A noite envolvia tudo em uma serenidade profunda após a majestosa retirada da lua cheia, lançando uma aura de tranquilidade que abraçava o cenário como um amparo reconfortante. O relógio solene no corredor sussurrava que eram quase 5 da manhã, quando a inquietação impulsionou Emma a emergir do acolhedor quarto na ala Lufa-Lufa.
As preocupações haviam sido suas fiéis companheiras durante toda a noite, uma teia intrincada de pensamentos que giravam incessantemente em torno de Remus Lupin e dos desafios inclementes que ele enfrentava em suas noites de lua cheia.
Trajando um roupão macio que a abraçava como um segundo manto, ela empreendeu uma jornada silenciosa em direção ao quarto de Remus, seus passos ecoando pelo corredor como ecos suaves de determinação. Uma vontade irrefreável a levava a verificar o estado dele, a assegurar-se de que ele estava se recuperando das feridas físicas e emocionais causadas pela metamorfose.
Ao longo dos anos, Emma havia acumulado conhecimento prático e empírico sobre o tratamento das feridas provenientes da transformação lupina, e esse domínio a motivava a oferecer sua ajuda e empatia sempre que possível.
No interior do quarto de Remus, a cena que se desdobrou diante de seus olhos era a de um homem pálido, repousando na cama, os resquícios da metamorfose ainda visíveis em sua tez. Seus traços estavam marcados com um cansaço que só a transformação lunar poderia infligir.
Emma aproximou-se com passos suaves e olhos atentos, suas mãos hábeis entrando em ação enquanto tratava das feridas com um toque que combinava perícia técnica com gentileza intrínseca. Pomadas curativas foram aplicadas com precisão quase cirúrgica, enquanto bandagens eram meticulosamente envoltas nas áreas mais afetadas.
Ao concluir sua tarefa com uma sensação de realização, Emma contemplou Remus com um olhar carregado de afeto e preocupação. Agora, ele dormia serenamente, seu semblante tranquilo em contraste com as tormentas internas que enfrentava. Seus esforços modestos buscavam aliviar pelo menos uma fração do sofrimento que ele suportava com tanta valentia.
Deixar o quarto de Remus foi uma ação cuidadosa, a porta fechando-se suavemente como se temesse perturbar o sono precioso do professor. Inspirando profundamente, Emma embarcou em uma jornada pelos corredores do castelo, seus passos leves acompanhados pela crescente promessa da alvorada. O solstício de verão estava se aproximando, as primeiras nuances de luz colorindo o céu com tons de rosa e laranja. Era como se a própria natureza estivesse saudando o novo dia com uma melodia de cores.
À medida que caminhava de volta para o dormitório da Lufa-Lufa, Emma teve um encontro inesperado que a fez congelar em seus passos. Virando um corredor, ela se deparou com ninguém menos que o enigmático professor Snape. Seus olhos sombrios pareciam ter acompanhado sua jornada silenciosa, fixando-se nela com uma intensidade que sussurrava segredos profundos e não ditos.
A voz de Snape, sempre controlada e impenetrável, rompeu o silêncio como uma nota suave em uma sinfonia complexa. "O que a traz aqui a esta hora, Srta. Stevens?"
A surpresa, mesclada com um toque de familiaridade, estava se tornando uma característica marcante de suas interações, refletiu Emma. "Eu... estava cuidando das feridas do professor Lupin. A transformação pela qual ele passa pode ser implacável, como o senhor sabe."
Uma sobrancelha de Severus arqueou ligeiramente. "Você cuida das feridas do professor Lupin?"
"Sim, eu entendo que seja incomum, mas, como expliquei ontem, nossa relação é muito próxima, e eu o ajudo com isso. Apenas desejo proporcionar-lhe algum conforto", explicou Emma, seus olhos expressando sua genuína motivação.
Um aceno concordante de Snape trouxe um reconhecimento sutil, embora seu olhar mantivesse enigmas impenetráveis. "Seus cuidados são notáveis. O professor Lupin, sem dúvida, reconhece e valoriza sua dedicação."
Apesar da estranheza da situação, Emma captou a complexidade subjacente aos olhos sombrios do professor. "É o mínimo que posso fazer, professor."
Uma pausa breve se estabeleceu entre eles, um espaço vazio que continha uma tensão invisível. Era como se um enigma compartilhado flutuasse no ar, uma comunicação não verbal que se estabelecia entre eles.
As palavras de Snape emergiram, carregadas de significado e profundidade inesperada. "Às vezes, as pessoas se veem compelidas a agir com retidão, mesmo que isso signifique encarar as consequências de escolhas difíceis."
A surpresa tomou conta do rosto de Emma, as palavras de Snape tocando uma corda interior que ela não havia percebido antes. "Sim, professor. Às vezes, o caminho certo envolve enfrentar dilemas e tomar decisões árduas para ajudar aqueles que amamos."
"O modo como você cuida daqueles que ama é notável. Muitos não seriam capazes disso", observou o professor com uma inclinação de cabeça.
Ela assentiu, um sorriso terno curvando seus lábios. "Devo tudo àqueles que amo. Eu faria qualquer coisa por eles, especialmente pelo Remus. Ele é tudo para mim. Não hesitaria em fazer qualquer sacrifício por ele."
Um aceno de compreensão veio dos lábios de Snape. "É admirável, Srta. Stevens."
"Pode me chamar de Emma, se desejar", ofereceu ela, consciente da distância que geralmente envolvia o professor.
O olhar perspicaz do professor analisou-a por um momento, um vislumbre de surpresa reluzindo em seus olhos. "Emma... está bem. E você pode me chamar de Severus."
Emma sorriu, sentindo que estava fazendo progresso em estabelecer um vínculo mais próximo com o professor. "Claro, Severus. Agora devo ir, antes que algum monitor me surpreenda fora do dormitório."
"Compreensível. Boa noite, Emma."
Um entendimento compartilhado floresceu entre eles, uma compreensão que transcendia as palavras. As lutas internas, os sacrifícios e as encruzilhadas da vida eram terrenos familiares para ambos.
A voz de Snape reapareceu, sua vulnerabilidade escondida por trás de suas palavras cuidadosamente escolhidas. "Continue cuidando daqueles que você ama, Srta. Stevens. A tarefa pode ser árdua, mas transcende os desafios."
Com essas palavras enigmáticas, Snape se afastou, seus passos ecoando e depois se perdendo nos recantos do castelo. Emma permaneceu parada por um momento, sentindo como se tivesse testemunhado uma conexão sutil, mas profundamente significativa, compartilhada com o enigmático professor.
Era como se eles tivessem trocado algo mais do que palavras, algo que abrangia as complexidades inexprimíveis da existência humana. E assim, ela continuou sua própria jornada pela vida, armada com a lembrança dessa interação única e as lições de cuidado e dedicação que ela havia aprendido.
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Para Sempre Nós - Severus Snape
FanficEm um mundo mergulhado na magia e mistério dos livros de Harry Potter, uma nova história se desenrola, entrelaçando o destino de duas almas improváveis. Emma Stevens, uma jovem e determinada aluna da Lufa-Lufa, encontra seu caminho no décimo ano (le...