Luz e Sombra em Hogsmeade - 1-7

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 Sob o radiante sol que pintava de luz a adorável Hogsmeade, uma pitoresca vila encravada no mundo mágico, Emma e Cedric aproveitavam o dia ensolarado para se divertir um pouco juntos, longe dos estudos e da movimentação da escola. 

 As movimentadas ruas da vila fervilhavam com uma energia vibrante, como se a própria magia do lugar estivesse entrelaçada com o ar. Aquele sábado específico se apresentava como uma tela de vivacidade e brilho, com os estudantes de Hogwarts aproveitando um dia fora dos muros da escola para se lançarem em um momento descontraído. Emma, cuja animação transbordava, estava particularmente eufórica. A oportunidade de passar o dia em Hogsmeade ao lado de seu amigo mais fiel, Cedric, era uma rara dádiva que ela não tinha a menor intenção de desperdiçar.

A atmosfera efervescente e o doce cheiro tão característico os guiaram até uma loja de doces pitoresca, cuja fachada parecia um portal para um mundo mágico de sabores. Risos e histórias se entrelaçaram à medida que selecionavam suas guloseimas favoritas de entre as prateleiras coloridas. A escolha das guloseimas não era apenas uma questão de sabor, mas de experiência sensorial. Cada chocolate colorido, cada confeito parecia carregar uma promessa de alegria, evocando lembranças de infância e a sensação de estar em um lugar onde a magia era a norma.

Enquanto os sabores doces dançavam em seus paladares, Emma sentiu que era o momento certo para compartilhar o pensamento que a havia ocupado ultimamente. Com sua voz doce e olhos curiosos, ela virou-se para Cedric e começou a dividir suas reflexões. As palavras fluíram como um riacho suave, carregando consigo a essência de sua busca por entendimento.

"Cedric," ela começou, seus olhos vagando pelas prateleiras repletas de uma tentadora variedade de chocolates coloridos, "tenho pensado muito sobre o professor Snape recentemente."

Cedric, sempre atento e curioso, arqueou uma sobrancelha levemente. "Snape? O que trouxe Snape à sua mente?"

Emma encolheu os ombros graciosamente, um sorriso ligeiro brincando em seus lábios. "Não tenho certeza, exatamente. Sinto que há muito mais complexidade nele do que aquilo que se deixa ver na superfície. Eu até conversei com Remus sobre isso, e ele mencionou que Snape é uma pessoa repleta de segredos."

As palavras de Cedric pairaram no ar por um momento, como se ele estivesse saboreando a ideia. "Você está absolutamente correta. Snape é como um quebra-cabeça enigmático envolto em uma aura de mistério. Quem sabe quantas camadas de profundidade essa fachada misteriosa esconde? Snape, por mais que eu não goste nenhum pouco dele, é curioso."

Emma assentiu, um brilho de pensamento iluminou seus olhos. "É verdade. Estou passando mais tempo com ele por causa do projeto, e a cada dia sinto minha curiosidade crescer. Há algo nele que me atrai, algo que me impulsiona a desvendar seus mistérios, mesmo que eu não saiba exatamente o que é."

As palavras de Emma reverberaram no ar, carregadas de uma mistura intrigante de determinação e perplexidade. Cedric ponderou por um momento, antes de oferecer sua perspectiva. "É meio estranho que você queira descobrir tanto sobre ele, mas devo dizer, tenha cuidado, Emma. Não sei se é uma boa ideia pressionar muito nesse sentido. Se você o bombardear com perguntas, ele pode se fechar e parar de cooperar. Às vezes, é melhor deixar as coisas acontecerem naturalmente."

Emma assentiu, contemplativa. "Você está certo, Cedric. Você está certo, Ced. Pressa nem sempre é a melhor abordagem. Mas algo dentro de mim insiste para que eu não desista dele."

A expressão de Cedric refletia seu entendimento. Ele sabia que Emma não era alguém que agia impulsivamente; havia uma razão por trás de sua intensa busca pelo entendimento de Snape.

Enquanto continuavam a procurar na loja de doces, uma reviravolta inesperada os levou a se cruzar com Draco Malfoy e seu séquito. O riso alto e a presença marcante de Malfoy eram inconfundíveis, e ele não hesitou em reconhecer Emma e Cedric, lançando um comentário provocativo.

"Bem, bem, se não é a pequena alquimista da Lufa-Lufa. O que você está fazendo aqui? Tentando transformar esses doces em ouro?" A zombaria de Malfoy estava impregnada em seu olhar cheio de desdém dirigido a Emma.

Emma sentiu uma onda de raiva interior, mas ela se esforçou para não ceder à provocação. "Parece que você tem preocupações maiores, Malfoy. Talvez você devesse gastar um tempo penteando o cabelo ou admirando seu reflexo no espelho."

O sarcasmo de Emma provocou risadas entre os amigos de Malfoy, embora o próprio Malfoy parecesse um tanto indignado. "Você não deveria desafiar seus superiores, sangue-ruim."

Cedric suspirou, intervindo com diplomacia. "Malfoy, vamos manter a calma."

Uma enxurrada de emoções invadiu Emma: raiva, frustração e um ímpeto irresistível de se defender. Ela estava determinada a não deixar Malfoy sair impune por suas palavras venenosas.

"Não se preocupe, Cedric. Deixe-o falar. A única maneira dele encontrar alguma satisfação é atormentando os outros. E, mesmo que ele esteja adulto, suas ações ainda não demonstram crescimento real." As palavras de Emma estavam carregadas de indignação, seus olhos faiscavam enquanto encaravam Malfoy.

Malfoy deu um passo à frente, ficando face a face com Emma. "Cale-se, sangue-ruim. Você não sabe nada sobre ninguém. E não pense que o fato de o professor Snape estar se aproximando de você por causa desse projeto idiota lhe confere algum direito ou mérito. No fundo, você continua sendo uma bruxa de segunda classe."

Cedric se interpôs imediatamente entre Emma e Malfoy, seu olhar firme e sério. "Cuidado com suas palavras, Malfoy. Não ouse falar assim com ela."

Malfoy bufou e se afastou, acompanhado por seus amigos. Emma soltou um suspiro, sentindo uma mistura de alívio e frustração. "Você está bem, Emma?" perguntou Cedric, colocando gentilmente a mão em seu ombro.

Com gratidão, ela assentiu, apreciando a preocupação genuína de Cedric. "Sim, estou bem. Só não suporto pessoas como Malfoy."

Cedric sorriu de maneira amigável, brincando ao dar um leve empurrão no ombro dela. "Pelo menos você o deixou sem palavras."

Ela soltou uma risada suave. "E você o intimidou."

Os dois continuaram sua caminhada, deixando para trás a loja de doces que servira como cenário para esse encontro inesperado. Cedric envolveu o braço ao redor dela, e juntos eles seguiram pela rua, compartilhando conversas e risadas que eram a essência de sua amizade sólida.

Para Sempre Nós - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora