Punção.

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Punção

Substantivo feminino

1.

Ação ou efeito de pungir ou puncionar.

2.

certo tipo de bisturi.

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P.O.V Tom

Eu estava encostado no meu carro, parado em frente a casa da juíza mas não havia nenhum sinal do carro de Dafne por lá. Talvez ela tivesse saído com a irma? Talvez. Porém, assim que eu vi Demetria saindo de dentro da residência eu tive a certeza de que a minha teoria estava completamente errada.

- Você pode chamar a Dafne aqui fora? - perguntei impaciente batucando os dedos contra o teto do carro.

- Ela não está aqui. - Demi disse calma caminhando até mim.

- Como assim, ela não está? - questionei irritado. - Ela disse que dormiria aqui antes de sair de casa.

-Não. - Demetria deu de ombros. - Ela não está aqui.

-Eu sabia que essa filha da mãe estava me traindo! - esbravejei espalmando a mão com força sobre a lataria do veículo.

- Te traindo? - Demi gargalhou alto. - Tom, você é burro?

- Esse não é um bom momento para as suas piadas, Demetria. - Resmunguei sem graça encarando a morena.

- Me da essa chave e entra no carro, seu louco.- Disse dando a volta e parando ao meu lado.

- Pra quê?

-Eu quero ter ver quebrando pela milésima vez isso que você chama de cara. - disse pegando a minha chave e entrando do lado do motorista.

-Eu não sei porque você defende tanto a Dafne. - murmurei entrando pelo outro lado do carro. - Ela está errada.

- Porque eu a amo, seu infeliz. - disse alto. - Dafne me deu tudo o que eu tenho hoje e eu não admito que você abra a boca para falar mal dela.

- O que você quer dizer com isso?

-Nem sempre meu sobrenome foi Morgado Jones. Na verdade eu nem sei como é o meu nome verdadeiro, eu me chamo assim porque foi esse o nome que os meus pais adotivos me deram. - a morena me olhou com a sobrancelha erguida. - Surpreso?

Okay, confirmei a minha teoria de que ela não tinha o mesmo sangue que aquela família. Isso explica várias coisas.

Balancei a cabeça devagar sinalizando um sim e ela prosseguiu. - Dafne tinha acabado de completar nove anos quando eu a conheci. - disse rolando a chave do carro entre os dedos. - Ela era a garota mais doce e inocente que eu ja vi na minha vida e eu não sei o que seria de mim se ela não tivesse entrado no orfanato em que eu morava. Ninguém queria adotar uma pré- adolecente cheia de problemas psicologicos como eu. Mas ela quis, ela me queria como irmã, e fez de tudo para que os pais me adotassem. - A morena sorriu largo e ligou o carro. - Dafne era tão frágil, minha Daf nunca soube se defender. Aliás, acredito que ainda hoje não saiba. E quando visitou o orfanato pela primeira vez ela acabou se perdendo do pais. Eu me lembro como se fosse ontem de quando a encontrei chorando toda encolhida perto do banheiro com medo das outras crianças.

E se o Destino te desse Outra Chance? - TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora