Vestido vermelho e jaqueta de couro - Parte I

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Boa leitura <3



E foi ao mesmo tempo, aconteceu ao mesmo tempo. Eddie Munson deu um passo para dentro do quarto e então mais um passo e mais um passo na direção dela, mas nem precisou dar mais passos porque foi pego de surpresa quando Chrissy Cunningham correu até ele.

Finalmente matando a vontade de cada um daqueles pensamentos durante noites em claro em que imaginava ele voltando e o que faria, e sempre pensava em se jogar nos braços dele. E foi isso que ela fez agora, se jogou em cima dele em um abraço eufórico e desesperado ao ponto de Eddie quase se desequilibrar e os derrubar no chão. Mas não derrubou, porque quando a viu chegando perto, ele imediatamente inclinou um pouco pra baixo, abriu os braços e a pegou no colo.

A segurou com firmeza num abraço apertado.

E a primeira coisa que sentiram foi a manga da jaqueta de couro gelada em contato com as costas nuas quentes e macias da garota usando aquele vestido vermelho. Depois foram os peitos se chocando um no outro quando ele a sustentou. E por fim, a quentura dos corpos se tocando por inteiro.

Eddie sentiu quando as mãos dela deram a volta em sua nuca, ficando por baixo dos cabelos dele e o esmagando num abraço. Ela que estava medindo o ritmo do abraço, o apertando, e ele só a apertava suavemente de volta, ao ponto de tirar os pés de Chrissy do chão e a segurar rente a ele, peito com peito, barriga com barriga, o calor crescendo entre eles, na verdade, tão grudados, esmagados um no outro, que produziam a quentura juntos, como se um fosse o isqueiro e o outro a gasolina, prestes a explodirem tudo e entrarem em combustão. Continuavam se apertando, se esmagando um no outro, aprofundando o toque dos braços, mesmo não tendo mais como grudar, já chegaram ao máximo, onde nem meio centímetro os separam, onde nem uma mísera faísca de pó conseguiria passar pela jaqueta grudada no vestido, as barrigas e peitos unidos feito cola. Parece que toque nenhum é suficiente para sanar a falta e matar a saudade, querem mais, cada vez mais.

Ele nem percebeu que fechou os olhos no segundo em que pegou a garota nos braços e um suspiro de alívio saiu por entre os lábios, como perder a guerra, como um soldado solitário que viveu apenas com uma foto num medalhão e cartas vazias, mas agora finalmente voltou para casa. Como estar se afogando, sufocando, e finalmente subir para a superfície, e o ar está nos braços dele.

Só de sentir o cheiro dela no nariz, de verdade, e não só numa memória começando a se perder, foi como um viciado que não tem seu vício há tanto tempo, e o peito dele tremeu, tão cheirosa, tão colado nela, que o ar que escapou pelo nariz fez alguns fios de cabelos loiros voarem.

E eles ficaram assim por quase um minuto inteiro, ninguém falou nada, porque não precisava falar nada, porque o abraço quente e apertado já dizia tudo, porque estarem se esmagando desesperadamente como se fossem desaparecer ou fundir um no outro já dizia tudo, porque estavam tão colados que podiam sentir o coração um do outro batendo desesperado pelas caixas torácicas apertadas e juntas e isso já dizia tudo. Porque o jeito que ela deitou o rosto na curva do pescoço dele, escondida entre os cabelos, se segurando firme na nuca, o nariz no colarinho da camisa respirando o cheiro do perfume e torcendo para que todo o ar que entrasse pelos pulmões pelo resto da vida tivesse esse cheiro, já dizia tudo.

Porque o jeito que as borboletas voltaram naquele tremor quente só por estar sendo sustentada pelos braços dele, colada nele, sentindo as mãos dele, já dizia tudo. Porque o jeito que ele segurava a garota nos braços como se fosse a porra da coisa mais preciosa do mundo já dizia tudo, e pra ele...ela é, e não queria soltar ela, e ela não queria se soltar. Porque o jeito que ele tinha o nariz apoiado no topo dos cabelos dela, de olhos fechados, já dizia tudo.

Don't You Forget About Me - Eddie Munson | finalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora