A Pena de Sangue - 2-17

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 A sala de Umbridge, à primeira vista, poderia ser facilmente rotulada como "fofa" devido à profusão de decorações cor-de-rosa e quadros adoráveis de gatinhos que adornavam suas paredes.

 No entanto, essa fachada encantadora escondia uma atmosfera carregada de tensão, que pairava no ar como uma ameaça latente. A cada momento passado naquele ambiente, era impossível não se sentir como se estivéssemos à beira de uma catástrofe iminente, como se a mulher por trás de toda aquela ostensiva doçura estivesse prestes a desencadear o caos a qualquer momento.

 Cada objeto decorativo, desde os cortinados até as almofadas cor-de-rosa, parecia ser meticulosamente escolhido para criar uma ilusão de tranquilidade, quando, na realidade, a sala servia como um disfarce para as intenções sinistras que residiam na mente de Umbridge.

 Dolores Umbridge lançou um olhar penetrante em direção a Emma, seus lábios curvando-se num sorriso venenoso, enquanto lentamente se erguia de sua cadeira. Seu movimento gracioso em torno da mesa parecia deliberadamente calculado, ampliando o senso de ameaça que pairava no ar.

 Cada passo que ela dava ecoava pela sala, ecoando sua voz enjoada, que ressoava como um eco desagradável. Emma, no entanto, recusou-se a se deixar intimidar por aquela mulher.

 "Senhorita Lupin," murmurou ela com um sorriso de superioridade dançando nos lábios, "parece que sua língua é tão ousada quanto seu espírito. Entenda, minha querida, que na minha aula, pronunciar palavras tão desrespeitosas tem consequências graves." A voz dela soou com uma nuance de sombra.

 Ela se aproximou de Emma, cuja postura permanecia ereta diante da imponente mesa de Umbridge, com um desafio ardendo em seus olhos. A jovem sabia, instintivamente, que aquela não seria uma detenção convencional, embora suas experiências passadas com detenções fossem limitadas.

 Umbridge, por sua vez, avançou em direção a Emma com um sorriso sádico brincando em seus lábios finos. Seus passos eram calculados, como se cada movimento fosse uma parte de uma encenação cruel.

 Quando finalmente retornou à segurança atrás da mesa, a professora retirou um objeto de uma das gavetas com um ar de malícia palpável. Ela o colocou sobre a superfície de madeira com uma deliberada e perturbadora lentidão, revelando um instrumento proibido, que Emma reconheceu com uma sensação de apreensão crescente.

 Era a infame Pena de Sangue, conhecida por sua natureza dolorosa e terrível reputação. A mera presença desse objeto na sala prenunciava um sofrimento iminente e provocava um calafrio na espinha de Emma, que agora estava diante de uma punição que ia muito além do que ela poderia ter imaginado.

 "Vou lhe ensinar boas maneiras, Srta. Lupin," murmurou Umbridge com uma voz que revelava um prazer mórbido enquanto deslizava um pergaminho na direção de Emma, fazendo um som suave ao movê-lo sobre a mesa.

 Ela então entregou a pena à jovem com uma expressão que misturava malícia e autoridade. A atmosfera na sala estava grávida de tensão, como se a sala de aula tivesse se transformado em um campo de batalha psicológico.

 Emma segurou a pena diante de si, seus olhos fixos nela como se fosse um artefato maldito. Ela franziu a testa, uma expressão de desafio em seu rosto. "Não vou usar isso," declarou com firmeza. "Não sou idiota."

 "Você não tem escolha, Srta. Lupin," disse Umbridge com uma frieza cortante em sua voz, enquanto a ameaça pairava no ar. "Caso se recuse a escrever, eu mesma vou garantir que você seja expulsa desta escola." Umbridge emitiu sua característica risadinha, uma mistura sinistra de superioridade e prazer pela autoridade que detinha. "Agora, comece a escrever 'Não questionarei', vezes o suficiente para aprender a lição."

Para Sempre Nós - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora