Julho, 1985 - Hawkins High School
Primeira semana das férias de verão, mas nem todos os alunos vão poder aproveitar o sol quente do lado de fora, os dedos lambuzados de sorvete e o cheiro do protetor solar colando na pele antes de um dia todo na pis...
Mt obg por continuarem aqui e pelos comentários incríveis no capítulo passado, eu fico tão feliz e empolgada para escrever mais <3 obg por tudo!!
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- Vem, levanta - Eddie suspirou - Consegue levantar?
- Hm?
- Eu vou te levar pra casa.
Chrissy Cunningham não disse nada, e nem precisou dizer, na verdade ficou sem palavras, ou talvez a mente embriagada tenha parado de funcionar.
Ficou alguns segundos ainda sentada, sem processar o que estava acontecendo, os olhos surpresos e a boca entreaberta, enquanto o fita ali parado ao lado dela, sem acreditar que o "idiota" do Eddie Munson voltou e está ali, a oferecendo carona e sendo a salvação da noite dela.
Mais uma vez.
Chrissy nem se enganava mais, sabia muito bem que Liam Walker tinha dado no pé há muito tempo, e sendo sincera, nem o procurou, porque ele podia estar ali dentro ainda, mas ela preferia apagar na piscina do que entrar no carro com ele no estado que está agora. Se pensar que ele é uma cópia fiel de Jason e que Jason surtaria com ela se a visse assim, bom...ela nem quis mais pensar nisso.
Chrissy Cunningham não disse nada, e nem precisou dizer...mas o jeito que ela olhou pra ele deixou claro o quão feliz ficou por ele ter voltado, o quão aliviada e...agradecida...e...a mente embriagada, surpresa e confusa não encontrou palavras, mas ele voltou.
E há cinco minutos atrás quando ele a deixou aqui, disse que ia embora e perguntou se ela tinha carona, ela sabia muito bem que não tinha, mas não quis pedir pra ele, envergonhada, e Eddie já fez muito por ela essa noite, então não quis incomodá-lo, ou talvez estava com medo da resposta ser a que ela não queria ouvir, ou talvez estava tão cansada e bêbada que só aceitou que está ferrada e desistiu, por isso se encolheu na cadeira, esperando passar a noite ali e quando a mente voltasse ao normal pela manhã, ela lidaria com as consequências.
Ficou cinco minutos sentada naquela cadeira no jardim vazio da casa de um desconhecido, só com alguns bêbados jogados por ali, se sentindo o mais sozinha que já sentiu a vida toda. Estava trêmula de medo, nunca ficou tão fora de si antes, nunca passou tão mal, nunca esteve tão vulnerável e sozinha numa rua vazia, nunca dormiu fora de casa.
E nem vai.
Por que ele voltou.
E ela não esperava que ele fosse voltar, quando o viu dar as costas, a mente só tratou isso de um jeito normal, ele me odeia, até parece que vai me dar carona. É o Eddie Munson, sabe, ele vai entrar na van, acender o cigarro e dar o fora.
Talvez tenha sido a terceira vez que olhou no olho dele, já perdeu as contas. Chrissy destravou, abaixou os olhos e sorriu devagar na direção dele, um sorriso sem mostrar os dentes, mas suave, um sorriso doce de bochechas levemente flexionadas e olhos perdidos, mas aliviados e felizes. Um sorriso que deixava claro o que a garganta não conseguiu projetar "obrigada".
