Quarto dia: 16 segundos, luz do sol e estrelas

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Demorei, mas voltei! Boa leitura <3

-  É, tá fechada mesmo - Chrissy Cunningham caminhou até a porta principal da escola, segurou o trinco gélido apenas com a ponta dos dedos, temendo que abrisse, mas quando girou e comprovou que sim, estão trancados, a garota soltou um suspiro no f...

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-  É, tá fechada mesmo - Chrissy Cunningham caminhou até a porta principal da escola, segurou o trinco gélido apenas com a ponta dos dedos, temendo que abrisse, mas quando girou e comprovou que sim, estão trancados, a garota soltou um suspiro no formato de um sorriso contido que ela nem sabe de onde veio.

-  Pois é - Eddie Munson estava escorado nos armários do corredor, perto dela e enquanto via a garota segurar o trinco, sentiu até uma gota de suor pingar pela nuca. Receoso, com medo daquela porra de porta abrir. Prendeu a respiração. E quando ela testou a fechadura e a porta não abriu, ele até respirou aliviado e precisou se conter para não soltar a porra de um sorriso comemorativo.

Nunca pensou que ficaria feliz em estar trancado. Porra, tá feliz pra caralho, tão feliz que tá tremendo de um jeito vergonhoso porque não quer que essa porra de noite acaba, porque é a porra da melhor noite da vida dele e provavelmente a única em que vai poder conviver com a garota dos sonhos.

Parece um sonho e ele não quer acordar, porque tem medo que, quando a noite acabar, seja igual aos sonhos, e ela vá embora pra sempre. Na cabeça dele, esse é o único jeito de conviver com o anjo sorridente pois a rainha nunca jamais passaria horas com o esquisito se estivesse livre.

Ah, ele não sabe de nada que se passa na cabeça dela, pobre Munson...tão machucado e inseguro que nem reparou em como o rosto dela ficou tão iluminado quanto o dele quando percebeu que ainda estavam trancados, não percebeu o jeito leve que ela tocou na maçaneta como se não quisesse que abrisse. Porque ela também sente a mesma ansiedade boa que ele, de passarem mais tempo juntos, mesmo que sintam aquela tensão tímida e estranha no ar, é como se tivessem expectativa para algo mais, sempre com estômagos ansiosos para saber qual vai ser a próxima fala ou gesto um do outro.

Tão burros, inseguros e crus que não percebem que estão agindo igual. Que sentem o mesmo, que tem as mesmas reações e que repassam cada acontecimento da noite na cabeça como um jeito de procurar provas de que o outro também sente aquilo...

E são burros demais para perceberem que está explícito e que qualquer um já teria notado, mas eles não. Porque ficou explícito em tudo que conversaram um com o outro durante toda essa noite e principalmente os olhos, a forma como não se olham porque os olhos não mentem e sabem que na hora que se encararem vão se expor. Porque quando se encaram, sentem algo...que nunca sentiram antes, o corpo todo reage como se queimasse e tremesse só de olhar um no olho do outro. E podem olhar no olho de qualquer outra pessoa assim como já olharam muitas vezes na vida, mas essa reação nova e forte só vem quando se encaram.

Estranhamente tão felizes por continuarem trancados, como se esperassem mais, conviver mais um com o outro, perto. Esperam por algo que não sabem o que é.

-  Será que seu tio deve estar procurando você? - Chrissy se afastou da porta e apoiou as costas no armário da parede oposta a ele. Os dois olharam para os corredores tão vazios e iluminados, é estranho ver a escola de noite, só para os dois.

Don't You Forget About Me - Eddie Munson | finalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora