Quinto dia: friday I'm in love

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Na segunda, se odiavam

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Na segunda, se odiavam. A terça foi cinza e fingiam que não se importavam. Quarta, caíram na confusão e os corações quebraram. Na quinta desmoronaram e se despedaçaram, e agora é sexta e estão apaixonados.

Pela primeira vez, Chrissy Cunningham olhou nos olhos dele por bem mais do que os cinco segundos de sempre. Pela primeira vez, os olhos azuis estavam fixos nos dele, sem piscar, sem desviar. Por bem mais do que 16 segundos.

E mesmo que as bochechas queimassem, ela não desviou um só segundo, esperando que ele entendesse o que significava aquele olhar. E torcendo para que os olhos dele dissessem e quisessem a mesma coisa.

Porque ele também, por mais que sinta os joelhos trêmulos, não tira os olhos dela. É impossível tirar os olhos de Afrodite, milhões cruzam oceano e se matam por anos em filas enormes de museus para ter o vislumbre de uma estátua da maior representação de beleza do mundo todo, então por que ele desviaria os olhos se ela está bem aqui na frente dele com bochechas macias mais vermelhas que campos inteiros de morangos?

Mantendo um contato visual tão intenso que os fazia respirar fundo e o peito subir e descer, subir e descer tão rápido quanto as batidas dos corações.

Ele a encara de volta com a mesma intensidade como se soubesse exatamente o que o olhar dela está querendo dizer.

E sabe. Porque ele quer o mesmo.

Ah porra, tá fodido, tá disposto há muito mais do que só pintar flores de azul, se sente chapado só de olhar pra ela, se sente leso, como se ela o dominasse da cabeça aos pés, como se ela fosse uma droga poderosa que consegue mexer com cada batida do coração dele, com cada pedaço da mente dele, e se ela fosse mesmo, ele se entorpeceria pelo resto da vida até se viciar de um jeito tão perigoso que o coração não consegue bater sem ela, que a morte é melhor do que a abstinência. Passaria do limite, desperdiçaria tempo e perderia ainda mais a cabeça, cairia em desgraça só pra olhar para ela, só pela chance de a adorar, de tocar no rosto dela, imploraria de joelhos, perderia a cabeça, já está perdendo a cabeça...por ela.

Nunca se sentiu assim e não sabe explicar, e é assustador o jeito que o coração dele bate tão forte que Eddie tem certeza que os joelhos trêmulos vão o derrubar no chão.

E ela, bom, Chrissy nunca se sentiu assim, é novo, é forte, o estômago gelado, o peito quente, todo o corpo uma bagunça sentindo o efeito que os olhos dele, só os olhos dele trazem.

Algo acontece pela primeira vez. Estão sentindo algo pela primeira vez. É novo, forte e avassalador. E precisam um do outro. Mas nenhum tem coragem de dar o primeiro passo porque insegurança é um problema sério na mente dos dois. E nenhum está disposto a lidar com a rejeição porque seria um machucado terminal que não fecharia ou cicatrizaria jamais. Estão no limite da fronteira de guerra, ou vão vencer a batalha e ganharem o que ambos querem, ou vão ter a pior derrota de toda a história.

Don't You Forget About Me - Eddie Munson | finalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora