula, Emma decidiu tocar em um assunto delicado. "Professor Snape, eu aprendi muito sobre poções com o senhor, mas também estou interessada em aprender sobre as pessoas por trás delas. Sua jornada deve ter sido repleta de desafios e reviravoltas. Se não for muito indiscreto, o senhor estaria disposto a compartilhar alguns desses momentos?"
Snape a encarou com seus olhos negros penetrantes, e por um momento, Emma temeu ter ultrapassado um limite. No entanto, após um breve silêncio, Snape suspirou, como se ponderasse suas palavras com cuidado. "A vida é uma série interminável de escolhas, algumas das quais nos assombram por toda a eternidade. Minha trajetória foi moldada por decisões que eu preferiria esquecer, e por pessoas que... partiram."
Emma percebeu a tristeza oculta em suas palavras e decidiu avançar com sensibilidade. "A história de Lily Potter é uma parte importante de sua vida, não é?"
O olhar de Snape se tornou ainda mais intenso, como se ele estivesse revisitando memórias dolorosas. "Lily foi uma luz em meu mundo sombrio, um raio de esperança que eu deixei escapar por entre meus dedos. Minhas escolhas me afastaram dela, e as consequências foram irreversíveis."
Emma sentiu a magnitude do arrependimento em suas palavras. "Mas as pessoas mudam, professor. Eu acredito que a redenção é possível para todos."
Snape a observou por um momento, sua expressão uma mistura complexa de emoções. "Nem todos merecem redenção, Srta. Stevens. Algumas almas estão manchadas de tal forma que a luz dificilmente consegue penetrar."
Emma refletiu sobre isso que ele disse, e até mesmo mais tarde naquele dia, enquanto tentava dormir, as palavras do professor atormentavam sua mente, será mesmo que existem almas que não tem salvação?
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Para Sempre Nós - Severus Snape
FanfictionEm um mundo mergulhado na magia e mistério dos livros de Harry Potter, uma nova história se desenrola, entrelaçando o destino de duas almas improváveis. Emma Stevens, uma jovem e determinada aluna da Lufa-Lufa, encontra seu caminho no décimo ano (le...