Além da Vida - 2-49

122 15 1
                                    

 Ela acordou. Ao redor dela, havia apenas flores. Especificamente, camomilas. Não estava vestindo suas roupas habituais. Em vez disso, usava um longo vestido branco, sem detalhes ou características especiais. Seus cabelos estavam limpos e soltos. Ela se ergueu do chão, sentou-se e olhou ao redor.

 Estava em um imenso campo. Mas ao longe, ela conseguiu avistar alguém. Não poderia ser ele. Será que tudo isso era real? Estava realmente acontecendo? Tudo tinha acabado assim?

 Ao se levantar completamente, mesmo com dificuldade, ela correu em sua direção. Observou um sorriso gentil se formar em seu rosto, antes de se jogar em seus braços, afundando o rosto em suas vestes.

 Lágrimas escorriam de seus olhos. Ele a abraçou de volta, escutando seus soluços. Ela mal podia acreditar no que tinha acontecido.

 Mas então ele sussurrou em seu ouvido. "Posso te explicar tudo, querida..."

 Quando Emma suavemente abriu os olhos, viu-se deitada em um amplo campo coberto por margaridas, que resplandeciam sob a luz suave do sol. Ao se erguer, ela contemplou o cenário ao seu redor, momentaneamente cativada pela beleza tranquila deste lugar.

 A sua volta, as margaridas dançavam suavemente sob a brisa matinal, criando um tapete delicado que se estendia até onde a vista alcançava. Os raios solares banhavam o cenário em tons dourados, conferindo uma atmosfera serena e acolhedora.

 Emma sentiu a grama macia sob seus dedos e absorveu a calma que emanava da natureza ao seu redor, criando um momento de pura contemplação.

 Ao inspecionar seu próprio corpo, Emma notou que não havia mais nenhum sinal de ferimentos. Seus cabelos fluíam limpos e soltos, e ela estava vestida em um imaculado vestido branco, embora fosse difícil discernir muitos detalhes sobre a vestimenta. 

 Surpresa, ela levou a mão ao rosto, constatando que o machucado próximo ao olho havia desaparecido. Em vez disso, seus dedos encontraram algo inesperado: uma flor delicada. O toque suave das pétalas contra sua pele substituiu a dor anterior, adicionando um toque surreal a essa experiência singular.

 Emma, ao contemplar o ambiente ao seu redor, estava repleta de dúvidas sobre a natureza desse lugar inexplicável. Questionava-se se estaria no limiar entre a vida e a morte, ponderando se aquilo poderia ser considerado o paraíso.

 A sensação predominante era de paz e conforto, como se o peso de todas as tribulações que enfrentara anteriormente tivesse se dissolvido. Essa atmosfera serena levava-a a refletir sobre a possibilidade de ter transcrito para um domínio onde as preocupações terrenas não mais a afligiam. 

 O desconhecido pairava ao seu redor, mas Emma se via envolta por uma calma reconfortante, instigando-a a explorar os mistérios desse novo estado de existência.

 Emma, erguendo-se do chão, explorou o entorno com um olhar curioso. Foi nesse momento que, à distância, avistou uma figura notavelmente familiar: Albus Dumbledore.

 A presença do venerável mago fez com que ela considerasse a possibilidade de que, de fato, estivesse em algum estado pós morte. Lembranças dos últimos instantes começaram a aflorar, destacando as palavras da maldição da morte e o rosto marcante de Severus Snape.

 Ao deparar-se com Dumbledore, Emma surpreendentemente não experimentou tristeza ou pesar decorrentes da suspeita de estar morta. Pelo contrário, um sentimento caloroso de alegria e alívio a envolveu.

 A presença do diretor trouxe consigo uma sensação de familiaridade e conexão, como se, de alguma forma, ela e Dumbledore sempre tivessem compartilhado uma proximidade familiar.  A felicidade ao vê-lo dissipou qualquer apreensão que pudesse existir em relação ao seu estado atual, enquanto uma inexplicável sensação de pertencimento e conforto a abraçava. 

Para Sempre Nós - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora