Reencontrar.

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Reencontrar 

Verbo 

Tornar a achar(-se), a encontrar(-se), redescobrir(-se). 

~

Eu acordei em uma sala branca. Certo, isso ja era de se esperar, e levando em consideração o bipe irritante da máquina ligada a mim eu diria que eu levei um belo de um tombo.

Minha cabeça dói.

Uma mulher loira se aproximou, perguntou se eu estava bem e verificou os meus batimentos e a minha pressão. Seus dedos abriram por completo um dos meus olhos e ela apontou uma lanterna para ele, depois fez o mesmo com o outro olho e se afastou anotando algo em uma caderneta.

Isso piorou a minha dor de cabeça.

Obrigado, filha da puta.

A porta do quarto se abriu devagar e eu tive que respirar fundo para não desmaiar de novo quando o motivo de eu estar ali entrou no cômodo com a minha filha em seu colo.

Dallas estava com a cabeça deitada no ombro da mais velha e surpreendentemente estava dormindo.

Eu estava emocionado; por causa da cena; Assustado: porque no meu íntimo eu tinha a certeza de que aquela mulher era a minha Dafne; E eu estava como medo: porque se aquela fosse mesmo a minha Dafne... Bom... Eu ainda não sabia o que pensar sobre isso porque a dois dias atrás eu visitei o seu túmulo.

Merda!

Acho que estou ficando louco. 

Muito louco. 

Insano!

A mulher caminhou até mim de forma cautelosa enquanto afagava as costas da minha filha e eu engoli em seco umas dez vezes a cada passo que ela dava.

Minha Dafne virou um zumbi?

Prefiro acreditar que ela é um anjo.

Acho que preciso de um psicólogo.

Um não, dez psicólogos.

- Pelo amor de Deus. - Falei desesperado fitando o rosto da morena que me encarava com os olhos cerrados. - Me diga que o seu nome é Dafne.

Ótima forma de se abordar uma pessoa, Tom. Parabéns.

- Na verdade, eu não sei de onde você tirou os nomes pelos quais tem me chamado até agora. - disse confusa. - Meu nome é Alice. - Murmurou. - E eu apertaria a sua mão agora mas acho que a sua filha acordaria se eu fizesse isso.

Por que eu estava tremendo?

- Obrigada por cuidar dela. - sussurrei agradecido, tentando esconder a confusão que estava martelando na minha cabeça naquele momento. - Eu não sei o que aconteceu comigo. - suspirei. - Você se parece tanto com ela.

Eu estava quase chorando.

E acho que se eu continuasse assim ela iria sair correndo a qualquer momento.

Eu não queria que ela saisse correndo.

- E me parecer com ela é algo bom? - questionou com a sobrancelha arqueada.

- É desesperador, Alice. - a encarei pela milésima vez. - É ridiculamente desesperador.

- Se você quiser eu posso ir...

Seu rosto estava avermelhado, e eu queria me levantar daquela cama e beijar cada canto dele.

- Não, pelo amor de Deus. - olhei para cima e respirei fundo contendo a minha vontade arrebatadora de chorar. - Não vá. E por favor, não pense que eu sou louco.

E se o Destino te desse Outra Chance? - TOM KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora