𝚃𝙷𝙴 𝙰𝙱𝚂𝙾𝙻𝚄𝚃𝙴

Rosas

Após um sono revigorante, despertei. Na mesa ao canto de meu quarto, se encontrava um lindo arranjo de rosas-vermelhas, cheirosas e majestosas, tomando toda a beleza do quarto para si. Andei até as mesmas, encontrando um cartão semiaberto e escrito a mão.

“As mais lindas flores, para a mais linda do baile passado. Não cansarei de dizer o quão estava deslumbrante, Náiade.”

  Sorri com o presente matutino, Lance irá me deixar desacostumada com isso.

  Enquanto me trocava, recordava de nosso pequeno momento no corredor. Do calor de seus dedos em meu rosto, seus olhos fixados aos meus e as pontas de nossos narizes se tocando. Qualquer toque era motivo de lembrança e espera.

  Ouvi um suave bater na porta do quarto, interrompendo os pensamentos que dançavam em minha mente. Ao abri-la, Lance estava lá, com sua presença magnética e um sorriso caloroso.

— Bom dia, Naiáde, espero não ter interrompido seu sono.

— De forma alguma, Lance.

Ele adentrou com uma graciosidade natural, seus olhos explorando o ambiente. Notei um leve rubor em suas bochechas enquanto observava as rosas na mesa.

— Gostou das rosas?

— Sim, são lindas. Obrigada, Lance — sorri, genuinamente tocada pelo gesto.  — Em especial, o cartão.

Lance se aproximou, e por um momento, ficamos ali, capturados por um silêncio que falava mais do que palavras. Seus olhos encontraram os meus, e uma expressão suave de apreço se formou em seu rosto.

— Náiade, há algo que gostaria de falar contigo. Algo que vai além dos jardins e das histórias que compartilhamos.

Curiosa, assenti, convidando-o a continuar.

— Desde o momento em que a vi no rio, algo mudou. Uma energia, uma conexão que transcende o que consigo explicar. Eu quero sempre ficar perto da senhorita, não importa a hora do dia. Sinto a necessidade do seu toque da mesma forma que sinto a necessidade de respirar.

Seus olhos transmitiam uma mistura de seriedade e carinho. Lance prosseguiu:

— Náiade, eu... — ele hesitou por um breve instante, como se buscasse as palavras certas. — Eu me vejo envolvido por algo que não esperava. Algo que vai além de nossa convivência como anfitrião e convidada.

O quarto parecia mais carregado de significado, como se estivéssemos no centro de uma narrativa que ainda estava se desdobrando.

— Lance, o que você quer dizer?

Ele respirou fundo, como se estivesse prestes a revelar um segredo muito profundo.

— Náiade, eu sinto que nosso destino está entrelaçado de maneiras que ainda não compreendemos totalmente. Não consigo ignorar a conexão que cresce entre nós, uma ligação que vai além do tempo e das circunstâncias.

Fiquei em silêncio, processando suas palavras. O que Lance estava sugerindo ia além do convencional, adentrando um território de possibilidades que eu mal começava a compreender.

— Está me dizendo que... há algo mais entre nós?

Ele assentiu, seus olhos procurando os meus em busca de compreensão.

— Náiade, aceita explorar isso juntos? Descobrir o que o destino reservou para nós?

E, naquele quarto, iluminado pelas rosas e pelo brilho da noite lá fora, enfrentamos um momento de escolha que poderia alterar o curso de nossas vidas