Baile

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O baile ocorria em uma suntuosa mansão, com candelabros dourados iluminando o salão de baile. O som de música ao vivo preenchia o ar, e casais elegantemente vestidos rodopiavam pela pista de dança. Lance e eu, como convidados especiais, fomos recebidos com olhares curiosos e sorrisos polidos.

Eu estava cercada por mulheres com vestidos deslumbrantes, cabelos perfeitamente arrumados e sorrisos que escondiam uma competição silenciosa. A sensação de ser observada e julgada estava me deixando desconfortável, mas eu me esforçava para manter a compostura. Lance me colocou em um vestido vermelho de seda, com pedras de rubi para acompanhar a cor. Vermelho e prata, o mesmo dizia ser uma boa combinação.

Lance era meu par para a noite, e ele me conduziu graciosamente pela pista de dança. A dança era uma valsa, uma das poucas que eu havia aprendido com ele. Enquanto dançávamos, percebi que ele era habilidoso em todos os aspectos da alta sociedade, desde a dança até a conversa educada.

Ele me apresentou a vários membros influentes da sociedade, cada um mais importante que o anterior. Apesar dos elogios à minha beleza e graça, eu me sentia como uma intrusa em um mundo que não era o meu. Por algum motivo, os elogios surgiam por mera educação e cortesia, cortavam minha pele como vidro e isso tirava mais meu ar do que o espartilho que usava.

  Um homem usando um traje elegante com detalhes dourados se aproximou de nós, lançando um olhar curioso. 

— Finalmente pude ter o prazer de revê-lo — um homem jovem abordou Lance e desferiu um abraço caloroso. — Em qual caverna estava se escondendo, meu amigo?

— Estava cuidando de grandes problemas, mas nada que eu não consiga resolver.

O homem de olhos claros e cabelos escuros me encarou, pude perceber um pequeno sorriso de canto formar-se em seu rosto.

— Não pretende nos apresentar?

— Ah, sim — Lance segurou minha mão e me direcionou ao seu lado. — Permita-me apresentar-lhe a encantadora senhorita Selene.

O homem segurou minha mão e desferiu um beijo lendo nas costas da mesmas.

— É um prazer conhecê-la, senhorita. Sou o Conde Alexander de Montclair.

— Igualmente, Conde — ponderei puxar minha mão antes que ele a levasse junto, mas, por educação, me mantive parada.


Enfim, o Conde Alexander soltou-me e voltou-se a Lance.

— Confesso que estou curioso para saber em qual mina encontrou esse diamante — falou e fiquei nervosa. — Quando a apresentou como senhorita, isso significou que a mesma não é casada. Estou correto?

— Sim, Conde — Lance respondeu.

— Decerto que essa belíssima dama terá inúmeros pretendentes — voltou sua atenção para mim. — Ainda mais sendo a atração da noite.

Soltei um sorriso amarelo, olhando a minha volta e percebendo os milhares de olhares sobre mim. Lance, por sua vez, não sorriu, sequer desviava o olhar do Conde. Alguma coisa me incomodava em seus olhos, estavam diferentes.

— Se nos dá licença, Conde, temos muitas pessoas para cumprimentar.

O mesmo assentiu e Lance entrelaçou meu braço ao dele, me levando para longe do homem galanteador. 

𝚃𝙷𝙴 𝙰𝙱𝚂𝙾𝙻𝚄𝚃𝙴Onde histórias criam vida. Descubra agora