Girassol

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  Os primeiros raios de sol da manhã entraram pela janela, iluminando o quarto. Me espreguicei e levantei, sentindo os músculos ainda um pouco doloridos, mas revigorados. A lembrança do treino com lance trouxe um sorriso em meu rosto. 

  Vesti roupas confortáveis, enquanto encarava um novo vaso com girassóis e um pequeno bilhete escorado. 

"Girassóis me lembram seus lindos olhos"

  Impossível era não deixar um sorriso transparecer em meu rosto, assim como uma felicidade singela. Desci as escadas, encontrando Lance arrumando a mesa do café da manhã. 

— Bom dia, Náiade — viu seu bilhete em minhas mãos. — Gostou das flores? 

— Tanto quanto o bilhete — sentei junto a ele na mesa. Entretanto, ao julgar seu olhar de curiosidade, minha resposta não havia sido tão conclusiva. — Adorei ambos. 

— Isso me alivia. Com está se sentindo hoje? 

— Levemente dolorida, mas nada que impeça o treinamento de hoje. Quando começamos? 

  Lance assentiu com aprovação. Após o café da manhã, nos dirigimos ao pátio novamente, onde as espadas de madeira nos aguardavam. 

   O segundo dia de treinamento começou com uma revisão dos movimentos aprendidos anteriormente. Lance continuou me guiando, introduzindo novos movimentos e técnicas, mas sempre arrumando minha postura. 

— Agora, vamos praticar um movimento de defesa — disse ele. — Levante a espada para bloquear um ataque direto. Mantenha o punho firme e use a lâmina para desviar o golpe. 

  Levantei a espada, concentrando-me em cada palavra de meu mentor. Imaginei um ataque vindo em minha direção e movi a espada para bloquear, seguindo as instruções cuidadosamente. 

— Excelente! 

  Suas palavras alimentaram minha determinação, assim como a madeira alimenta o fogo. 

— Você está progredindo bastante! Lembre-se, a chave da perfeição é a prática constante — continuou a falar, mas dessa vez tocando em meus ombros. — Está curvada e tensa, arrume sua postura. 

    Apesar de sua fala, concentrei-me apenas em seu toque, presa àquilo. Paralisei e quando o mesmo percebeu, tirou suas mãos na mesma velocidade que as colocou. 

— Desculpe-me, não deveria ter tocado a senhorita sem permissão — suas sobrancelhas estavam erguidas. Assenti — Precisa descansar?

  Estávamos há um bom tempo treinando, aquela situação havia feito esquecer-me de toda a exaustão que sentia. Ainda assim, me encontrava hipnotizada em seus olhos, agora totalmente arregalados. Ambos ofegantes, se encarando por torturantes segundos em completo silêncio, o qual implorava para ser quebrado. 

— Náiade? — chamou minha atenção, quebrando o silêncio entre nós. 

— Desculpe — retomei o foco. — Está tudo bem e um descanso cairia muito bem agora. 

— Ótimo! Pedirei para minhas criadas nos levar algo no jardim. — respondeu. O olhei com curiosidade. — pela sua reação, receio que tenha esquecido de apresentá-la ao jardim. Estou certo? — assenti. — Aceita esse convite? 

— Aceito.  

  Seus olhos sempre se alegravam quando aceitava um pedido seu, seja para acompanhá-lo ou para receber presentes. 

𝚃𝙷𝙴 𝙰𝙱𝚂𝙾𝙻𝚄𝚃𝙴Onde histórias criam vida. Descubra agora