Vulnerabilidade e Esperança - 1-30

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 O período de férias havia chegado e Emma se via diante de uma decisão crucial. Consciente do risco que corria ao retornar à casa de seus pais abusivos, ela enfrentava uma escolha delicada: permanecer em um ambiente tóxico ou aceitar o convite de Severus para se hospedar em sua casa.

 A perspectiva dessa nova realidade trazia consigo uma dose de ansiedade, mesmo que representasse uma oportunidade para escapar do ciclo de abuso.

 A tentação de passar as férias em um local acolhedor e seguro era forte, mas a incerteza a deixava inquieta. As memórias dos abusos e punições infligidas por seus pais retornavam com força, reforçando sua aversão a retornar a essa realidade aterrorizante.

 A decisão que ela estava prestes a tomar se tornava uma encruzilhada em sua vida, onde a coragem para mudar competia com a ansiedade sobre o desconhecido.

 O convite de Severus pairava em sua mente, uma oferta que a fazia reconsiderar sua situação. As palavras reconfortantes que ele havia compartilhado e a segurança que ela sentia em sua presença se misturavam em seu coração. Entretanto, depender de alguém, mesmo alguém em quem confiava, despertava sentimentos conflitantes de gratidão e apreensão.

 Enquanto as férias se aproximavam, Emma se encontrava à beira de uma escolha que definiria seu destino. A coragem para deixar o passado para trás e abraçar um futuro incerto colidia com seus receios e inseguranças.

 A presença de Severus, porém, a lembrava de que ela não estava sozinha. A decisão era dela, mas ela encontrava conforto no apoio que ele oferecia, lembrando-se de que dentro dela havia a força para enfrentar essa transição desafiadora.

 Nos corredores da escola, Emma encontrou Remus, e com um misto de hesitação e determinação, compartilhou sua decisão com ele. "Oi, pai, vim aqui para me despedir antes de pegar o trem", ela disse, sua voz carregando a complexidade das emoções que estava sentindo.

 Um sorriso caloroso iluminou o rosto de Remus quando ele a viu, e eles se envolveram em um abraço afetuoso. "Olá, querida. Fico feliz por termos conseguido nos ver antes de você partir. Para onde você vai ir passar as férias?", ele perguntou com curiosidade, seus olhos expressando um amor genuíno e interesse em seu bem-estar.

 Emma soltou um suspiro suave, sentindo um peso em seu coração ao ter que mentir para ele, mas compreendendo a necessidade disso. "Eu decidi voltar para a casa dos meus pais. Eu sei que não é a melhor opção, mas parece que não tenho muita escolha", ela disse com sinceridade, seus olhos encontrando os dele enquanto ela compartilhava sua decisão.

 A preocupação tomou conta do olhar de Remus. "De verdade? Não conseguiu encontrar outro lugar?", ele perguntou com uma expressão preocupada. Quando ela negou com a cabeça, ele a abraçou com mais firmeza. "Lamento muito, querida. Eu não queria que você se visse naquela situação. Sinto muito", ele murmurou com sincera tristeza, sua voz carregando a dor de não poder protegê-la.

 Ela o abraçou com força, buscando transmitir um conforto que ela própria precisava. "Está tudo bem, pai. Vou ficar bem, não se culpe, por favor", ela sussurrou com ternura, sua voz carregando uma mistura de gratidão e tranquilidade. Ela o afastou um pouco para olhar em seus olhos, expressando sua confiança nele e seu desejo de aliviar a preocupação que via refletida neles.

 Os dois ouviram o som do sino da escola ecoando pelo corredor, sinalizando que era hora de se dirigirem ao trem.

 Ele a olhou com uma expressão preocupada. "Está tudo bem, querida... então, até logo. Se precisar de algo, escreva-me uma carta e eu irei te buscar, encontraremos uma solução. Cuide-se, está bem? Eu te amo", ele disse com um amoroso misto de despedida e encorajamento, seus olhos transmitindo um desejo profundo de que ela estivesse segura e protegida, apesar das circunstâncias difíceis.

Para Sempre Nós - Severus SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora