Para Sempre Nós - Severus Snape

Cores do Entardecer - 1-10

 O sol encontrava-se em sua descendência em direção ao horizonte, pintando o cenário com uma mistura de tons ardentes de laranja e rosa que se derramavam sobre o majestoso castelo de Hogwarts. Um local sereno à beira do lago servia como o refúgio de Emma, onde ela buscava compreender para seus pensamentos. Esse rincão oferecia um retiro dos tumultos da vida escolar, concedendo-lhe um momento íntimo de reflexão e serenidade.

 Enquanto suas pupilas rastreavam a placidez das águas lacustres, seus ouvidos captaram sons sutis de passos aproximando-se. A figura que emergia não necessitava de confirmação; a chegada de Severus Snape era inconfundível. Ele acomodou-se ao lado dela, e juntos, ambos contemplaram o horizonte tingido pelas tintas do crepúsculo.

 "Boa noite, Emma," ele cumprimentou, sua voz emanando um tom ameno e cordial que, vindo de Snape, soava surpreendentemente acolhedor.

 "Boa noite, Severus," respondeu Emma, a surpresa a envolvendo pela inesperada reunião. Uma mistura de nervosismo e curiosidade tomou conta dela na presença do professor.

 Os minutos deslizaram silenciosamente, envolvendo-os em um conforto mútuo enquanto partilhavam a contemplação do pôr do sol. A tranquilidade irradiava de Snape, criando uma sensação de cumplicidade serena entre eles, como se compartilhassem um momento raro de paz.

 "Às vezes, encontrar um local onde possamos apenas observar e deixar nossos pensamentos fluírem é revitalizante," quebrou o silêncio abruptamente, suas palavras ecoando no ambiente tranquilo.

 Emma concordou, dando aprovação às palavras dele. "Sem dúvida. O lago tem essa habilidade de acalmar a mente, proporcionando um espaço para reflexão profunda."

 Os olhos escuros de Snape voltaram-se para ela, estudando-a por um instante. "Você é uma aluna excepcional, Emma. Sua dedicação à arte das poções é notável, e sua curiosidade é uma qualidade rara."

 Os elogios sinceros do professor aqueceram o coração de Emma. "Obrigada, Severus. A alquimia e as poções realmente me cativam. Transformar ingredientes simples em algo extraordinário é uma experiência incrível."

 Um breve silêncio se estabeleceu, e então, surpreendentemente, um pequeno sorriso brincou nos lábios de Snape. Era um gesto sutil, quase imperceptível, mas estava lá.

 "Você está certa, Emma. Alquimia e poções têm o poder de transmutar o comum em algo excepcional. São formas de arte que requerem paciência, habilidade e um profundo entendimento dos elementos envolvidos."

 O olhar de Emma encontrou o dele, surpresa e tocada pelo sorriso que ele compartilhara. "É raro vê-lo sorrir, Severus."

 Ele deu de ombros de leve, como se a menção o deixasse ligeiramente desconfortável. "O sorriso não é algo que eu adote frequentemente. No entanto, de vez em quando, até a fachada mais austera precisa se dissolver um pouco."

 Nesse momento, Emma sentiu que havia vislumbrado o homem por trás da figura do professor. Um sorriso involuntário aflorou em seu rosto, reconhecendo a vulnerabilidade que Snape havia revelado.

 "Obrigada por compartilhar esse momento comigo, Severus."

 Snape a encarou, seus olhos escuros parecendo mais suaves agora. "Você é notável, Emma. Continue seguindo sua paixão e buscando conhecimento. Há um vasto mundo de poções e magia esperando para ser descoberto."

 Uma brisa suave brincava ao redor do lago, fazendo com que as águas criassem pequenas cristas. Emma observou o horizonte pensativamente, antes de voltar seu olhar para Snape.

 "Severus, sempre fiquei intrigada pela complexidade das poções. A maneira como diferentes ingredientes podem se unir para criar algo completamente novo e poderoso é verdadeiramente fascinante," ela disse, uma centelha de curiosidade reluzindo em seus olhos.

 Snape assentiu, aparentemente absorvido pela conversa. "As poções são uma síntese de arte e ciência. Elas exigem precisão, mas também permitem uma certa liberdade criativa. Cada escolha de ingrediente, cada movimento do caldeirão, influencia o resultado final de maneiras únicas."

 Emma sorriu, absorvendo suas palavras. "É como se cada poção tivesse sua própria história para contar, não é?"

 "Exatamente," concordou Snape. "E cada poção também carrega consigo segredos e mistérios. Há profundezas que vão além das fórmulas escritas nos livros."

 Enquanto o sol continuava sua jornada para longe, as sombras começaram a se alongar, envolvendo-os numa aura de tranquilidade. Emma lançou um olhar reflexivo a Snape.

 "É interessante, Severus. Assim como nas poções, as pessoas também têm camadas ocultas, não é? O que apresentamos ao mundo muitas vezes é apenas a superfície, enquanto nossos pensamentos e emoções verdadeiros residem nas profundezas."

 Snape olhou para ela, seus olhos escuros parecendo penetrar suas camadas. "Você tem uma percepção aguçada, Emma. As pessoas podem ser tão intrincadas quanto as poções que criamos. E, tal como nas poções, é preciso habilidade para descobrir o que realmente reside dentro delas."

 Enquanto o céu se metamorfoseava em um manto estrelado, Emma suspirou suavemente. "Às vezes, a magia reside não apenas nos feitiços e poções, mas na capacidade de entender e se conectar com os outros. Essa é uma das razões pelas quais admiro a arte da magia."

 Snape olhou para ela, uma mescla de pensamentos cruzando seu olhar. "A busca pela compreensão é, de fato, uma forma de magia. É uma busca que nem todos se dispõem a empreender."

 Eles permaneceram em silêncio por um momento, o cenário noturno agora completamente desdobrado diante deles. As estrelas cintilavam no firmamento, refletindo-se suavemente nas águas escuras do lago.

 "Severus," Emma retomou, "a jornada para compreender as poções e a magia é algo que estou ansiosa para prosseguir. E ter a orientação de alguém como o senhor é uma verdadeira dádiva."

 Um sorriso leve e sincero curvou os lábios de Snape. "Emma, devo dizer, sinto-me honrado por ser seu professor. Você é uma aluna exemplar, e se tornará uma figura importante e influente no mundo bruxo."

 Os olhos de Emma encontraram os dele, um encontro que pareceu carregar mais do que palavras. Surpresa pelas confissões dele, ela também sorriu. "Obrigada, Severus. Ouvir isso de você me enche de alegria; eu o admiro muito."

 E assim, sob o manto estrelado da noite, a conversa entre Emma e Snape fluía como as águas do lago, explorando não somente as profundezas das poções, mas também as complexidades da própria essência humana. Sob o céu pontilhado de estrelas, a conexão entre eles parecia transcender as palavras, mergulhando no âmago da magia que unia suas almas.

 A tranquilidade do momento ecoava as infinitas possibilidades do mundo mágico, onde as histórias eram escritas não apenas com poções e feitiços, mas também com os laços que se formavam entre as pessoas. No silêncio compartilhado e nos olhares trocados, as sementes de uma compreensão mais profunda foram plantadas, prometendo crescer e florescer nas jornadas que aguardavam.

 A noite avançava, mas o tempo parecia suspenso, como se o universo conspirasse para permitir que aquele momento de conexão especial se estendesse além das limitações do relógio. À medida que as estrelas cintilavam e a lua alcançava seu lugar de destaque no céu, Emma e Snape sabiam que aquele encontro fugaz, aquele diálogo silencioso, havia deixado uma marca indelével em seus corações e mentes.

 A magia daquela noite não estava apenas nas cores do céu ou na tranquilidade do lago, mas na troca de ideias, na descoberta da humanidade um do outro e na promessa de um futuro enriquecido por sua conexão. E assim, enquanto o mundo mágico continuava a girar, Emma e Snape permaneceram ali, imersos na magia que transcende as páginas dos livros e se torna realidade nas entrelinhas da vida.