Apanhando Mais que o Pomo - 1-6

628 69 3
                                    

 Naquela ensolarada manhã, quando o astro solar ascendia resplandecente no firmamento, suas raias douradas banhavam o campo de Quadribol com uma luminosidade radiante, prenunciando a atmosfera mágica que se desdobraria em meio àquelas linhas traçadas no ar. O campo estava adornado para receber a magia esportiva que estava prestes a ser tecida, e as arquibancadas estavam repletas de estudantes ansiosos, emanando uma excitação palpável que se entrelaçava com o vento matinal. 

 Os corações de todos batiam em uníssono, em sintonia com a partida iminente que aguardavam com fervor. Entre esses jovens vibrantes, uma figura se destacava: Emma, cujo entusiasmo irradiava como uma chama especial. Seu melhor amigo, Cedric Diggory, seria o apanhador destemido da honrada casa Lufa-Lufa, e isso acrescentava um elemento extra de emoção àquele cenário. Emma se acomodou estrategicamente, escolhendo um lugar que oferecia a visão perfeita do campo, seus olhos cintilando com a promessa das emoções que estavam prestes a desabrochar.

 À medida que o jogo se desenrolava com uma velocidade vertiginosa, jogadas audaciosas e estratégias meticulosamente elaboradas enchiam o ar com eletricidade. Enquanto a multidão observava, atenta e maravilhada, Emma percebeu algo fora do comum. No canto das arquibancadas, um homem solitário estava sentado, afastado do restante do público, com um olhar penetrante fixo no campo. Era o enigmático professor Snape. Sua atenção estava firmemente fixada no espetáculo diante dele, como se estivesse absorvendo cada detalhe, cada movimento, com uma intensidade palpável.

 Movida por uma curiosidade irresistível e um desejo genuíno de entender o que estava por trás da fachada imperturbável de Snape, Emma não hesitou. Determinada, ela subiu os degraus da arquibancada até se encontrar ao lado do professor, suas intenções silenciosamente expressas em seu olhar.

 "Professor Snape, posso me juntar a você?" perguntou ela, sua voz carregando um misto de respeito e curiosidade. A presença dela pareceu surpreender Snape por um instante, mas ele acenou levemente, indicando o lugar vago ao seu lado.

 "Certamente, Srta. Stevens. Sinta-se à vontade", respondeu Snape, adotando um tom que, apesar de sua habitual frieza, trazia um toque de permissão.

 Emma se acomodou, seus olhos voltando-se novamente para o campo, uma expressão de antecipação e fascínio iluminando seu rosto. "O Quadribol sempre me desperta uma emoção única. É um esporte verdadeiramente cativante, não acha, professor?"

 Uma sombra de distanciamento passou pelos olhos de Snape, como se ele estivesse revisitando lembranças de tempos passados. "Sem dúvida, o Quadribol é um caldeirão de emoções."

 Percebendo que as palavras de Snape escondiam uma história complexa, Emma se encontrou diante de uma oportunidade única de penetrar na armadura enigmática do professor. "O senhor já teve a oportunidade de jogar Quadribol quando era jovem?"

 Os olhos escuros de Snape se fixaram nela, como se dentro deles estivesse um universo de pensamentos inexplorados. Após um breve momento, ele cedeu, deixando transparecer uma vulnerabilidade rara em sua voz. "Sim, de fato, eu fui jogador de Quadribol em minha juventude. Fui apanhador na equipe da Sonserina."

 Uma faísca de excitação iluminou os olhos de Emma. "Isso deve ter sido incrível! Uma experiência verdadeiramente única."

 Um suspiro quase imperceptível escapou dos lábios de Snape. "Foi uma época complicada, repleta de desafios e decisões difíceis. Nem sempre tomei as melhores escolhas."

 A resposta dele apenas aprofundou a curiosidade de Emma, que reconheceu a oportunidade rara de desvendar um lado de Severus Snape que raramente era revelado. "Eu adoraria ouvir mais sobre isso, professor. Se estiver disposto a compartilhar."

 Os olhos de Snape se encontraram com os dela, um complexo turbilhão de emoções passando por aquele olhar penetrante. "Não é algo que compartilho facilmente, Srta. Stevens. Minha juventude foi marcada por desafios e adversidades, e nem todas as minhas decisões foram as mais acertadas."

 Emma assentiu com respeito, entendendo a relutância de Snape. "Eu entendo. Só quero que saiba que estou aqui para ouvir, se um dia quiser falar sobre isso. Estou pronta para escutar."

 Um momento de silêncio se estendeu entre eles, o murmúrio da multidão e a brisa suave que acariciava o campo preenchendo o espaço vazio.

 Finalmente, Snape quebrou o silêncio, sua voz agora tingida de um tom suave. "É reconfortante saber que existe alguém disposto a ouvir, Srta. Stevens. Talvez um dia, eu compartilhe mais sobre meu passado."

 Um sorriso curioso iluminou o rosto de Emma, que sentiu ter alcançado um marco significativo na relação com o enigmático professor. "Estou ansiosa por esse dia, professor. Acredito que todos têm uma história para contar, e estou aqui para ouvir a sua, quando você estiver pronto."

 Os aplausos exultantes no estádio interromperam o momento, quando Cedric Diggory, triunfante, capturou o pomo de ouro, assegurando a vitória para a Lufa-Lufa. Emma se juntou à celebração, aplaudindo com entusiasmo e compartilhando a alegria com os outros presentes.

 Antes de se afastar para se unir aos colegas da Lufa-Lufa na comemoração, Emma ouviu as palavras de Snape, que pareciam emergir de sua habitual reserva. "Sua animação é intrigante, Srta. Stevens."

 Ela franziu levemente a testa, não completamente compreendendo. "Intrigante? De que forma?"

 O olhar de Snape sobre ela era perspicaz. "A maioria dos alunos que se dedicam tanto aos estudos como você raramente demonstra tamanha vivacidade ou interesse por atividades atléticas."

 Emma sorriu com suavidade, cercando a conversa com uma aura de sinceridade. "Bem, o senhor não é o primeiro a achar isso curioso. Acredito que minha disposição talvez tenha sido moldada por algumas experiências que enfrentei. É como se essa empolgação fosse um tipo de refúgio para mim, sabe?"

 "Então você acredita que sua animação é uma espécie de refúgio?" ele perguntou, intrigado com essa revelação surpreendente.

 Ela confirmou com um aceno suave. "Sim, é como se essa empolgação me ajudasse a enfrentar os desafios."

 Snape assentiu, parecendo captar as nuances subjacentes à explicação dela. "Compreendo. É uma abordagem interessante."

 Ela ofereceu um sorriso amigável. "Até mais tarde, professor Snape. Vou me juntar aos outros agora."

 "Até mais tarde, Srta. Stevens." O professor acenou com a cabeça levemente, em aprovação.

 Ela se levantou e acenou para ele antes de descer os degraus da arquibancada, mas não pôde deixar de sentir que Snape a observava com seu olhar, uma expressão de fascínio e intrigante curiosidade cintilando em seus profundos olhos escuros, totalmente intrigado com a dona dos olhos verdes.

Para Sempre Nós - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora